Autor • Redacao
Fonte • Best Swimming

Divulgação

Francis Crippen virou ícone do esporte

 

A convenção da USA Swimming realizada há duas semanas em Jacksonville aprovou uma nova regra para as águas abertas americanas. A partir de 1o de outubro, qualquer prova de águas abertas a partir dos 5 quilômetros deverá ter uma temperatura máxima de 29,45 graus Celsius, equivalente a 85 graus Farenheit.

 

A recomendação americana também vale para os eventos internacionais, ou seja, quando algum atleta da seleção americana for para algum Campeonato Mundial ou etapa da Copa do Mundo e a temperatura da água estiver acima destes 29,45 graus, os atletas americanos não irão participar.

 

A decisão é uma forma de protestar contra a FINA que este ano, pela primeira vez instituiu a temperatura máxima nas provas de águas abertas com a temperatura de 31 graus Celsius, equivalente a 87,5 Farenheit.

 

No Mundial de Shanghai, os americanos e alguns outros países boicotaram a prova dos 25 quilômetros indicando que a temperatura da água estava por volta dos 32 graus Celsius. A pressão foi tanto antes como durante a prova tentando anular a disputa.

 

O técnico brasileiro Rogério Arapiraca na oportunidade teve de protestar indicando que a temperatura estava abaixo dos 30 graus. Arapiraca portava um termômetro digital e por várias vezes gritava para a arbitragem indicando que as condições estavam legais.

 

A verdade é que tal indicativo de temperatura máxima "americana" é uma forma de apontar para isso o motivo da morte do nadador Francis Crippen que faleceu na última etapa da Copa do Mundo em Dubai no ano de 2010.

 

Até hoje, não se sabe o real motivo, e nunca vai se saber do que morreu Crippen. Colocar a culpa na temperatura d`água tem sido uma prática constante entre a mídia especializada, os jornalistas americanos, treinadores e dirigentes americanos.

 

Pouco, ou quase nada, se fala das condições de Francis Crippen, seu estado de saúde e principalmente o fato de estar participando de uma Copa do Mundo sem qualquer treinador, guia ou acompanhante.

 

As condições de segurança da prova de Fujairah foram ridículas e absurdas, todos sabem disso. Talvez uma das piores de todos os tempos. A temperatura da água estava acima dos padrões indicados, mas há algo neste episódio que jamais foi divulgado e nunca será de conhecimento público.

 

O relatório da morte do nadador feito por um grupo independente deveria ter sido publicado em fevereiro e só foi sair as vésperas do Mundial de Shanghai. No extenso relatório, condições cardiológicas, problemas com asma, combinados com fadiga, temperatura da água, condições naturais rigorosas são citadas sem qualquer indicação específica.

A causa mortis do relatório indica morte de afogamento por asfixia. Francis Crippen virou um ícone no esporte e sua perda foi decisiva para incrementar os cuidados e procedimentos com relação aos atletas praticantes das águas abertas. 

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