Arkady Vyatchanin

Arkady Vyatchanin

A mudança de nacionalidade é algo que afeta o esporte de uma forma geral. Uma matéria do Globoesporte.com destaque que a Copa do Mundo no Brasil poderá ter 106 jogadores naturalizados. A Argélia, segundo o levantamento, lidera a lista com 21 jogadores pré-convocados que não nasceram no país. E mais, apenas cinco das 32 seleções não tem nenhum jogador naturalizado (Brasil, Colômbia, Coréia do Sul, Honduras, Rússia).

Veja a matéria no Globoesporte.com:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2014/05/copa-pode-ter-ate-106-naturalizados-pre-lista-da-argelia-conta-com-21.html

Nos recentes Jogos Olímpicos de Sochi, 120 dos 3.000 atletas participantes representaram países diferentes de onde nasceram. Canadá com 9 seguido de Rússia e Estados Unidos com 7 são os países que mais tiveram atletas nascidos em outras nações em suas equipes. Tivemos até dois países que tinham toda a sua delegação composta por atletas não nascidos em seus territórias: Israel e Azerbaijão.

A “globalização” do esporte tem várias correntes. Uma delas é a financeira onde atletas deixam seus países em busca de um melhor reconhecimento e perspectiva. Na natação, isso não é muito comum por ser um dos esportes menos profissionais do mundo, mas o Catar tentou contratar vários nadadores internacionais para a sua seleção que sediava os Jogos da Ásia em 2006. Nomes como Roland Schoeman da África do Sul, Domenico Fioravanti da Itália e o croata Duje Draganja estiveram bem próximo de assinar com os catarianos.

Mirna Jukic bronze em 2008

Mirna Jukic bronze em 2008

Outra forma de “imigração” no esporte competitivo é a oportunidade de melhores condições, nem sempre ligadas a questão financeira, mas a questões políticas e até de segurança. A família Jukic é um bom exemplo disso. Mirna e Dinko nasceram na Croácia, onde o pai Zelijko foi jogador de basquete da antiga Iugoslávia. Preocupado com o futuro da família, os Jukic imigraram para a Áustria onde seus filhos viraram olímpicos. Mirna foi medalhista de bronze dos 100 peito em Beijing em 2008 e Dinko foi campeão mundial júnior no Brasil em 2006 e disputou a Olimpíada de 2012.

Gabrielle Rose.

Gabrielle Rose.

A troca de nacionalidades é vista com frequência, mas a re-troca é mais difícil, embora também aconteça. Um caso famoso para a natação brasileira aconteceu com Gabriele Rose que nasceu no Rio de Janeiro e mesmo morando por anos nos Estados Unidos optou pela cidadania brasileira tendo representado o nosso país nos Jogos Pan Americanos de 1995 e a Olimpíada de 1996 em Atlanta. Na volta, Gabriele optou por mudar a cidadania para a americana e no Pan de 1999 e nos Jogos de Sydney em 2000 ela defendia o time americano.

As mudanças de nacionalidade podem também ser involuntárias. Falamos das mudanças políticas e regionais que os países passam. Milorac Cavic que ficou famoso como o medalhista de prata nos Jogos de Beijing nos 100 borboleta perdendo para Michael Phelps por um centésimo quando representou a Sérvia.

A famosa chegada dos 100 borboleta de Beijing 2008.

A famosa chegada dos 100 borboleta de Beijing 2008.

Cavic nasceu em Anheim, na Califórnia, Estados Unidos onde chegou a ser recordista nacional de high school na prova dos 50 livre. Em 2000, nos Jogos de Sydney com apenas 16 anos representou a Iugoslávia, país de seus pais. Com a mudança de nome e territórias, Cavic voltou em 2004 agora nadando pela Sérvia & Montenegro, e finalmente em 2008 pela Sérvia, país que representou até a sua aposentadoria após Londres em 2012, sua quarta Olimpíada.

Em 2005, a Best Swimming publicou um artigo “Nasceu aqui e compete por lá” confira a lista:
http://www.bestswimming.com.br/2013/2005/01/03/nasceu-aqui-mas-compete-por-l-2594/

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