Leo de Deus nos 400 borboleta do Unisanta (Corinthians Natação)
Os 400 borboleta de Leonardo de Deus em um torneio regional da Federação Paulista motivou uma interessante conversa nas redes sociais destacando performances e treinos memoráveis no nado borboleta. É sabido que pela coordenação do nado e sendo o único que determina movimentos simultâneos dos braços acima d’água tem um consumo energético maior do que os demais.
Leo de Deus apenas utilizou os 400 borboleta como uma forma de treinamento. Especialista e líder do ranking sul-americano dos 200 borboleta, antes dos 4:20:74 de 400 borboleta ele havia vencido os 1500 livre com 15:47:94 e ficado em terceiro lugar nos 400 medley com 4:40:83.
A espanhola Mireia Belmonte perdeu os 200 borboleta na batida do Mundial de Barcelona. Foi uma das seis provas que a destacada nadadora espanhola cumpriu nos sete dias de competição. Na sua fase de preparação, Mireia nadou o Circuito Catalão e nadou “apenas” cinco provas num dia, numa delas, o mesmo que Leo de Deus, os 400 borboleta, com 4:29:23 depois de passar com 2:12:44 nos primeiros 200 metros.
Na década de 90, André Teixeira, hoje treinador no Minas Tênis Clube, fez história ao nadar um 800 borboleta num Circuito Carioca. Na mesma época, Patricia Silva do Londrina Country Clube dominava os 200 borboleta a nível sul-americano. No Campeonato Paranaense ela nadou os 1500 livre de borboleta e terminou em segundo lugar.
Se resultados em competições impressionam e as séries? A mais famosa é do mexicano Juan Veloz que quando nadava no Mission Viejo Nadadores na Califórnia cumpriu uma missão determinada pelo famoso treinador Bill Rose: 100 x 100 de borboleta a cada 1:30. Veloz fez uma média final de 1:09, sendo o pior para 1:12 e a melhor marca no último: 1:06. Veloz foi bronze nos 200 borboleta dos Jogos Pan Americanos de 2007 no Rio e até hoje detém os recordes nacionais de seu país nos 200 borboleta mesmo tendo se aposentado há 5 anos.
Juan Veloz do México (Esmas.mx)
A americana Mary Meagher dominou o nado borboleta no mundo nos anos 80. Títulos olímpicos e mundiais e recordes que duraram muito. O dos 100 foram 19 anos e os 200 ainda mais, 21 anos. Nada demais para quem fazia séries inteiras de borboleta, em média 4.000 metros. As vezes, “apenas” nado contínuo. Já pensou? 4 K de borboleta!
Aqui Mary Meagher ganhava o ouro nos 200 borboleta dos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984.
http://www.youtube.com/watch?v=uhDDyCvaEIY
A holandesa Inge de Bruin nem era nadadora de 200 borboleta, mas o programa que o treinador americano Paul Bergen trabalhava com ela exigia uma dedicação e tanto Séries de 10 x 400 de borboleta para quem só nadava 100!
Gregg Troy, Head Coach da Universidade da Flórida, é um dos adeptos da grande quantidade do nado borboleta no seu programa diário. Mais que isso, nas sextas-feiras, na Flórida não é “friday” e sim “flyday”, ou seja, o treino todo é executado de borboleta.
O desafio de nadar borboleta também foi levado ao extremo. Alguns praticam o nado nas provas de águas abertas. A canadense Vicky Keith foi a primeira a cruzar o Canal da Mancha nadando apenas borboleta. Ela não ficou só nisso, fez várias outras provas de borboleta. A “loucura” não é exclusividade dela, aliás existe até uma associação e com regras estabelecidas para os nadadores que completam as provas de águas abertas nadando borboleta.
Vicky Keith a primeira a cruzar o Canal da Mancha nadando borboleta (divulgação)
O espanhol Hector Ramirez Ballesteros é um destes. Ele tem inúmeras provas e conquistas nadando borboleta e a mais famosa foi o Estreito de Gilbratar que teve uma arrecadação com fundos beneficentes para a sua performance. Confira o vídeo abaixo.
https://www.youtube.com/watch?v=RGWvyjYjyS8&feature=player_embedded#at=56
O tema nos leva a recordar outro artigo da Best Swimming publicado em 2007 destacando nadadores que competem borboleta e nem treinam o nado. Confira o link clicando aqui.
Treinando borboleta ou não, é admirável o desafio dos atletas tentando alcançar os seus limites em busca de melhores resultados e maiores conquistas. Algo como esta de Michael Phelps, recordista mundial e maior nadador dos 200 borboleta da história que só praticava o nado em piscina curta e em séries onde manter a qualidade técnica era o principal objetivo.
O nado borboleta exige muito da coordenação de ondulação com o movimento das braçadas, algo que com a fadiga fica prejudicada. Ao nadar volume alto deste modo pode perder a posição correta do nado. Acredito que estas series ajudem principalmente no fator psicológico ao superar limites, mas é algo a ser executado sempre. Acredito que series curtas com qualidade seja a melhor forma de alcançar melhores objetivos.
Fica o lembrete do feito da nadadora baiana PATRICIA BRITO que completou a Travessia Mar Grande – Salvador em 1997 no nado borboleta!!!!!