40 estrelas para brilhar no Rio 2016 #9 Ryan Lochte

Um ano mais velho que Michael Phelps, Ryan Lochte não foi um destacado nadador nas categorias inferiores. Era bom nadador, Phelps já era ótimo desde os 10 anos de idade quando estabeleceu o seu primeiro recorde americano, os 1500 metros nado livre.

Lochte só foi brilhar mesmo quando chegou a Universidade da Flórida, foi lá, sob a tutela de Gregg Troy que se transformou no nadador mais medalhista da história, mais até que Michael Phelps. São 89 medalhas contando aí Jogos Olímpicos, Campeonatos Mundiais de Piscina Longa e Curta, Pan Pacífico e Jogos Pan Americanos. Phelps tem 77.

A diferença de Lochte e Phelps é mais evidente na curta. É lá que Lochte talvez seja o melhor nadador de todos os tempos em piscina curta. Nos Mundiais de Curta tem 38 medalhas, 21 delas de ouro, o maior da história.

Detém todos os recordes de medley em piscina curta, os 100, 200 e 400 metros. Na longa, apenas os 200 medley.

Recorde mundial de Lochte nos 200 medley em piscina longa 

Também foi destacada a sua passagem pelas temporadas universitárias. Em jardas, Lochte foi absoluto. Sete vezes campeão do NCAA e 24 vezes All American, que são o número de finais alcançados em quatro anos de disputa.

Filho de pai americano, mãe cubana, os dois são treinadores de natação, e foram os responsáveis pelo seu início no esporte. Nascido em New York, foi na mudança para Daytona Beach, na Flórida, que os pais encontraram emprego e Lochte o prazer de nadar.

Em 2003, nos Jogos Pan Americanos de Santo Domingo, Lochte pegou a sua primeira seleção americana aos 18 anos de idade. Foi apenas para nadar o revezamento 4×200 livre que terminou com a medalha de ouro. Na época, era permitido que nadadores extras disputassem as eliminatórias e Lochte fez o melhor tempo tanto nos 200 como nos 400 medley.

Jul 28, 2012; London, United Kingdom; Ryan Lochte (USA) poses with his gold medal after winning the 400m individual medley finals during the 2012 London Olympic Games at Aquatics Centre. Mandatory Credit: Rob Schumacher-USA TODAY Sports

No ano seguinte, Lochte disputaria seu primeiro Olympic Trials e sua primeira seleção olímpica. Em Atenas 2004, Lochte foi ouro no 4×200 livre e prata nos 200 medley. Seu primeiro título olímpico veio em 2008, em Beijing. Ganhou os 200 costas no mesmo dia que foi bronze nos 200 medley. Ainda ganhou ouro no 4×200 livre e bronze nos 400 medley.

Na última Olimpíada em Londres 2012, Lochte venceu os 400 medley, de ponta a ponta e sem adversários. Foi prata nos 200 medley e bronze nos 200 costas. Nos revezamentos, novamente ouro no 4×200 e prata no 4×100 livre.

No total, são 11 medalhas olímpicas, 5 de ouro, 3 de prata, e 3 de bronze.

Os pais de Lochte dizem que ele nunca foi muito interessado na natação competitiva. O pai até brinca que ele passava mais tempo no chuveiro do que nas aulas de natação. A mudança de atitude veio ao final do high school antes de ingressar na universidade. O próprio Lochte gosta de dizer: “cansei de só perder”.

A carreira vitoriosa lhe transformou em um dos melhores do mundo. Na escolha da FINA, já venceu o Troféu de Melhor do Mundo três vezes.

Melhores marcas pessoais

O que Lochte nunca perdeu foi seu jeito “cool” de ser. Conhecido pelos seus tênis extravagantes, meias coloridas e até o grillz nos dentes, artefato que combina mais com os rappers americanos do que com um nadador olímpico.

Lochte & seus tênis 

Diferente de Phelps, que é mais reservado, Lochte é conhecido por seu jeito festeiro. Em festas, é comum pagar a conta para os amigos ou um “shot para todos na minha conta”, já se ouviu muitas vezes nos night clubes de Jacksonville, na Flórida, onde viveu a grande parte da sua carreira.

Depois do Mundial de Barcelona em 2013 ele deixou a Flórida. Se mudou para a Carolina do Norte, agora treina com Dave Marsh. Um treino menor, mais específico, de melhor qualidade.

Comercial da Gatorade com Lochte 

Segundo a revista Forbes, Ryan Lochte tem algo em torno de 2,3 milhões de dólares resultado de seus patrocínios com Speedo, Mutual of Omaha, Gillette, Gatorade, Procter and Gamble, Ralph Lauren, Nissan e AT&T. Já apareceu em inúmeros programas de televisão e até ganhou uma temporada (fracassada) de um reality show “What Would Ryan Lochte do?”.

Clip do “What Would Ryan Lochte do?”

Lochte também criou uma marca registrada, “Jeah”, que não quer dizer absolutamente nada, mas está registrada na U.S. Patent & Trademark Office em seu nome.

Versatilidade sempre foi sua característica. Lochte desde jovem nadava todas as provas de livre, dos 50 aos 1500 livre. No seu primeiro Olympic Trials, em 2004, estava balizado na série principal dos 1500, mas depois de conseguir a vaga nos 200 medley e no revezamento 4×200 livre, a raia ficou vazia.

O incrível trabalho submerso de Lochte

No medley, domina o borboleta, é absoluto no costas, tem problemas no peito, mas é implacável no crawl. O peito piorou ainda mais com a lesão de 2013. Diz que foi atacado por uma fã e acabou tendo um rompimento de ligamentos. Antes, já havia tido um acidente de scooter durante a carreira na Flórida que também lhe deixou um tempo sem poder fazer a pernada de peito.

Lochte vai para a sua quarta Olimpíada no Rio. Chega com 32 anos de idade e vai ser bem mais seletivo do que nas anteriores. Seu programa de provas sempre foi segredo revelado na véspera, mas deve ser bem mais reduzido. Para Thiago Pereira até revelou que em Londres 2012 foi a sua última vez que nadaria a prova dos 400 medley.

Vai ser muito bom ter Ryan Lochte pela primeira vez no Rio. Ele já foi contratado para nadar pelo Pinheiros em 2011, mas acabou não vindo por problemas com o visto. O “calochte” da época nunca foi bem explicado.

As sempre engraçadas entrevistas de Lochte 

https://www.youtube.com/watch?v=pLbtxKQl1Ys

A presença de Lochte sempre encanta a todos. Ele é engraçado nas entrevistas, popular com os fãs e figura de destaque na piscina. Em agosto, durante a Olimpíada, com certeza vamos ter alguns “Jeah” ditos por ele nesta que deve ser a sua última participação olímpica. Jeah!

Na série até agora:

Na série até agora:
#1 Therese Alshammar, Suécia
#2 Laszlo Cseh, Hungria
#3 Adam Peaty, Grã-Bretanha
#4 Nathan Adrian, Estados Unidos
#5 Ruta Meilutyte, Lituânia
#6 Shiwen Ye, China
#7 Katinka Hosszu, Hungria
#8 Ryan Lochte, Estados Unidos

Veja a série:

Na próxima semana: Florent Manaudou, França