Manhã de altos e baixos na abertura da natação em Kazan

Teve de tudo na manhã de abertura da natação em Kazan. Um recorde continental com Katinka Hosszu, um recorde brasileiro com Manuella Lyrio nos 400 livre, gente nadando bem, outros nem tanto. Veja como foi a manhã inaugural da natação no Mundial prova a prova.

100 borboleta feminino –

Daynara de Paula. Campeonato Mundial de Desportos Aquaticos no Kazan Arena. 02 de agosto de 2015, Kazan, Russia. Foto: Satiro Sodre/SSPress

Sarah Sjoestroem da Suécia pertence a outro mundo, neste não tem para ninguém. Classificou com o melhor tempo um 56.47 fácil, passando com 26.54 e voltando com 29.93. A mais próxima concorrente foi a dinamarquesa Jeanette Ottesen com 57.79, um segundo e 32 centésimos atrás, é muita coisa.

A última vaga da semifinal ficaram empatadas Rachael Kelly da Grã-Bretanha e Farid Osman do Egito com 58.48. No desempate, Kelly venceu com 58.17 contra 58.22 de Osman.

As brasileiras não foram bem. Daynara de Paula ficou em18o lugar com 58.59 enquanto que Daiene Dias em 31o com 59.75. Daynara passou com 27.50 e voltou com 31.09. Daiene passou com 27.39 voltou com 32.36.

No Open do ano passado, quando as duas ganharam a vaga para o Mundial, Daynara nadou para 58.36 e Daiene 58.49. As duas já tinham nadado acima no Pan de Toronto.

Outra surpresa da prova foi a americana Claire Donahue que ficou em20o lugar com 58.77. Os 100 borboleta feminino está muito forte em cima, mas com bom espaço para estar entre as oito. Quem nadar para 57 chega junto das medalhistas.

400 livre masculino –

A volta de Sun Yang ao cenário mundial foi tranquila. Nadou na posição para 3:44.99 e garantiu o primeiro posto para a final. Passou os primeiros 200 metros com 1:51.43 e voltou com 1:53.56. O segundo tempo pela manhã foi do britânico James Guy com 3:45.37. Ryan Cochrane do Canadá também veio da mesma série e entrou com o terciero tempo 3:45.86.

Para entrar na final, 3:47.19 de Clemens Rapp da Alemanha. A surpresa da final foi o polonês Wojciech Wojdak que entrou com o quinto tempo 3:46.67. Estava inscrito com mais de quatro segundos acima disso.

Teve os bons, e os ruins. Mack Horton da Austrália, melhor tempo do mundo em 2015 com 3:42.84 ficou em 11o com 3:47.37. Outro australiano, David McKeon, terceiro do mundo com 3:44.28 ficou em 10o com 3:47.36.

200 medley feminino –

Joanna Maranhao. Campeonato Mundial de Desportos Aquaticos no Kazan Arena. 02 de agosto de 2015, Kazan, Russia. Foto: Satiro Sodre/SSPress

A melhor performance da manhã. Katinka Hosszu quebrou o seu próprio recorde europeu com 2:07.30 baixando dos 2:07.46 ainda da era dos trajes em 2009. Seus parciais 27.73, 32.61, 37.06 e 29.90.

A britânica Siobhan Marie O’Connor ficou em segundo com 2:08.82. Foram as únicas abaixo dos 2:10.

Joanna Maranhão entrou com o 11o tempo de 2:12.74. Seus parciais 28.81, 33.21, 39.74 e 30.98. O melhor de Joanna é 2:12.12, recorde sul-americano desde 2009. Seu melhor na era pós-trajes é 2:12.39 feitos no Pan de Toronto.

Joanna fez uma prova equilibrada e pelos resultados pode chegar a uma final. O 8o tempo da manhã foi Sakiko Shimizu do Japão com 2:12.27. Joanna baixou todos os seus tempos no Pan de Toronto, apenas os 200 medley ficaram de fora desta melhora. Uma boa melhora agora lhe daria a sua primeira final de Campeonato Mundial.

50 borboleta masculino –

Cesar Cielo. Campeonato Mundial de Desportos Aquaticos no Kazan Arena. 02 de agosto de 2015, Kazan, Russia. Foto: Satiro Sodre/SSPress

Apenas Florent Manaudou, só ele nadou bem, 23.15 com uma saída muito boa e vantagem que conseguiu sergurar até o final. Depois disso, nada de especial. Laszlo Cseh da Hungria ficou em segundo com 23.32. Nicholas Santos foi 6o com 23.41. César Cielo foi 14o com 23.66. Para entrar na semifinal, a 16a vaga foi 23.67.

Cielo não gostou do que fez pela manhã. Saiu mal e chegou mal. Na entrevista não escondeu a frustração e sabe que pode melhorar na final.

Nicholas foi mais positivo ainda destacou que não raspou e diz que fez o suficiente para chegar a semifinal.

A verdade é que os brasileiros são os dois melhores nadadores da prova, só precisam fazer os ajustes que o 22 sai. Apenas 35 centésimos separam o segundo do 16o colocado para a semifinal.

400 livre feminino –

Manuella Lyrio. Campeonato Mundial de Desportos Aquaticos no Kazan Arena. 02 de agosto de 2015, Kazan, Russia. Foto: Satiro Sodre/SSPress

Novo recorde brasileiro para Manuella Lyrio baixando de 4:10.92 para 4:10.57. Terminou em 16o lugar igualando o melhor resultado do Brasil nesta prova com Maria Elisa Guimarães em 1973.

Manuella havia nadado bem no Pan, nadou melhor em Kazan. Seus parciais 29.51, 1:00.74, 2:03.69, 3:06.99 e 4:10.57.

A prova tem Katie Ledecky e o resto. A americana fez 4:01.57 com parciais de 57.16, 1:57.86, 2:59.89, 4:01.73. Depois disso, a melhor foi a australiana Jessica Ashwood com 4:04.47. A holandesa Sharon van Rouwendaal que ganhou duas pratas nas águas abertas entrou com o terceiro tempo 4:05.02. A oitava vaga para a final foi de Melani Costa da Espanha com 4:07.58.

100 peito masculino –

Felipe Franca. Campeonato Mundial de Desportos Aquaticos no Kazan Arena. 02 de agosto de 2015, Kazan, Russia. Foto: Satiro Sodre/SSPress

Dois nadadores arrasaram pela manhã. Adam Peaty da Grã-Bretanha com novo recorde de campeonato 58.52 e o sul-africano Cameron van der Burgh com 58.59. Depois deles, nove nadadores na casa dos 59 segundos. Um deles, Felipe França que entrou com quinto com 59.56.

Sólido e constante, Felipe passou com 27.39 e voltou 32.17. No final, pareceu soltar um pouco. Em declaração, Felipe não escondeu que seu objetivo é quebrar o 59, e pelo que se viu está a caminho.

Se Felipe França foi sólido, Felipe Lima não foi bem. Saiu fundo e passou fraco com 28.07, voltando com 32.19. Entrou com o 14o tempo 1:00.26. Na semifinal é zerar tudo e começar de novo.

O oitavo tempo da manhã foi 59.84 de Giedrius Titenis da Lituânia.

Ficou claro que a briga pelo ouro parece restrita a Peaty e van der Burgh. Na briga dos parciais dos dois:

Peaty 27.05, 31.47, 58.52

van der Burgh 27.11, 31.48 58.59

O antigo recorde de campeonato era de Brenton Rickard da Austrália em 2009 com 58.58.

Revezamento 4×100 livre feminino –

Revezamento 4×100 metros livre. Campeonato Mundial de Desportos Aquaticos no Kazan Arena. 02 de agosto de 2015, Kazan, Russia. Foto: Satiro Sodre/SSPress

Uma confusão na troca dos nomes dos países entre Estados Unidos e Hong Kong atrasou a competição por vários minutos. As americanas entraram com o melhor tempo para a final com 3:35.52. O melhor parcial da equipe foi de Margo Geer com 53.37.

A Austrália entrou com o segundo tempo 3:35.86 e o melhor parcial foi de Melanie Wright 53.51.

As holandesas em terceiro com 3:35.91 e o melhor parcial de Femke Heemskerk 53.00.

O melhor parcial intermediário foi da sueca Sarah Sjoestroem que fechou para 52.75. Nos parciais de abertura, a mais rápida foi Emily Seebohm da Austrália com 53.93.

O Brasil não repetiu a bela performance do Pan de Toronto. Lá, batemos o recorde sul-americano com 3:37.39, que se repetido hoje nos daria o quinto lugar. Nadamos para 3:40.24 e terminamos em 11o lugar, pelo menos garantimos a vaga olímpica para o Rio 2016.

Os parciais foram Larissa Oliveira 55.08, Graciele Herrmann 55.96, Etiene Medeiros 54.49 e Daynara de Paula 54.71.

Comparando com as marcas do Pan de Toronto:

Larissa 54.67 em Toronto, agora 55.08

Graciele 54.72 em Toronto, agora 55.96

Etiene Medeiros 53.99 em Toronto, agora 54.49

Daynara de Paula 54.01 em Toronto, agora 54.71

Revezamento 4×100 livre masculino –

Marcelo Chierighini. Revezamento 4×100 metros livre. Campeonato Mundial de Desportos Aquaticos no Kazan Arena. 02 de agosto de 2015, Kazan, Russia. Foto: Satiro Sodre/SSPress

Brasil entrou com o segundo tempo para a final enquanto Estados Unidos e Austrália bobearam ficando de fora. O melhor tempo foi da Rússia com 3:12.46, Brasil em segundo com 3:13.99. Depois Itália 3:14.44, França 3:14.53, Japão 3:14.76, Canadá 3:15.00, Polônia 3:15.18 e China 3:15.47.

A equipe brasileira abriu com Marcelo Chierighini 58.65, Matheus Santana em segundo 48.25, Bruno Fratus 48.55 e João de Lucca fechou 48.54.

O melhor parcial de abertura foi de Santo Condorelli do Canadá com 48.25. Entre os parciais intermediários o melhor foi de Kyle Chalmers da Austrália 47.92.

Terrível a performance dos Estados Unidos e Austrália. Os americanos terminaram em 11o lugar com 3:16.01 e a Austrália em 13o com 3:16.34.

O Brasil vai ter César Cielo na final. Ele deve entrar na posição de Bruno Fratus e a ordem utilizada pela manhã deve ser mantida.