Quando o projeto de candidatura da cidade de Kazan foi apreciado em Shanghai, no Congresso da FINA em 2011, muita gente, muita mesmo, não acreditou na proposta. A construção de uma piscina dentro de um estádio de futebol que na época nem estava construído. Pois foi assim que Kazan, capital do Tartaristão, uma tradicional república russa foi escolhida sobre Guadalajara no México e Hong Kong. As cidades de Guangzhou (China) Montreal (Canadá) retiraram suas propostas nos momentos finais.

Dois anos depois, em 2013, a mesma Kazan recebeu as Universíades, e o recém inaugurado Kazan Arena serviu de local para as cerimônias de abertura e encerramento além de alguns jogos de futebol. Este tem sido o seu principal uso, recebe os jogos do Rubin Kazan, um dos principais clubes do campeonato russo e que na temporada passada terminou em quinto lugar.

Agora, a Kazan Arena recebe duas piscinas de 50 metros da marca italiana Myrtha Pools, a mais famosa e tradicional do mercado. Marca que vai construir no Rio 2016 a primeira piscina olímpica temporária. Em pouco mais de 45 dias, a piscina de Kazan ficou pronta. A tecnologia é a mesma que construiu a piscina da praia de Copacabana para o Mundial de Piscina Curta em 1995. São placas ajustáveis que podem ser montadas e desmontadas. Ainda não se sabe para onde vão as piscinas de Kazan, são duas construídas na Kazan Arena.

Como era, como ficou

Como era, como ficou

A tecnologia das piscinas temporárias agrada a FINA. Preocupada em não criar elefantes brancos e principalmente deixar um legado nos grandes eventos, a idéia viabiliza grandes estruturas que podem ser deslocadas para qualquer outro local. As piscinas temporárias já estiveram na praia de Copacabana (Mundial de Curta 1995), numa arena de hóquei sobre gelo (Mundial de Curta 1997 em Gotemburgo na Suécia, numa arena de basquete da NBA (Conseco Fieldhouse ginásio do Indiana Pacers no Mundial de Curta 2004), numa arena multi-uso de Barcelona (Palais St. Jordi nos Mundiais de Longa 2003 e 2013), num estádio de tênis (Rod Laver Arena no Mundial de Melbourne em 2007), em outra arena multi-uso em Shanghai (Shanghai Oriental Sports no Mundial de Longa 2011), porque não um estádio de futebol?

Os 45 mil lugares do estádio foram transformados em 15 mil. Duas piscinas instaladas, uma para aquecimento, outra para a competição. Uma cobertura parcial garante a iluminação que as emissoras de TV consideram adequada. Uma estrutura foi montada para os atletas garantindo os melhores serviços, a primeira Vila dos Atletas, com refeitório, local de lazer e outros. Os russos investiram um bocado para fazer de Kazan um dos melhores campeonatos já realizados.

A piscina já foi elogiada. Os atletas gostaram. Myrtha é uma empresa de boa tradição e respeito, só precisa evitar o problema que tivemos em 2013 quando, mesmo que extra-oficialmente, os resultados foram alterados por correntes na piscina. Parciais das raias 1, 2 e 3 eram melhores na ida do que os parciais das raias 6,7 e 8 na volta. Nada ficou provado, a não ser uma série de resultados que “comprovavam” o fato, coisa que a Myrtha oficialmente nunca reconheceu. Quem estava lá sabe que aconteceu, e todos esperam que não se repita em Kazan.

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