40 estrelas para brilhar no Rio 2016 #12 Emily Seebohm

Não foi desculpa, mas Emily Seebohm reconheceu que as mídias sociais lhe deixaram perturbadas durante os Jogos Olímpicos de Londres em 2012. A nadadora quebrou o recorde olímpico da prova nas eliminatórias com 58.23. Ainda foi o melhor tempo nas semifinais com 58.39 e entrava na final como grande favorita.

Desapontada entrevista em Londres 2012 

https://www.youtube.com/watch?v=pSM8bIbm8GE

Sua maior adversária era Missy Franklin, a jovem americana de 17 anos e que saía da semifinal dos 200 livre com apenas 12 minutos de descanso para a final dos 100 costas. As mensagens, postagens e milhões de compartilhamentos deixaram Seebohm extasiada. Perdia horas e horas nas redes sociais entusiasmada com suas performances.

Campeã dos 100 costas em Kazan

Na final, Seebohm passou na frente com 28.57, Missy em segundo com 28.82. Na volta, melhor para a americana, 58.33 contra 58.68 de Seebohm. O tempo feito na eliminatória seria o suficiente para o ouro.

Embora já fosse uma “veterana” olímpica com apenas 20 anos, Seebohm fez em Londres sua segunda Olimpíada. Esteve em Beijing 2008 quando com apenas 16 anos de idade ficou em nono lugar apenas 13 centésimos distante da sua primeira final olímpica. Menos mal que teve a oportunidade de nadar o revezamento 4×100 medley da Austrália nas eliminatórias e que acabaria com o ouro na final.

Em dois Jogos Olímpicos, Emily Seebohm acumula quatro medalhas olímpicas, dois ouros nos revezamentos 4×100 medley em 2008 e 4×100 livre em 2012, duas pratas nos 100 costas em 2012 e 4×100 medley em 2012. Para o Rio, ela promete estar focada em repetir o que conseguiu no ano passado quando foi absoluta no Mundial de Kazan, vencendo os 100 e 200 costas, e ficando distante das redes sociais.

Campeã mundial dos 200 costas em Kazan 

A carreira de Seebohm foi destacada desde o início. Aos 14 anos de idade já era campeã nacional. Foi em 2007 quando ganhou uma vaga na Seleção Principal que foi ao Mundial de Melbourne terminando na 4a colocação nos 100 costas e 14o nos 50 costas. Levou sua primeira medalha internacional com o ouro no 4×100 medley.

No ano seguinte, aos 15 anos de idade, se tornou na primeira mulher da história a quebrar a barreira dos 28 segundos na prova dos 50 costas. Quebrou o recorde mundial com 27.95 nas semifinais do Campeonato Australiano. Ficou de fora da final, preferiu concentrar esforços na prova olímpica dos 100 costas. Escolha acertada, se tornou na primeira australiana a quebrar a barreira do minuto, primeiro com 59.78 e depois com 59.58 na final garantindo sua vaga olímpica.

Emily na sua aula de pole dance

Emily Seebohm está com 23 anos de idade, nasceu em Adelaide, no dia 5 de junho de 1992, filha de um pai alemão que jogou futebol australiano e de mãe australiana, treinadora de natação. Foi por causa do emprego da mãe que Emily foi parar em em Brisbane, aos três anos de idade, para nunca mais sair.

Uma carreira de 38 medalhas internacionais, quatro olímpicas (dois ouros, duas pratas), 10 em Mundiais de Longa (quatro ouros, quatro pratas e dois broonzes), cinco em Mundiais de Curta (quatro provas e um bronze), nove em Pan Pacíficos (quatro ouros e cinco pratas) e 11 em Commonwealth Games (cinco ouros, três pratas e três bronzes).

O ano passado foi desafiador na carreira de Emily. Uma grave lesão a 10 semanas do Mundial de Kazan não lhe abalou. Foi um deslocamento do joelho num acidente “freaky” como ela mesmo descreveu. Um portão fechou na sua perna enquanto cavalgava seu cavalo branco. Isso mesmo, hipismo tem sido um de seus hobbies, algo que faz nas horas vagas, lhe dá paz e tranquilidade.

Emily Seebohm sempre teve treinamentos alternativos. Faz pole dance, yoga e seu treinamento tem diferentes esforços do programa tradicional. Parte da filosofia e estratégia de seu ex-treinador Matt Brown, técnico que esteve com Seebohm por mais de uma década.

A quebra da relação foi outra dificuldade enfrentada em 2015. Brown deixou Brisbane para uma oferta milionária em Melbourne onde passou a ser o treinador exclusivo de Zetao Ning, o velocista chinês que foi medalha de ouro nos 100 livre do Mundial de Kazan no ano passado. Perder o técnico em abril, deslocar o joelho em maio, e detonar em agosto.

Prata em Londres 2012 com lágrimas nos olhos

Foi assim que Emily Seebohm encarou a temporada. Rodou o país experimentando outros técnicos e programas. Acabou em casa, em Brisbane, com David Lush, o ex-auxiliar de Brown e que passou a lhe orientar em busca daquele que foi a sua melhor competição internacional.

Emily foi perfeita em Kazan.Venceu os 100 costas com 58.26 e os 200 costas com 2:05.81. Ainda ficou em quarto nos 50 costas e mais duas medalhas nos revezamentos, ouro no 4×100 livre e bronze no 4×100 medley. Depois disso ainda teve um desempenho fantástico na Copa do Mundo onde terminou em segundo lugar, atrás apenas de Katinka Hosszu. Mesmo assim, foi quem fez as melhores marcas técnicas durante todo o circuito.

O ano de 2015, além de glorioso na piscina e de superação, também foi especial no amor de Emily Seebohm. Ela começou a namorar o também costista Mitchell Larkin, que igual a ela, dominou os 100 e 200 costas no Mundial de Kazan e durante toda a temporada.

No seu primeiro título nacional aos 14 anos

De paz com a vida, com o seu esporte, com o seu amor, Emily Seebohm promete detonar no Rio 2016, mas longe das redes sociais.

Melhores marcas de Emily Seebohm:

Piscina Longa

Piscina Curta

Casal backstroke

Na série da Best Swimming até agora:
Série da Best Swimming 40 estrelas para brilhar no Rio 2016 até agora:
#1 Therese Alshammar, Suécia
#2 Laszlo Cseh, Hungria
#3 Adam Peaty, Grã-Bretanha
#4 Nathan Adrian, Estados Unidos
#5 Ruta Meilutyte, Lituânia
#6 Shiwen Ye, China
#7 Katinka Hosszu, Hungria
#8 Ryan Lochte, Estados Unidos
#9 Florent Manaudou,França
#10 Paul Biedermann, Alemanha
#11 Chad Le Clos, África do Sul
#12 Emily Seebohm, Austrália

Na próxima: Yulia Efimova, Rússia