Teste Evento tem Allan do Carmo campeão e Ana Marcela vice em Copacabana

Foi um fim de semana movimentado na praia de Copacabana. A série de Teste Eventos que o Rio 2016 chama de Aquece Rio chegou as águas abertas. Ontem, num mar mais agitado tivemos a prova masculina, hoje numa condição bem mais calma a prova feminina. O Teste Evento das Águas Abertas além das inúmeras coisas que precisam ser corrigidas para o próximo ano, também nos comprovou que a modalidade quando realizada em mar oferece muitos desafios.

As provas foram totalmente diferentes. Entre os homens, as condições eram tão ruins que até um atraso de 30 minutos foi necessário para a organização colocar tudo no seu lugar. A temperatura anunciada foi de 18,5 graus, acima dos 16 graus da temperatura mínima exigida pela FINA e bem acima dos 14 graus que o mar de Copacabana nos trouxe no início da semana.

Chegada masculina de sábado

Allan do Carmo foi o vitorioso batendo o japonês Ysunari Hirai na chegada. No primeiro momento, o chip de chegada indicou uma chegada por “photo finish” e em alguns segundos confirmou a vitória do brasileiro com 2 horas, 3 minutos e 53 segundos, um segundo a frente do japonês. O canadense Richard Weinberger, medalhista olímpico e ex-campeão pan-americano, chegou logo atrás na terceira colocação com 2:02.59.

Dos 25 que largaram, apenas 10 completaram a prova. Destes 25, alguns foram apenas convidados para largar, uma exigência do COI e FINA para o teste ter as mesmas condições da prova olímpica no próximo ano. Alguns destes voluntários largaram e nem completaram a primeira volta.

Entre as desistências, nomes fortes como Federico Vanelli da Itália e o brasileiro Diogo Villarinho. Alguns reclamando do frio, outros não se sentindo muito bem. O clima era amistoso, quase todos voltando do Mundial ainda em clima de ressaca, o Teste Evento foi apenas para conhecer o circuito.

Allan do Carmo “cozinhou” os seus adversários e quando tentou arrancar foi para a vitória. Só apareceu na liderança na quarta das quatro voltas de 2,5 quilômetros para ganhar na chegada.

O domingo acordou mais calmo, bem mais calmo. A temperatura da água aumentou, as 25 mulheres também foram completadas com voluntárias que “fizeram número”.  A prova foi diferente e mostrou como as condições naturais vão ser determinantes na disputa olímpica do próximo ano. Na largada de ontem, o salto dos 25 nadadores foi na balsa localizada a 80 metros da praia. Hoje, a balsa, que ontem atrapalhou durante o percurso, foi mudada para 200 metros da praia.

Com o mar mais calmo, ficou mais fácil para identificação das bóias e os barcos de alimentação não variaram tanto de posição como na prova masculina. Com o trabalho favorecido, a alimentação funcionou bem, mas o que não faltou foi treinador passando mal e enjoando pelo balanço das ondas.

A britânica Keri-Anne Payne gosta de nadar na frente e assim disputou a prova. Vinda de uma semana de treinamentos na piscina do Minas onde os britânicos irão fazer sua preparação para o Rio 2016, Payne liderou grande parte da prova e venceu na chegada batendo a brasileira Ana Marcela Cunha por um segundo. A alemã Isabelle Harle chegou na terceira colocação com 2:12.23.

Poliana Okimoto nadou duas voltas e decidiu abandonar a prova. O mesmo fez a campeã mundial dos 10 quilômetros, a francesa Aurelie Muller. O objetivo era apenas testar o circuito.

A organização mobilizou um total de 400 pessoas nos dois dias de prova. Alguns erros, outros acertos, as provas mostraram não só o que precisa ser ajustado e melhorado para o próximo ano, mas principalmente a instabilidade de organização de qualquer prova quando realizada em mar.

Resultado da prova:

Masculino
1o Allan do Carmo do Brasil 2:03.53
2o Ysunari Hirai do Japão 2:03.54
3o Richard Weinberger do Canadá 2:03.59

Feminino
1o Keri-Anne Payne da Grã-Bretanha 2:12.18
2o Ana Marcela Cunha do Brasil 2:12.19
3o Isabelle Harle da Alemanha 2:12.23