Forte, muito forte, a Copa do Mundo de Dubai começou como ninguém esperava. A etapa final do Circuito da FINA teve um recorde da Oceania, quatro recordes nacionais expressivos e cinco provas com o melhor tempo da temporada. Veja como foi o primeiro dia prova a prova:

100 livre masculino –
Abrindo a etapa, o francês Jeremy Stravius venceu com 48.34, num final de prova muito bom e fazendo a sua melhor marca pessoal. Ele havia sido campeão francês nos 100 livre pela primeira vez em abril com 48.50. No ano passado, seu melhor era 49.80, num dos mais versáteis nadadores franceses. Stravius também nada bem os 200 livre, as provas de costas e até borboleta.
Na prova, passou em terceiro com 23.45, mas voltou forte com 24.89 batendo Chad Le Clos por quatro centésimos. Ouro para Stravius 48.34, Le Clos prata 48.38. Ainda tivemos mais um 48, Velimir Stjepanovic da Sérvia com 48.86.

200 livre feminino –
Katinka Hosszu fez a sua primeira das quatro finais, primeiro ouro e com novo recorde nacional húngaro com 1:55.41. A marca foi o quinto tempo do mundo e teria sido prata no Mundial de Kazan, atrás apenas dos 1:55.16 de Katie Ledecky. Katinka abriu forte e não teve adversárias com os seguintes parciais:
26.88, 55.82 (28.94), 1:25.82 (30.00), 1:55.41 (29.59).
Federica Pellegrini melhorou seu tempo em relação a etapa de Doha, tirou segundo com 1:57.42 e a britânica Jaz Carlin foi bronze com 1:58.45.
Foi a sexta vitória nas sete etapas para Katinka. Só perdeu na etapa de Beijing sendo batida por Duo Shen. O tempo de hoje acabou sendo o melhor de todo o Circuito.

50 peito masculino –
Cameron van der Burgh mostrou que além de Rei da Copa do Mundo não quer perder a sua invencibilidade. Com uma saída perfeita e uma filipina bem executada, botou uma vantagem mantida até o final para a sua sétima vitória na prova, termina o circuito com 100% com 26.77, único abaixo dos 27 segundos. Adam Peaty até cresceu, se aproximou, mas ficou distante em segundo lugar com 27.16. Outro sul-africano, Giulio Zorzi chegou na terceira colocação com 27.45.
O tempo se aproximou da sua melhor marca no circuito, os 26.74 feitos na etapa de Chartres na França.

100 peito feminino –
Alia Atkinson deu o seu show, fazendo o melhor tempo do circuito, quebrando o recorde jamaicano nadando pela primeira vez abaixo dos 1:06. Venceu com 1:05.93 com um parcial muito forte de 30.55. Estes 30.55 foram exatamente o tempo feito por Alia na sua vitória dos 50 peito em Doha. O recorde nacional da Jamaica era os 1:06.21 feitos por Alia em Kazan. O novo recorde aparece como quarto tempo do mundo este ano.
Molly Hannis dos Estados Unidos chegou em segundo lugar também fazendo sua melhor mara pessoal, segunda vez abaixo da barreira do 1:07 com 1:06.60. Outra abaixo do 1:07, a turca Viktoria Gunes em terceiro lugar com 1:06.96.

100 borboleta feminino –
A americana Felicia Lee fez a sua parte. Mentora da Seleção Júnior Americana que está nas etapas de Doha e Dubai, Felicia está brilhando cono comando do grupo e na psicina. Venceu pela segunda etapa consecutiva os 100 borboleta, agora com 58.57 contra os 58.83 que havia feito em Doha. No parcial, a liderança era da suiça Svenja Sotffel com 27.33. Voltando com 32.10, acabou em quarto lugar com 59.43.
Felicia 58.57 seguida da húngara Zsuzsanna Jakabos com 58.75. O bronze para a americana Cassidy Bayer com 59.09, esta quase ficou de fora da final após ter problemas com dois trajes que se arrebentaram minutos antes da sua prova nas eliminatórias. Bayer já havia sido bronze na etapa de Doha.

100 costas masculino –
Baixando ainda mais a melhor marca do mundo, depois dos 52.26 de Doha, Mitchell Larkin continua aterrorisando o recorde mundial de 51.94 de Aaron Peirsol. Agora nadou para 52.11 depois de passar com 25.24, 11 centésimos abaixo do parcial do recorde mundial. A volta foi de 26.87 contra 26.59 do recorde mundial.
Estes 52.11 representam o terceiro melhor tempo da história na prova. Perde para o recorde mundial, mais os 52.08 de Matt Greevers ouro em Londres e empata com os 52.11 de Camille Lacourt no Campeonato Europeu de 2010.
Novo recorde australiano, novo recorde continental da Oceania, melhor marca da Copa do Mundo e melhor índice técnico do dia para o tempo de Larkin.
E não foi só Larkin que brilhou. David Plummer chegou em segundo lugar com 52.51 com parciais de 25.63 e 26.88. Plummer nem chegar a final dos 100 costas chegou em Kazan. Ficou em nono lugar com 53.54. Se tivesse feito esta marca no Mundial teria levado o bronze.
Bronze na prova de hoje ficou para o japonês Masaki Kaneko num distante, muito distante 54.37.
Mitchell Larkin nunca havia nadado para 52 segundos nos 100 costas até agosto deste ano. Nestes últimos três meses, foram nove vezes.

50 costas feminino –
Quinta vitória nesta prova para Emily Seebohm no circuito 2015. Venceu com 27.57, oito centésimos acima da sua vitória de Tóquio, 27.49 que termina como a melhor marca da Copa do Mundo este ano. Vitória assegurada desde o princípio com boa saída, belo trabalho submerso e um ritmo muito forte.
Katinka Hosszu chegou em segundo lugar e bateu seu segundo recorde húngaro do dia. Marcou 27.99 quebrando a barreira dos 28 segundos pela primeira vez na carreira. O recorde nacional da Hungria era 28.16 feito este ano por ela num torneio realizado em Bergen, na Noruega.
O bronze sobrou para a mentora Felicia Lee com 28.32.

200 borboleta masculino –
Zheng Wen Quah nadando na raia 1 foi o líder da prova em mais de três quartos da sua disputa. Saiu forte e manteve a ponta até cair nos últimos 50 metros. Ainda fez a sua melhor marca pessoal com 1:56.26, índice A para o Rio 2016.
A briga pelo título foi dos “conservadores”. Viktor Bromer da Dinamarca, atual campeão europeu da prova, passou em sexto lugar até os primeiros 100 metros com 56.10 e voltou com 59.88 para vencer com 1:55.98. Chad Le Clos não foi muito diferente. Virou os 100 metros sem quinto com 56.04 e voltou com 59.99 para 1:56.03.
Foi a segunda vitória de Bromer na prova no circuito deste ano. A primeira foi na etapa de abertura em Moscou com 1:55.03. Assim, o dinamarquês que esta semana foi anunciado como convocado para o Rio 2016 venceu a etapa de abertura e de encerramento da sua prova principal, os 200 borboleta.

200 medley feminino –
Katinka Hosszu bombando! Vencer já era esperado, afinal ela venceu todas as etapas anteriores na prova dos 200 medley. Só não se esperava ver o melhor tempo do circuito na terceira prova do dia. Venceucom 2:08.61 com parciais:
28.32, 1:01.01 (32.69), 1:38.62 (37.61), 2:08.61 (29.99).
Katinka só teve a liderança ameaçada no belo parcial de 35.81 de peito de Caitlin Leverenz. A americana terminou em segundo lugar com 2:10.35 e a japonesa Sakiko Shimizu chegou logo atrás com 2:10.76.

400 livre masculino –
Controlando e atacando na hora certa, James Guy, o único dos finalistas que aparece no raking Top 20 do mundo em 2015, venceu com 3:46.91. Foi a sua segunda vitória nesta prova no circuito. A anterior foi em Doha com 3:46.76. Assim, ele termina o ano com os dois melhores tempos nesta prova na Copa do Mundo.
Seus parciais:
54.51, 1:52.65 (58.14), 2:50.65 (58.00), 3:46.91 (58.26).
Velimir Stjepanovic da Sérvia foi o atleta mais aplaudido do dia pela sua segunda medalha. Chegou em segundo com 3:47.75. Stjepanovic é nascido em Abu Dhabi e treina em Dubai no Hamilton Aquatics.
O bronze da prova ficou para o britânico Stephen Milne com 3:48.61.

50 livre feminino –
Melanie Wright repetiu a vitória de Tóquio e novamente na casa dos 24. Aliás, todas as vencedoras dos 50 livre na Copa do Mundo 2015 nadaram para 24. Fez 24.72 contra os 24.92 que havia vencido em Tóquio.
O melhor tempo do circuito termina com a sua compatriota, Cate Campbell e os 24.30 feitos em Beijing.
Duas jovens nadadoras completaram o pódio. Marta Ciesla dos Estados Unidos em segundo com 25.31 e a tcheca Anna Kolarova em terceiro com 25.35.

200 peito masculino –
Estratégia, é a maior qualidade de Daniel Gyurta nos 200 peito. O tri campeão mundial da prova e campeão olímpico soube atacar na hora certa e venceu com 2:10.43. Seus parciais:
30.07, 1:03.52 (33.45), 1:37.14 (33.62), 2:10.43 (33.29).
O britânico Craig Benson chegou em segundo com 2:11.34 e o americano Kevin Cordes completou o pódio com 2:11.51. Cordes nadou a maior parte na liderança, mas o parcial final de 34.96 lhe tirou do ouro para o bronze.
Em sete vezes que os 200 peito foram disputados na Copa do Mundo de 2015, apenas Daniel Gyurta conseguiu vencer a prova duas vezes. Marcou 2:10.33 em Doha e agora 2:10.43.

200 costas feminino –
O duelo esperado entre Emily Seebohm e Katinka Hosszu foi fantástico. Do início ao fim. As duas começaram forte, surpresa ver Seebohm começar assim, já que Katinka tem sempre iniciado na frente.
Como esperado, Katinka tomou a liderança e ainda virou os 150 na frente. Nos metros finais, aquela arrancada incrível da australiana para a sua vitória com 2:06.94 contra 2:07.13 de Katinka.
Comparando os parciais das duas:
Emily 30.11, 1:03.18 (33.07), 1:36.05 (32.87), 2:06.94 (30.89)
Katinka 30.16, 1:02.46 (32.30), 1:35.23 (32.77), 2:07.13 (31.90)
A ucraniana Darina Zevina chegou num distante terceiro lugar com 2:11.07.

50 borboleta masculino –
Na sua terceira prova, a primeira vitória. Chad Le Clos venceu com 23.31 após grande saída mantendo a ponta até o final mesmo respirando duas vezes. O americano Giles Smith foi prata com 23.67 e o sérvio Ivan Lendjer chegou em terceiro com 23.74. Foi a terceira vitória de Le Clos nesta prova na temporada: 23.23 em Chartres, 23.43 em Doha e agora 23.31. O tempo de Chartres termina o ano como a melhor marca do circuito.

800 livre feminino –
Super negativo para a vitória de Lauren Boyle da Nova Zelândia. Liderando desde o início venceu com 8:25.96 depois de passar os primeiros 400 metros em 4:18.15 e voltou o segundo parcial com 4:07.81.
A britânica Jaz Carlin chegou em segundo com 8:30.79 e a alemã Sarah Koehler em terceiro com 8:35.16.
Boyle termina o circuito com três vitórias na prova, 8:26.46 em Chartres, 8:24.76 em Doha e 8:25.96 em Dubai. A marca de Doha foi o melhor tempo do circuito.

400 medley masculino –
Passando aperto, e só tomando a ponta no último parcial, para ser mais exato nos últimos 50 metros. Vitória do húngaro David Verraszto com 4:16.71 e completando sete vitórias, 100% de temporada perfeita para o vice campeão mundial nesta Copa do Mundo.
Verraszto em primeiro, Keita Sunama do Japão em segundo com 4:17.58 e o sul-africano Michael Meyer em terceiro com 4:18.78.
Sunama estava quase um segundo a frente de Verraszto na virada dos 350 metros. Sunama fechou o último 50 para 30.78 contra 29.04 de Verraszto.
Das sete vitórias de Verraszto, o melhor tempo veio na etapa de Moscou na abertura do circuito com 4:14.89.

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