O dia foi bom, mas para o Canadá foi melhor, foi ótimo, para os Estados Unidos, péssimo. Veja o que aconteceu no primeiro dia da natação do Pan de Toronto prova a prova:

100 livre feminino –

Larissa Oliveira. Jogos Pan-americanos, Natacao no Aquatics Centre. 14 de julho de 2015, Toronto, Canada. Foto: Satiro Sodre/SSPress

Larissa Oliveira. Jogos Pan-americanos, Natacao no Aquatics Centre. 14 de julho de 2015, Toronto, Canada. Foto: Satiro Sodre/SSPress

Nem Natalie Coughlin, nem Arianna Vanderpool, a campeã dos 100 livre foi a canadense Chantal Van Landeghem, um gigante de altura e maior ainda na água para vencer com novo recorde de campeonato de 53.83, décimo tempo do mundo e se tornar na primeira nadadora do Canadá a nadar abaixo dos 54 segundos. Arianna Vanderpool de Bahamas abriu na frente, de novo, 25.46, Natalie Coughlin em segundo com 25.74, a canadense em terceiro com 25.79.
Larissa Martins virou em quinto com 26.30, Graciele Herrmann em sexto com 26.34.
A volta enquanto Arianna e Natalie “brigavam”, Chantal crescia, e muito. E finalizando mais forte levou com 53.83. Natalie Coughlin piorou dos 53.85 que havia feito na eliminatórias para 54.06 e ficou com a prata e Arianna também piorou dos 54.00 da manhã para 54.15 e levou o bronze.
Larissa Oliveira manteve a quinta posição marcando 54.61 igualando o recorde sul-americano que já era seu e Graciele Herrmann chegou logo atrás em sexto com 55.01 melhorando meio segundo do que havia feito nas eliminatórias.
Chantal Van Landeghem quebrou o recorde canadense dos 100 livre que era de Erica Morningstar desde 2007 de 54.08.

100 livre masculino –

Marcelo Chierighini. Jogos Pan-americanos, Natacao no Aquatics Centre. 14 de julho de 2015, Toronto, Canada. Foto: Satiro Sodre/SSPress

Marcelo Chierighini. Jogos Pan-americanos, Natacao no Aquatics Centre. 14 de julho de 2015, Toronto, Canada. Foto: Satiro Sodre/SSPress

Não foi a primeira vez que os 100 livre masculino do Brasil ficaram devendo. No Maria Lenk também tínhamos uma expectativa maior que não se configurou. A vitória foi do argentino Federico Grabich com 48.26 repetindo José Meolans, campeão do Pan de 2003. Na época, Gustavo Borges era o favorito e ficou no bronze. Algo similar aconteceu em Toronto. Grabich campeão e Marcelo Chierigihini no bronze. Matheus Santana terminou em sétimo lugar.
Chierighini passou na frente, 22.76, nadava forte e saiu melhor do que havia feito na eliminatória. Entretanto, o nadador da volta não foi o mesmo da passagem. Caiu a frequência, e sentiu. Marcou 48.80 e terminou em terceiro lugar. Grabich virou em terceiro com 22.95, voltou forte e nadou pela segunda vez na casa do 48, quebrando o seu próprio recorde nacional estabelecido na manhã de 48.60 para 48.26. O jovem e baixinho canadense Santo Condorelli passou em segundo nos primeiros 50 metros, 22.77 colado em Chierighini e, com muita raça, voltou forte finalizando com 48.57, medalha de prata para o Canadá.
Matheus Santana nadou na raia 8, tentou passar mais forte, passou mais duro. Parcial foi 23.50, meio segundo abaixo do que havia feito pela manhã, patinou muito, e na volta cansou como nunca. Terminou em sétimo com 49.58.

200 borboleta feminino –

Joanna Maranhao. Jogos Pan-americanos, Natacao no Aquatics Centre. 14 de julho de 2015, Toronto, Canada. Foto: Satiro Sodre/SSPress

Joanna Maranhao. Jogos Pan-americanos, Natacao no Aquatics Centre. 14 de julho de 2015, Toronto, Canada. Foto: Satiro Sodre/SSPress

A prova era canadense, e foi, mas a emoção foi global. Audrey Lacroix do Canadá se mudou de Montreal para treinar em Toronto desde abril. Na “sua piscina” fez a “sua prova”. Liderou desde o início com 28.66, 1:00.34 (31.68), 1:33.46 (33.12) e 2:07.68 (34.22). Tempo muito próximo do que havia feito em sua prova no Mare Nostrum na Europa em junho com 2:07.63 tempo que lhe deixa como a sétima do mundo em 2015.
A briga de Joanna Maranhão pelo bronze, quase virou prata. Joanna saiu controlada, mas imprimindo um ritmo mais forte. Virou os primeiros 50 metros em quarto e já na virada dos 100 era a terceira colocada, posição que segurou até o final. Seus parciais 29.39, 1:01.84 (32.45), 1:35.14 (33.30) e 2:09.38 (34.24).
Kate Mills dos Estados Unidos que havia se classificado com o melhor tempo de 2:08:89 piorou, ficou em segundo apenas sete centésimos a frente de Joanna com 2:09.31.
A venezuelana Andreina Pinto fechando muito bem chegou próximo de Joanna e terminou com um quarto lugar com 2:09.51, novo recorde nacional da Venezuela. E já não bastava de emoção ainda teve uma excelente performance de Manuella Lyrio vencendo a final B com 2:13.37 com parciais de 30.60, 1:04.58, 1:38.78 e 2:13.37.

200 borboleta masculino –

Leonardo de Deus. Jogos Pan-americanos, Natacao no Aquatics Centre. 14 de julho de 2015, Toronto, Canada. Foto: Satiro Sodre/SSPress

Leonardo de Deus. Jogos Pan-americanos, Natacao no Aquatics Centre. 14 de julho de 2015, Toronto, Canada. Foto: Satiro Sodre/SSPress

O ouro de Leo de Deus era esperado, mas veio premiado, primeiro com uma grande marca, segundo com muita emoção. Leo venceu e se tornou no segundo bi campeão da história dos 200 borboleta com 1:55.01, novo recorde panamericano batendo a marca que era de Kaio Márcio desde 2007 com 1:55.45.
Mauricio Fiol do Perú foi prata com 1:55.15 e o canadense Zack Chetrat bronze nadando na raia 1 com 1:56.90, ambos quebrando os recordes nacionais de seus países.
Fiol abriu na frente e se manteve aí até a altura dos 150 metros. Quando se pensava que Leo tinha o comando da prova, nos últimos 25 metros o peruano voltou a carga e quase ganha do brasileiro. Leo ficou muito próximo de quebrar o 1:55 e fazer o sonhado e desejado 1:54. Um erro na chegada lhe impediu disso. Seus parciais foram 26:15, 54.70, 1:24.47 e 1:55.01.
Fiol já havia quebrado o seu próprio recorde peruano na eliminatória com 1:56.81, agora entrou para o top 10 do mundo com 1:55.15. Zack Chetrat do Canadá com 1:56.90 quebrou o recorde de Stefan Hirniak desde 2010 com 1:57.01.
Kaio Márcio fez uma prova equilibrada, saiu forte, e depois de quatro consecutivos Panamericanos medalhando na prova, perdeu o recorde e ficou de fora do pódio. Terminou na quinta posição com 1:58.57.
Seus parciais 26.11, 55.99 (29.88), 1:26.67 (30.68), 1:58.51 (31.84).

Revezamento 4×100 livre feminino –

Jogos Pan-americanos, Natacao no Aquatics Centre. 14 de julho de 2015, Toronto, Canada. Foto: Satiro Sodre/SSPress

Jogos Pan-americanos, Natacao no Aquatics Centre. 14 de julho de 2015, Toronto, Canada. Foto: Satiro Sodre/SSPress

A natação tem disso, você perde e ao mesmo tempo ganha. Foi assim com este bronze dourado das meninas do 4×100 livre. A expectativa era de três nadando para 54 e um 53 alto, pois saiu exatamente isso e o recorde sul-americano foi dizimado por mais de três segundos.
O Canadá queria e aconteceu o ouro 3:36.80 batendo os Estados Unidos prata com 3:37.01. Nem aquele recorde de campeonato das americanas na eliminatória intimidou as canadenses com 3:37.28.
O Canadá abriu na frente, se manteve pelos primeiros 200 metros, perdeu a liderança na terceira nadadora, mas fechando com Chantal Van Landeghem repetiu-se a final contra Natalie Coughlin da prova e levou com mais um recorde panamericano.
Estados Unidos prata e o Brasil apenas 38 centésimos atrás com Larissa Oliveira abrindo 54.67 depois de passar 26.43, Graciele Herrmann em segundo 54.62 passando com 25.78, Etiene Medeiros e o melhor parcial da equipe com 53.99 e uma passagem de 25.63 e Daynara de Paula fechando com 54.37. Um tempaço de 3:37.39. Tempo de nível de final olímpica! Para entrar na final de Londres foi necessário 3:38.21, este 3:37.28 teria sido sexto lugar na última Olimpíada.

Revezamento 4×100 livre masculino –

Matheus, Bruno, Joao de Lucca, Marcelo. Revezamento 4x100 livre. Jogos Pan-americanos, Natacao no Aquatics Centre. 14 de julho de 2015, Toronto, Canada. Foto: Satiro Sodre/SSPress

Matheus, Bruno, Joao de Lucca, Marcelo. Revezamento 4×100 livre. Jogos Pan-americanos, Natacao no Aquatics Centre. 14 de julho de 2015, Toronto, Canada. Foto: Satiro Sodre/SSPress

A vitória veio e fechamos o dia com mais um ouro. A marca 3:13.66 nos deu o quinto Panamericano consecutivo nesta prova e quebramos o recorde de campeonato que era do time de 2011 em Guadalajara.
Matheus Santana abriu em quinto lugar com 49.28 depois de passar com 23.85. João de Lucca foi o segundo marcando 48.06 e nos colocando na segunda posição. Bruno Fratus aloprou nos primeiros 50 metros com 22.62 e tomamos a liderança com um parcial de 48.56. Marcelo Chierighini pulou na água para passar novamente com 22.76, o mesmo parcial da prova, desta vez mais controlado e fechando melhor para 47.76.
O Canadá que abriu em primeiro com nova melhor marca pessoal para Santo Condorelli foi prata com 3:14.32. Condorelli fez 47.98. Os Estados Unidos foram um bronze, discreto e distante, 3:16.21. A Argentina quarto lugar, novo recorde nacional com 3:17.41 e Grabich quebrou o seu recorde argentino pela terceira vez no dia com 48.11.

5 respostas
  1. DDias
    DDias says:

    O pessoal tá pegando pesado no desespero… nem sabemos quem está polido ou quem não está para o Pan. Se todos estão no “meio descanso”, o resultado é razoável.Não sabemos se o Santana aguenta dois polimentos em sequencia, o Latuf deve ter deixado ele descansar só um pouco.E de todos no reveza, ele é o que menos podemos cobrar, tem apenas 19 anos, tem muito o que aprender. Todos nesse revezamento terão que melhorar, sem exceção.

  2. Rafael Oliveira
    Rafael Oliveira says:

    No 4x100m livre masculino só falta um quarto homem, ou melhor, alguém abrindo para 48 muito baixo ou 47 alto, para chegar a pódio no Rio 2016. O De Lucca e o Chierighini como segundo e terceiros homens e o Cielo fechando é o ideal. Agora, com relação ao quarto homem o Matheus Santana é a escolha, mas ele tem que voltar a nadar e evoluir como anteriormente, além dele tem muita gente boa: Fratus (desde que não “morra” tanto na volta), Nicholas Oliveira, Alan Vitória, Vinícius Waked e até mesmo os garotos Felipe Ribeiro e Pedro Spajari.

  3. Flávio
    Flávio says:

    O que houve com a natação do Matheus Santana?

    Marcelo fez um parcial bem competitivo fechando a prova, João de Lucca tá consistente, Cielo ainda será o fiel da balança, porém precisamos do quarto homem, Santana tá ficando pra trás.

  4. Carlos Baiano
    Carlos Baiano says:

    Coach, é preocupante a situação do nosso revezamento 4x100m masculino. Chierighini não consegue repetir seus melhores tempos; Santana parece que desaprendeu a nadar; Fratus e de Lucca parecem não ser capazes de oferecer um parcial inferior a 48. A esperança de um pódio em Kazan já não existe. E, pras olimpíadas, as chances vão ficando mais remotas…

  5. Roberto Falcão Palhares
    Roberto Falcão Palhares says:

    Sensacional o revezamento feminino. Provavelmente nas Olimpíadas as componentes serão as mesmas . Mas há outras candidatas: Alessandra Marchioro, Gabrielle Roncatto, Dayane Becker, Natália deLuccas e outras. Vai sair faísca na definicão deste Reveza.

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