Com o fim dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015, depois de todas medalhas, recordes e podios, podemos avaliar como foi a participação do Brasil. Das 109 medalhas de ouro no total que a equipe brasileira ganhou na competição, a natação foi responsável por 38, assim como foi responsável por 104 das 257 levadas pra casa. Nestes 38 ouros, oito foram do fenômeno das piscinas, Daniel Dias. Daniel levou nas provas de 50m Peito, Borboleta e livre, tornando-se assim o maior medalhista do Parapan de Toronto, da natação, da equipe Brasileira e o maior medalhista de ouro da história do evento. No Mundial Paralímpico que aconteceu em Julho na cidade de Glasgow, Daniel Dias ganhou seis medalhas de ouro individuais, mais um ouro e uma prata nos revezamentos,  e ainda quebrou um recorde Parapan-Americano na prova dos 50m livres. Daniel Dias, descobriu a natação paralímpica ao assistir os Jogos de Atenas 2004, quando Clodoaldo Silva ganhou tudo. Agora, sai de Toronto como o maior medalhista da competição, com oito medalhas de ouro – três delas em dobradinha com o próprio Clodoaldo.

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O segundo maior medalhista do Parapan e do Brasil no evento de 2015 foi André Brasil, foram 7 medalhas com 6 ouros e 1 prata. Desses seis ouros, André quebrou quatro recordes Parapan-Americanos, nas provas de 100m borboleta, 200m medley, 100m peito e 100m livre, todas na classe S10. André também é recordista mundial nos: 50, 100 e 800 metros livre e nos 50 e 100 metros borboleta. Outra força do Brasil para o Rio 2016, André Brasil tem cinco medalhas paralímpicas, três ouros e duas pratas conquistadas em Londres 2012. Na sua carreira, em Parapans, André acumula 14 ouros e uma prata. No Mundial em Glasgow, disputado no mês de Julho passado, André levou três ouros e duas pratas.

A quinta maior medalhista do Parapan e maior medalhista feminina é Joana Neves, com cinco ouros todos com recorde parapan-americano.  Joaninha, como é chamada, também é medalhista paralímpica, com bronze em Londres na prova de 50m borboleta,. Este foi seu segundo Parapan, em Guadalajara levou ouro nos 50m e 100m livre, além dos 50m borboleta. No mundial desse ano em Glasgow levou dois ouros e um bronze, foi o grande nome da natação feminina. Joana é uma das melhores nadadoras femininas da atualidade, também é a atleta feminina mais esperada no quesito de medalhas para o Rio-2016.

09/08/2015 - Canadá, Toronto, CIBC Aquatics Centre - Camille Rodrigues S9 ganha medalha de ouro nos 400mts livre.© Washington Alves/MPIX/CPB

09/08/2015 – Canadá, Toronto, CIBC Aquatics Centre – Camille Rodrigues S9 ganha medalha de ouro nos 400mts livre.© Washington Alves/MPIX/CPB

A revelação da natação do Parapan pode ficar por conta de Esthefany de Oliveira, atleta jovem de apenas 16 anos e que esteve na sua segunda competição internacional, o primeiro foi o Mundial de Glasgow, já que foi nomeada para a equipe internacional da natação Paralímpica do Brasil somente em 2014, disputou o mundial de Glasgow mas não levou nenhuma medalha, no Parapan levou seis medalhas, sendo um ouro (revezamento misto 4x100m livre), quatro pratas (50m, 100m e 200m livre e 50m peito) e um bronze na prova dos 100m costas. Ainda é muito cedo pra se ter uma avaliação sobre Esthefany nas Olimpíadas, que será sua terceira competição internacional, deve ter no Rio-2016 uma experiência pra levar mais medalhas nos Jogos Parapan-Americanos de Lima em 2019 e Olimpíadas de Tóquio 2020.

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A fera, “Tubarão Paralímpico” Clodoaldo Silva se despediu das competições de Parapan, foi seu último de uma história que começou em Mar del Plata em 2003. Clodoaldo entrou para a natação em um processo de reabilitação no ano de 1996, em Natal, sua cidade no Rio Grande do Norte. Quatro anos depois, já conquistava suas primeiras medalhas em Jogos Paralímpicos (três de prata e uma de bronze), em Sydney 2000. Nos Jogos Paralímpicos de Atenas 2004, conquistou (6 de Ouro e 1 de Bronze). Nas quatro Paralimpíadas que disputou, Clodoaldo acumula treze medalhas, sendo seis de ouro. Em quatro participações em Jogos Parapan-Americanos, conquistou cinco medalhas em 2003 (Mar del Plata), oito em 2007 (Rio de Janeiro), seis em 2011 (Guadalajara) e mais quatro em Toronto. Nos três Campeonatos Mundiais que disputou, totaliza nove medalhas. Entre as diversas homenagens que recebeu estão o título de embaixador do Pan e do Parapan-americano de 2007, concedido pelo Sistema Firjan e escolha pela Soberana Ordem do Mérito do Empreendedor Juscelino Kubitschek como personalidade esportiva de 2006.

No masculino Matheus Rheine, Ítalo Pereira, Ruiter Silva e Roberto Alcalde são alguns dos atletas que estão despontando no cenário internacional e tiveram bons resultados, ao todo esses atletas levaram sete ouros, duas pratas e cinco bronzes. São as grandes e gratas revelações do Parapan de Toronto, podemos aguardar medalhas no Rio vindas desses quatro nomes. Outros atletas que também podemos aguardar medalhas são: Talisson Glock, Guilherme Batista, Carlos Farrenberg, Vanílton do Nascimento e Phelipe Melo no masculino e as atletas femininas Camille Rodrigues e Edenia Garcia, que além de faturarem medalhas de ouro em Toronto também levaram medalhas no Mundial em Glasgow na Escócia.

Em Toronto foram dez recordes quebrados, todos eles Parapan-americanos, Daniel Dias quebrou nos 50m livre da classe S5, também nos 50m livre, Phelipe Melo quebrou o recorde na classe S10, Matheus Rheine nas classes S9 e S11 e Carlos Farrenberg na S13, nos 100m, André Brasil quebrou o recorde Parapan-americano na prova da classe S10, Matheus Rheine novamente na S11, Ítalo Gomes na S7, Vanílton do Nascimento na S9 e nos 400m, Matheus Rheine quebrou o recorde da prova de sua classe S11 se tornando assim o que mais quebrou recordes Parapan-americanos na natação. Mas todos esses 10 recordes quebrados na natação, não chegou na metade dos recordes parapan-americanos batidos em Guadalajara, que foram 22 no total.

Agora, com a ajuda da melhor campanha da história no Parapan, teremos a injeção de R$ 90 milhões no esporte olímpico e paralímpico. A aprovação da Lei Brasileira da Inclusão (sancionada pela Presidência da República em 6 de julho de 2015) ampliou de 2% para 2,7% o valor repassado aos comitês Olímpico e Paralímpico brasileiros, e mudou de 15% para 37,04% a fatia do Comitê Paralímpico. A conta foi feita assim quebrada exatamente para não afetar o ingresso de recursos no Comitê Olímpico. A mudança coloca o CPB em outro patamar financeiro. Com esses números, pensando a grosso modo, com os dados do ano passado, a gente está indo de uma arrecadação de R$ 39 milhões para cerca de R$ 130 milhões, aumenta mais R$ 90 milhões. Isso muda a realidade e nos dá uma tranquilidade grande. Uma tranquilidade que nos permite, por exemplo, pensar que se em janeiro tivermos o Centro de Treinamento disponível para utilização, temos totais condições de cuidar da operação esportiva. O Centro de Treinamento também vai nos ajudar a diminuir as despesas das confederações. Hoje elas têm de pagar, por exemplo, para fazer uma fase de treinamento: elas alugam o local, pagam a hospedagem, o transporte, a alimentação. No Centro a gente vai reduzir muito esse custo. O efeito para o Rio vai ser pequeno, porque está muito em cima, mas as gerações que vão vir para 2020, em Tóquio, e 2024, terão um grau de preparação muito alto e melhor estruturado. Então a gente tem tudo para dar um salto e evoluir de maneira consistente. As informações são do site do Ministério do Esporte.

A estimativa é que o Brasil fique em 5º lugar no quadro geral de medalhas no Rio em 2016, já a natação que ficou em 6º lugar em Londres com 9 ouros, 4 pratas e 1 bronze, espera-se uma campanha melhor, já que agora terá um grande investimento faltando pouco mais de 1 ano para os Jogos Paraolímpicos.

Por Carlos Novack
carlosnovack@gmail.com
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