Primeira competição de Joanna aos 7 anos, Português campeão do Peixinho Dourado 1994.

Primeira competição de Joanna aos 7 anos, Português campeão do Peixinho Dourado 1994.

Vai terminar onde tudo começou. Joanna de Albuquerque Maranhão Bezerra, 26 anos, anunciou que irá encerrar a sua vitoriosa carreira de nadadora nos dias 11 e 12 de abril no Torneio do Nordeste. em Recife, sua cidade natal e onde Joanna conseguiu suas maiores glórias como atleta.

Revelada na escolhinha de natação do Clube Português do Recife, Joanna fez parte de uma geração de grandes valores que fizeram sucesso nos Norte-Nordeste das categorias inferiores.

Vencer sempre foi uma constante na carreira de Joanna. Aprendeu isso desde pequena e se transformou numa diversão. Logo no seu primeiro Norte-Nordeste Mirim e Petiz em Fortaleza, maio de 1996, Joanna foi campeã dos 50 borboleta e prata nos 50 peito. Os anos de mirim e petiz ainda seriam marcados de muitas outras vitórias que não pararam quando passou a categoria infantil.

Seu primeiro Brasileiro foi o Ruben Dinard de Araújo em julho de 2000 em Salvador. Joanna, aos 13 anos de idade, estreava a nível nacional como campeã de três provas, 100 peito, 200 medley e 800 livre. No final do ano, no Brasileiro de Verão, mais três vitórias, agora trocando os 800 livre pela prova dos 400.

Neste mesmo ano, o seu primeiro Chico Piscina e mesmo enfrentando as fortes nadadoras da África do Sul, uma vitória na estréia nos 100 peito.

2001 seria a primeira experiência na Seleção Brasileira Juvenil. Joanna foi ao Troféu Mustapha Larfoui na África do Sul, ao Sul-Americano Juvenil de Medellin e ao Multinations na Polônia. O ano ainda terminaria especiall, primeiro título absoluto aos 14 anos. vencendo os 400 medley no Finkel.

Joanna comemora o índice para terceira Olimpíada em 2012.

Joanna comemora o índice para terceira Olimpíada em 2012.

Era a hora da Seleção Brasileira Absoluta. Sua primeira experiência em 2002, o Pan Pacífico de Yokohama. Desde então, Joanna esteve em três Olimpíadas (2004, 2008, 2012), em três Jogos Pan Americanos (2003, 2007, 2011), quatro Campeonatos Mundiais de Piscina Longa (2003, 2005, 2009, 2013), três Pan Pacíficos (2002, 2006, 2010), dois Mundiais de Curta (2004 e 2006).

Joanna encerra uma carreira com um total de 54 títulos nacionais absolutos. No Troféu Maria Lenk, sua estréia ainda foi no antigo Troféu Brasil de 2002 e de cara, uma vitória nos 200 medley em Brasília com 2:21:24. Desde então, foram 12 participações com 21 títulos.

No José Finkel, a estréia foi em 2001, e também com vitória sendo que nos 400 medley com 4:46:90 em Santos. Desde então, 13 participações e 20 títulos.

No Open, Joanna estreou em 2005, novamente em Santos, vencendo os 200 e 400 medley. Depois disso, sete participações e 13 títulos conquistados. Combinados estes títulos de Troféu Maria Lenk, Finkel e Open, fazem de Joanna a segunda maior vencedora da história da natação brasileira, atrás apenas de Fabíola Molina.

Joanna com Rosane Carneiro, sua treinadora olímpica em 2012.

Joanna com Rosane Carneiro, sua treinadora olímpica em 2012.

Joanna começa e termina no Português. Teve passagens por Náutico, Sport Recife, Nikita SESI, Pinheiros, Minas Tênis Clube, Flamengo. Foi treinada por Raul Fuentes, João Reinaldo da Costa Lima (Nikita), Josemildo Trigueiro (Nuno), Fernando Vanzela, Rosane Carneiro e Keycy Florêncio.

Joanna com Nuno seu treinador em 2004 e 2005.

Joanna com Nuno seu treinador em 2004 e 2005.

Sua estréia em Jogos Olímpicos foi o melhor resultado já alcançado na história da natação feminina do Brasil. Foi em Atenas 2004, então sob o comando do treinador Nuno, Joanna com apenas 17 anos foi a final dos 400 medley terminando na quinta colocação com um fantástico 4:40:00, até hoje recorde brasileiro. Naqueles Jogos, Joanna ainda integrou o revezamento 4 x 200 livre feminino do Brasil, sétimo colocado e outro recorde que se mantém intacto até hoje. A prova foi considerada a melhor performance de um revezamento feminino do Brasil em todos os tempos.

Em 2008 em Beijing, Joanna nadou três provas, 200 e 400 medley mais os 200 borboleta mas não passou das eliminatórias. Em Londres, em 2012, depois de passar mal e não poder nadar a sua melhor prova, os 400 medley, acabou chegando a semifinal dos 200 medley, ficando na 15a posição.

Nos Campeonatos Mundiais de Longa, o melhor resultado de Joanna foi em 2005 em Montreal. Na época, Joanna estava treinando em Gainesville com Gregg Troy e ficou na décima colocação dos 200 medley nadando para 2:16:99. Apenas 39 centésimos lhe tiraram aquela que seria sua primeira e única final de Mundial.

Em 2009, no Mundial de Roma, Joanna chegou a semifinal dos 200 medley. Veja a prova:

Aliás, final ela chegou, no Mundial de Curta, mas optou por não nadar. Foi no Mundial de Indianápolis em 2004. Joanna entrou com a oitava vaga para a final dos 400 medley mas abriu mão da final para reforçar o revezamento 4 x 200 livre. A equipe brasileira acabou na sétima posição.

Em Jogos Pan Americanos, Joanna estreou em Santo Domingo em 2003 com um bronze nos 400 medley. No Pan do Rio em 2007, bateu na trave nas duas, quarta colocada nas provas de 200 e 400 medley. Seu útlimo Pan, o melhor, prata nos 400 medley e bronze nos 200 medley.

Pódio dos 200 medley no Pan de 2011 em Guadalajara.

Pódio dos 200 medley no Pan de 2011 em Guadalajara.

A nível Sul-Americano, Joanna esteve em dois Sul-Americanos Juvenis. O primeiro em Medellin na Colômbia e mais um em 2003 em João Pessoa. São cinco títulos individuais conquistados. Depois na Seleção Absoluta, mais cinco Sul-Americanos e um total de 13 títulos.

Recordes é outra coisa que marcaram a carreira de Joanna. Recordista nacional infantil, juvenil, júnior, Joanna só não teve recordes absolutos no nado peito. É a única nadadora da história do Brasil recordista absoluta nos nados livre, costas, borboleta e medley.

Vai se aposentar como recordista brasileira em piscina longa nas provas de 800 livre, 200 borboleta, 200 e 400 medley, e na curta nas provas de 200 borboleta, 200 e 400 medley. Ainda são seus os recordes sul-americanos na longa dos 200 borboleta e 200 medley, e na curta dos 200 costas, 200 medley e 400 medley.

Se buscarmos sua maior adversária numa carreira tão expressiva, o nome da argentina Georgina Bardach é o que desponta logo na sua memória. As duas travaram belas batalhas tanto nos campeonatos nacionais, como sul-americanos e nos torneios internacionais.

Joanna e Georgina, Georgina e Joanna, a maior rivalidade da América do Sul.

Joanna e Georgina, Georgina e Joanna, a maior rivalidade da América do Sul.

No dia de maior glória de Georgina Bardach, o bronze dos 400 medley conquistado nos Jogos de Atenas em 2004, a argentina saiu direto do pódio para abraçar a Joanna e lhe entregar a coroa de louros dada aos três medalhistas. A imagem foi uma das coisas mais marcantes da carreira e desta rivalidade que tanto bem fez para a natação sul-americana.

Uma homenagem que valeu como uma medalha.

Uma homenagem que valeu como uma medalha.

Em busca de novos desafios, a carreira de Joanna como atleta está chegando ao fim. O Torneio do Nordeste de abril será a última oportunidade de vê-la competindo. Em casa, a coisa fica ainda mais especial e a natação pernambucana e do nordeste tem a obrigação de reconhecer a carreira de uma das suas maiores glórias.

A melhor prova da carreira de Joanna, o inesquecível 400 medley de Atenas 2004.

Sucesso Joanna na sua nova jornada!

Sucesso Joanna na sua nova jornada!

2 respostas
  1. Alexandre Madsen
    Alexandre Madsen says:

    Parabéns, Joanna Maranhão!!! Uma carreira marcada por alegrias e tristezas, mas, acima de tudo, por superação e força de vontade para superar os obstáculos da vida. A comunidade aquática brasileira te aplaude de pé!!! Bravo!!!

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