VIVA OS RETORNOS!

Autor • Plínio Rocha
Fonte • Best Swimming – LANCE!

Viva Ian Thorpe! Viva Michael Klim! Viva Lisbeth Trickett (ainda não me acostumo a não escrever Lenton)! Viva Geoff Huegill!



Sim, viva os retornos na natação! Australiana, no caso, já que é lá que está aberta a temporada de cancelamento de aposentadorias precoces.



Huegill é um caso mais "antigo". Já voltou, fez lá uma coisinha ou outra, mas não foi tão emocionante. Mas os outros três prometem mais. Talvez menos com Klim, tudo bem, pela idade (tem 33 anos, mas parecia muito em forma no dia em que anunciou o retorno), mas os nomes de Libby e, principalmente, do Thorpedo vão dar uma boa movimentada nas raias mundo afora.



É legal quando esse tipo de gente volta a nadar. Por todos os motivos. Mexe com o mercado, atrai patrocinadores, atrai público, atrai a mídia. São rostos conhecidos, e sempre se cria uma expectativa do que esses caras ainda podem fazer. Com Thorpe vai além, claro, por ser quem é, o fenômeno que foi, que poderia ter sido, caso não tivesse interrompido a trajetória com apenas 24 anos. Mas, no geral, a presença de gente desse calibre engrandece competições.



E, também, convenhamos, é mais legal ver um atleta desse nível nadando. Para um público em geral, isso talvez seja o que mais importe. Imagine como será a publicidade de um Campeonato Australiano. Nomes e fotos deles todos impressos nos banners. E dos demais que já estão ali, claro, não dá para esquecer de gente como Eamon Sullivan, Leisel Jones e Stephanie Rice, só para citar três, por mais que a atual geração não seja das melhores produzidas por lá.



A natação é um dos esportes mais populares na Austrália. Cesar Cielo, lá, seria literalmente um rei. O brasileiro já tem uma fama acima do comum no Brasil, pelos motivos óbvios, mas no país dos cangurus tudo é levado no superlativo quando se trata de um nadador. Por isso, tenha a certeza de que apoio e motivação para que eles voltem a nadar de maneira competitiva não vão faltar.



Além disso, todos voltam num ano especial. Tem Mundial de piscina longa. Thorpe não vai nadar, porque não pode devido ao episódio do doping. Mas os três demais vão tentar integrar a equipe nacional. Podem não conseguir, é verdade. Mas vão dar trabalho. E, no mínimo, terão elevado o nível da seletiva local. Quem ganha com isso, além da natação em geral? A equipe australiana, claro, que tenta a todo custo reconquistar um espaço perdido e não deixar que a rivalidade com os Estados Unidos vire piada, já que o "team USA", hoje, é extremamente superior.



Quem será o próximo a cancelar a aposentadoria? Grant Hackett? Não seria um absurdo pensar na possibilidade. Quem sabe ele não se anime quando vir os antigos companheiros dando braçadas e subindo nos pódios por aí…