Finalista olímpico em 2012 e ex-recordista americano dos 50 livre, Anthony Ervin é o mais recente caso de nadador de alta performance que troca de treinador na sua preparação para os Jogos Olímpicos do Rio 2016. Ervin ficou de fora da final dos 50 livre no Mundial de Kazan perdendo o desempate frente ao russo Vlad Morozov, que a partir de agora passa a ser o seu companheiro de treino no Trojans Swim Club sob o comando de Dave Salo.

Faltam pouco mais de 300 dias para a Olimpíada e se conseguir a vaga, será a sua terceira participação olímpica. Ervin foi ouro nos 50 livre em 2000 dividindo o pódio com Gary Hall Jr além de  integrar o revezamento de prata 4×100 livre. Nos últimos Jogos, foi o mais afetado pelo barulho na saída dos 50 livre com uma largada bem atrasada terminando na quinta colocação.

Ervin foi revelado no Canyons Aquatic Club na Califórnia, em Santa Clarita, região próxima a Los Angeles onde vai voltar a morar. Estava na Cal desde 1999 quando ingressou na Universidade. Com a aposentadoria entre 2002 a 2011, Ervin nadou ocasionalmente em um clube de masters até voltar com seriedade ao programa da Cal com Dave Duerden.

A mudança faltando menos de um ano foi a terceira que se teve notícia desde o Mundial de Kazan entre os principais nadadores do mundo. Antes, a holandesa Femke Heemskerk e a canadense Martha McCabbe haviam anunciado novos rumos no seus treinamentos rumo ao Rio 2016.

Trocar de técnico é comum, mas sempre se questiona quando e por que trocar de treinador. Algumas trocas dão certo, outras nem tanto. Alguns nunca trocaram de técnico, como Michael Phelps que desde os 12 anos de idade só conhece o trabalho de Bob Bowman. Phelps vai para a sua quinta Olimpíada.

A razão para a troca de técnica é múltipla, mas quase sempre a falta de resultados é o maior motivo. Mesmo que a grande maioria dos atletas prefira não revelar, é a principal opção. Na troca da holandesa Femke Heemskerk, a nadadora anunciou que deixava Marcel Wouda para treinar com o francês Phillipe Lucas por conta do trabalho de Lucas que vai estar “dedicado e ocupado com a equipe de águas abertas da Holanda”. Até aí tudo certo, afinal nadador quer um trabalho específico e voltado para o seu programa só que a escolha foi por Lucas, único treinador do mundo com três nadadores classificados para os Jogos do Rio 2016 nas águas abertas!

A verdade é que Femke ficou dececpcionada com seus resultados no Mundial de Kazan onde chegou como melhor tempo do mundo nos 200 livre, segunda nos 100 livre e quinta nos 50 livre. Saiu de lá com um oitavo nos 200, quinta nos 100 livre e optou por nem nadar a prova dos 50.

A estatística também indica um índice acima de 30% de troca de treinadores dentro do ciclo olímpico entre Londres 2012 e Rio 2016. Entre os 21 nadadores campeões olímpicos individuais de Londres 2012, oito deles trocaram de técnicos, um percentual maior do que se considerarmos todos os medalhistas da última Olimpíada. Foram 58 nadadores, dos quais 19 trocaram de comando desde então.

O percentual maior ainda é da equipe brasileira olímpica de 2012. Dos 18 nadadores que o Brasil mandou para Londres, 12 trocaram de técnico desde então.

Comparando os parciais de troca de treinadores:

CATEGORIA ATLETAS TROCAS
Campeões olímpicos 21 8
Medalhistas olímpicos 58 19
Time Brasil 18 12

Nas trocas de treinadores, entre os medalhistas olímpicos de Londres, Ranomi Kromowidjojo da Holanda e Cesar Cielo do Brasil seguem na liderança. Ambos, desde os Jogos tiveram quatro treinadores diferentes.

0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário