40 estrelas para brilhar no Rio #8 Katinka Hosszu

Não existe no nosso esporte um atleta que tenha conquistado mais medalhas, nadado mais provas e acumulado mais dinheiro em prêmios e bonus do que Katinka Hosszu. A húngara virou Dama de Ferro depois de nadar e nadar, vencer e vencer tantas provas em uma etapa da Copa do Mundo de Bejing. Foi a imprensa chinesa que deu o apelido, que virou universal e mais que isso, virou sua própria assinatura. Hoje, “Iron Lady” é uma linha de produtos da Arena, o título de seu primeiro livro e um estilo de vida, de competir, nadar muito, e principalmente faturar.

Katinka Hosszu já venceu tudo, ou melhor, quase tudo. Tem uma coisa que ela não tem e por conta disso, mudou a sua vida. Mesmo tendo participado de três Olímpiadas (2004, 2008, 2012), Katinka nunca ganho u uma medalha.

Quem conhece a nadadora, seu perfil, sua determinação, sabe que ela não quer vir ao Rio para passear, nem mesmo ganharuma medalha, mas sim o ouro e se possível com recorde mundial.

A frustração maior veio em Londres 2012. Na época, Katinka chegava como uma das favoritas ao título. Encerrava uma carreira de nadadora universitária pela USC, University of Southern California, nos Estados Unidos. Fazia parte de um seleto grupo do famoso treinador americano Dave Salo.

Os resultados foram os piores possíveis. Um quarto lugar para quem esperava vencer com recorde mundial nos 400 medley, seguido de um oitavo nos 200 medley e dois nonos, nos 200 borboleta e no revezamento 4×200 livre.

Era o fim da relação com Salo. O fim para um período de conflito, onde Katinka queria treinar mais, mais atenção, um trabalho específico e voltado para ela. Sem sucesso nos resultados e nem na relação com Salo, Katinka inicia uma nova relação, ou melhor, um ajuste na relação já existente com o namorado Shane Tusup.

Recém casados

Na lua de mel, onde Katinka nadou 3.000 metros

Colega de faculdade, os dois namoravam há dois anos, e Shane passou a ser o seu treinador particular. Sem experiência, sem resultados, Shane surpreendeu a todos, mudando o programa de treinamento e principalmente no roteiro de competições. Katinka passou a nadar tudo, sempre e a toda semana. Onde havia competição, premiação em dinheiro, lá estava Katinka.

Desde então, para quem nunca tinha participado de uma Copa do Mundo, Katinka virou a Rainha do evento, absoluta nos anos de 2012, 2013, 2014 e 2015. Entre prêmios e bonus, apenas de competições, Katinka se tornou na primeira nadadora do mundo a ganhar mais de um milhão de dólares. Isso sem contar os patrocinadores.

Katinka Hosszu recebe o ouro dos 400 medley no Maria Lenk 2014 

O ritmo itinerante não tem fronteiras. No Brasil, foi a nadadora estrangeira mais bem paga que representou um clube e participou da conquista do Troféu Maria Lenk pelo Corinthians em 2014 depois de 48 anos de jejum. Nos Estados Unidos, venceu por duas vezes o Arena Pro Swim Series, circuito americano de Grand Prixs. Na França, venceu o Golden Tour, também outra sequência de competições.

Brilhou no Mare Nostrum, no Sette Colli da Itália, em torneios na África e na Copa do Mundo, ali, se tornou soberana, chegando a vencer um total de 11 provas numa única etapa, recorde absoluto do torneio.

Na Hungria, onde é capa de revistas, aparece em comerciais e programas de TV com frequência, faz campanhas de produtos Katinka virou a primeira nadadora da história a nadar todas as provas do Campeonato Nacional na mesma edição. Motivo de orgulho para os húngaros, Katinka detém um total de 32 recordes nacionais absolutos do país.

Recordes húngaros  em piscina longa 

Toda esta senda de vitórias começou cedo. Com apenas 15 anos de idade, Katinka foi bronze no Europeu de Piscina Curta de 2004 na prova dos 400 medley. Foi neste ano de 2004 que Katinka estreava nos Jogos Olímpicos em Atenas onde ficou em 31o lugar nos 200 livre nadando para 2:04.22.

Recordes húngaros em piscina curta 

O Mundial de 2009 em Roma foi especial para Katinka. Lá venceu suas primeiras medalhas em Mundiais, bronze nos 200 medley e 200 borboleta, mas principalmente pela vitória nos 400 medley. Seu primeiro título em ano que foi eleita como a Atleta do Ano na Hungria.

Uma das coisas mais impressionantes na carreira de Katinka é a sua capacidade de reagir. No Mundial de Piscina Curta em Doha, no Catar no ano passado, Katinka sofreu um duro e duplo revés perdendo o título e o recorde mundial dos 400 medley e os 200 borboleta naa etapa de abertura para a espanhola Mireia Belmonte.

Era o primeiro dos cinco dias de competição e quando se esperava o pior de Katinka lá vem ela com ouros nos 100 e 200 costas, 100 e 200 medley, prata nos 200 livre, bronze nos 50 costas. Oito medalhas individuais, mais um dos tantos feitos inéditos em sua carreira.

Vitória de Katinka nos 100 costas em Doha 2014.

No último Mundial, em Kazan, foram sete provas individuais. Numa delas, os 100 costas, Katinka acabou abrindo mão das semifinais dos 100 costas, mesmo tendo feito o melhor tempo das eliminatórias. O motivo foi concentrar forças nos 200 medley no qual acabou quebrando o recorde mundial da prova com 2:06.12.

Recentemente, Katinka esteve no Europeu de Curta em Netanya, Israel. Foram seis vitórias, nas três provas de costas (50,100 e 200) e nas três provas de medley (100, 200 e 400 medley) com dois novos recordes mundiais nos 100 e 400 medley.

Contabilizando apenas Campeonatos Mundiais e Europeus, em Longa e Curta, Katinka soma 53 medalhas, 30 delas de ouro, 13 de prata e 10 de bronze. Só falta a Olímpica, motivo de todo o esforço que tem se submetido durante os últimos anos.

Perfeiccionista, é assim que o marido e treinador Shane Tusup define a esposa e nadadora. Quem esteve no Maria Lenk de 2014 viu um treinador brigão, reclamão e exigente. A relação é assim, ele diz que ela é que quer tudo, enquanto vibra, pula e salta a cada resultado e conquista de Katinka.

A carreira de nadador de Shane foi modesta. Não chegou a nenhuma seleção e sua passagem pela USC também foi discreta. Teve uma coisa que Katinka nunca sofreu, uma lesão que lhe afastou por uma temporada inteira e acabou com sua carreira de atleta. Se formou em Performance Humana e Katinka virou a sua primeira atleta.

Tatuado com Iron Lady

Katinka vai estar no Rio 2016. Será sua quarta Olimpíada, mas já garantiu que não será a última. Aos 26 anos se sente forte e determinada para seguir até Tóquio 2020. Só não quer esperar até lá para ganhar a sua primeira medalha olímpica, e conhecendo a Dama de Ferro, o ouro já vem no Rio no próximo ano.

Na série até agora:
#1 Therese Alshammar, Suécia
#2 Laszlo Cseh, Hungria
#3 Adam Peaty, Grã-Bretanha
#4 Nathan Adrian, Estados Unidos
#5 Ruta Meilutyte, Lituânia
#6 Shiwen Ye, China
#7 Katinka Hosszu, Hungria

Link:
https://bestswimming.swimchannel.net/jogos-olimpicos-2016/40-estrelas/

Próximo da série:
Ryan Lochte, Estados Unidos