O domingo foi da Venezuela, quatro vitórias, todas expressivas, todas com marcas olímpicas e mais dois recordes sul-americanos, um da Argentina e outro do Equador. O Brasil, teve só o ouro da dobradinha no borboleta feminino e a conquista de mais um Campeonato Sul-Americano Absoluto, uma sequência de vitórias que já soma 32 anos. Terminou um belo campeonato em Assunção, no Paraguai. Uma competição muito mais forte do que se esperava, onde poucos recordes de campeonato sobreviveram aos ataques na busca de índices olímpicos. Veja o fim do torneio prova a prova:

100 borboleta feminino –

Daiene,Daynara. Campeonato Sul-americano de natacao, realizado no Centro Aquatico Nacional de Assuncao, 03 de abril de 2016, Assuncao, Paraguai. Foto: Satiro Sodré/ SSPress/CBDA

Daiene,Daynara. Campeonato Sul-americano de natacao, realizado no Centro Aquatico Nacional de Assuncao, 03 de abril de 2016, Assuncao, Paraguai. Foto: Satiro Sodré/ SSPress/CBDA

Dobradinha do Brasil para abrir a competição e tetra campeonato sul-americano para Daynara de Paula. Venceu com 59.11, Daiene Dias em segundo com 59.33. Na saída, melhor para Daiene, de novo, mas já na virada, Daynara na frente 27.47 contra 27.56 de Daiene. As duas foram atacadas pela venezuelana Isabela Paez que também quebrou o minuto chegando em terceiro com 59.66.
O recorde de campeonato era de Gabriella Silva desde 2008 com 59.79, as três primeiras colocadas nadaram abaixo disso.
Com a vitória de Daynara, o Brasil completa 20 anos sem perder a prova em Sul-Americanos. Daiene já tinha sido bronze em 2010 e prata em 2006 e 2008.
Daynara só conhece uma medalha nesta prova em Sul-Americanos: ouro. Veja todas as marcas de suas vitórias:
2016 – 59.11
2014 – 59.76
2012 – 59.30
2010 – 1:00.44

100 borboleta masculino –

Campeonato Sul-americano de natacao, realizado no Centro Aquatico Nacional de Assuncao, 03 de abril de 2016, Assuncao, Paraguai. Foto: Satiro Sodré/ SSPress/CBDA

Campeonato Sul-americano de natacao, realizado no Centro Aquatico Nacional de Assuncao, 03 de abril de 2016, Assuncao, Paraguai. Foto: Satiro Sodré/ SSPress/CBDA

Ontem, exatamente ontem, fez nove anos que o recordista sul-americano dos 100 borboleta, Albert Subirats da Venezuela não nadava para 51 nos 100 borboleta. Sua melhor marca é o recorde de 50.65 desde 2009. Hoje, Albert quebrou o recorde de campeonato e fez o índice para a sua quarta Olimpíada ao nadar para 51.90. Uma prova que dominou desde a largada e passou na frente com 24.38.
Dois argentinos, Santiago Grassi com 52.44 e Marcos Barale completaram o pódio. Leo de Deus foi o único brasileiro na prova terminando em sétimo lugar com 54.31.
O recorde de campeonato era de Marcos Macedo com 52.81 feitos no último Sul-Americano em 2014. Nas eliminatórias, Albert nadou para 52.46 e agora baixando ainda mais.
Brasil fora do pódio nos 100 borboleta em Sul-Americanos não acontecia há mais de 20 anos.

200 peito feminino –
Primeiro recorde sul-americano da competição que só não foi mais comemorado pois Julia Sebastian ficou perto, muito perto do índice olímpico para o Rio 2016. A argentina que nada pelo Unisanta nadou os 200 peito para 2:27.03 derrubando o tempo de Carolina Mussi, imbatível desde o Maria Lenk de 2009 com 2:27.42. O índice olímpico é 2:26.94. Sebastian vai estar no Rio para o Maria Lenk, vai mais uma vez defender o Unisanta e tentar a marca que não saiu em Assunção.
Parciais do recorde sul-americano:
34.15, 1:11.84 (37.69), 1:49.33 (37.49), 2:27.03 (37.70).
No pódio da prova, Julia Sebastian campeã 2:27.03, dobradinha argentina com Macarena Ceballos em segundo 2:30.08, Mercedes Toledo da Venezuela em terceiro com 2:31.61 e Pamela Souza do Brasil em quarto 2:31.85.
Mercedes havia quebrado o recorde nacional da Venezuela nas eliminatórias com 2:31.27.
Parciais de Pamela na prova:
35.02, 39.02 (1:14.04), 1:52.62 (38.58), 2:31.85 (39.23)
Julia Sebastian com a vitória se sagrou tri campeã sul-americana da prova, e um detalhe, há três Sul-Americanos consecutivos que dá dobradinha argentina. O pódio de hoje, só mudou pois saiu Pamela Souza que havia sido terceira em 2014 e entrou a venezuelana Mercedes Toledo que não nadou a prova no último Sul-Americano.
A última vez que o Brasil venceu os 200 peito foi com Carolina Mussi em 2010. Na época, com dobradinha brasileira, Tatiane Sakemi foi prata.

200 peito masculino –

Henrique Barbosa. Campeonato Sul-americano de natacao, realizado no Centro Aquatico Nacional de Assuncao, 03 de abril de 2016, Assuncao, Paraguai. Foto: Satiro Sodré/ SSPress/CBDA

Henrique Barbosa. Campeonato Sul-americano de natacao, realizado no Centro Aquatico Nacional de Assuncao, 03 de abril de 2016, Assuncao, Paraguai. Foto: Satiro Sodré/ SSPress/CBDA

Novo recorde nacional venezuelano, marca A olímpica e o tempo que deu a Carlos Claverie o título de Señor de Sipán como melhor resultado masculino do Sul-Americano. Claverie venceu com 2:10.44 deixando o colombiano Carlos Maecha em segundo com 2:16.57 e Henrique Barbosa levando o bronze para o Brasil com 2:16.87.
O recorde venezuelano de Claverie era 2:10.86 feitos no Arena Pro Swim Series em Minneapolis em novembro do ano passado. Seus parciais 29.84, 1:03.25 (33.41), 1:36.43 (33.18), 2:10.44 (34.01).
Henrique Barbosa colocou o Brasil no pódio com os seguintes parciais:
30.40, 1:04.54 (34.14), 1:40.18 (35.64), 2:16.87 (36.69).

800 livre feminino –
Terceira vitória na competição para Andreina Pinto, de ponta a ponta, nadando para o índice olímpico com 8:32.31. A marca é 8:33.97 que ela já tinha desde o Pan. Sem adversárias, foi a terceira vitória individual da Venezuela no seu melhor dia de competição. Seus parciais de 400 metros foram 4:14.20 e 4:18.11. Andreina revelou a Best Swimming que veio para o Sul-Americano sem descansar. Já classficiada para o Rio 2016, estabeleceu um programa com seu treinador Gregg Troy direto para a Olimpíada onde vai nadar os 400 e 800 livre. Mesmo assim, conseguiu nadar para marcas expressivas como 1:59.08 nos 200 livre (recorde nacional), 4:07.17 nos 400 livre (9o tempo do mundo), 2:09.92 nos 200 borboleta e agora os 800 livre.
Cecilia Biagioli da Argentina conquistou sua segunda medalha na competição incrementando ainda mais a sua história de maior medalhista da história do Sul-Americano. Samantha Arevalos do Equador completou o pódio com 8:47.20.
A brasileira Bruna Primati chegou em quinto lugar com 8:48.59 depois de estar em segundo até os 400 metros, caiu para terceiro até os 650 metros, depois quarto e no último parcial em quinto.
Parciais de Bruna na prova:
1:02.04, 2:07.73 (1:05.69), 3:14.58 (1:06.85), 4:21.10 (1:06.52), 5:27.94 (1:06.84), 6:35.21 (1:07.27), 7:42.90 (1:07.69) e 8:48.59 (1:05.69). A cada 400 metros, 4:21.10 e 4:27.49.
O Brasil não sobe ao pódio na prova dos 800 livre feminino em Sul-Americanos desde 2010.

1500 livre masculino –
Sem descansar, isso mesmo, Esteban Enderica quebrou o recorde sul-americano dos 1500 metros nado livre, ganhou sua segunda medalha de ouro neste Sul-Americano sem descansar. Treinando direto para Setúbal, Portugal, onde vai tentar em junho ganhar uma vaga das águas abertas para o Rio 2016. Em Assunção, era um treino de luxo, e que treino. Venceu os 1500 metros nado livre quebrando sua própria marca feita no Open em dezembro na Palhoça. Na época, nadou para 15:09.82. Desta vez, para 15:08.57, 12o tempo do mundo este ano.
Não teve adversários, em nenhum momento da prova. A prata ficou para o argentino Martin Carrizo 15:16.67 e bronze para o venezuelano Alejandro Gomez 15:31.69.
Os parciais de Enderica:
58.96, 2:00.35, 3:01.83, 4:02.37, 5:02.57, 6:02.84, 7:03.40, 8:04.56, 9:05.62, 10:06.61, 11:07.12, 12:07.33, 13:07.40, 14:08.05, 15:08.57.
Brasil não teve ninguém na prova, coisa que não conseguimos encontrar em mais de 30 anos de registro.

Revezamento 4×100 medley feminino –

Revezaemnto 4x100 medley. Campeonato Sul-americano de natacao, realizado no Centro Aquatico Nacional de Assuncao, 01 de abril de 2016, Assuncao, Paraguai. Foto: Satiro Sodré/ SSPress/CBDA

Revezaemnto 4×100 medley. Campeonato Sul-americano de natacao, realizado no Centro Aquatico Nacional de Assuncao, 01 de abril de 2016, Assuncao, Paraguai. Foto: Satiro Sodré/ SSPress/CBDA

Desde 1996, o Brasil não perdia a prova, e perdeu desde o início. A Argentina nadou forte, Andrea Berrino abriu 1:00.45, novo recorde nacional batendo os 1:00.47 que havia feito na prova. Ainda não o suficiente para a marca A olímpica (1:00.25), mas cada vez mais perto. Berrino que vai nadar o Maria Lenk pelo Unisanta tem jogado o braço muito cedo na chegada. Este deslize a mais tem valido pelo menos um décimo.
Depois de Berrino, Macarena Ceballos 1:08.70, Virginia Bardach 1:00.80 e Maria Belen Diaz 57.53, tempo final de 4:07.48.
O Brasil num sólido segundo lugar de 4:08.57 com Natália de Luccas 1:02.33, Pamela Alencar 1:12.08, Daynara de Paula 59.16 e Manuella Lyrio fechando para 55.00.
O bronze sobrou para a Venezuela com 4:11.94.

Revezamento 4×100 medley masculino –

Revezaemnto 4x100 medley. Campeonato Sul-americano de natacao, realizado no Centro Aquatico Nacional de Assuncao, 01 de abril de 2016, Assuncao, Paraguai. Foto: Satiro Sodré/ SSPress/CBDA

Revezaemnto 4×100 medley. Campeonato Sul-americano de natacao, realizado no Centro Aquatico Nacional de Assuncao, 01 de abril de 2016, Assuncao, Paraguai. Foto: Satiro Sodré/ SSPress/CBDA

Para fechar a competição uma quebra de sequência de vitórias brasileiras e consagrando o excelente dia que teve a natação da Venezuela. O Brasil não perdia esta prova desde o Sul-Americano de 2000. Na época, a equipe de Eduardo Otero, Sergio Ferreira, Pablo Abal e José Meolans bateu o Brasil de Alexandre Massura, Eduardo Fischer, Fernando Torres Alves e Edvaldo Valério Silva na competição disputada em Mar del Plata na Argentina. Depois disso, o Brasil sete medalhas de ouro consecutivas. A Venezuela nunca havia vencido esta prova em Sul-Americanos e desde 2000, o máximo que havia conseguido foi duas pratas e dois bronzes. Os venezuelanos não subiam ao pódio nesta prova desde 2010.
Venezuela campeã com 3:36.88, um bom tempo para quem briga por uma das vagas na repescagem para o Rio 2016. Robinson Molina nadou 56.55, Carlos Claverie nadou 59.87, Albert Subirats 51.61 e Cristian Quintero fechou com 48.85.
Brasil foi prata com 3:39.17 com parciais de:
Guilherme Guido 25.64, 53.46
Henrique Barbosa 29.87, 1:02.43
Leonardo de Deus 25.17, 53.97
Pedro Spajari 23.29, 49.31
O bronze sobrou para a Argentina com 3:40.01.

Brasil campeao do Campeonato Sul-americano de natacao, realizado no Centro Aquatico Nacional de Assuncao, 03 de abril de 2016, Assuncao, Paraguai. Foto: Satiro Sodré/ SSPress/CBDA

Brasil campeao do Campeonato Sul-americano de natacao, realizado no Centro Aquatico Nacional de Assuncao, 03 de abril de 2016, Assuncao, Paraguai. Foto: Satiro Sodré/ SSPress/CBDA

Quadro final de medalhas da competição:
1o Brasil 18 de ouro, 13 de prata, 10 de bronze, 41 medalhas
2o Argentina 15 de ouro, 12 de prata, 10 de bronze, 37 medalhas
3o Venezuela 7 de ouro, 7 de prata, 12 de bronze, 26 medalhas
4o Equador 2 de ouro, 1 de prata, 1 de bronze, 4 medalhas
5o Colômbia 4 de prata, 7 de bronze, 11 medalhas
6o Paraguai 2 de prata, 2 de bronze, 4 medalhas
7o Perú 1 de prata, 1 de bronze, 2 medalhas
8o Uruguai 1 de prata, 1 medalha
9o Bolívia 1 de bronze, 1 medalha

Pontuação final da competição:
1o Brasil 449 pontos
2o Argentina 417 pontos
3o Venezuela 287,5 pontos
4o Colômbia 224 pontos
5o Paraguai 165 pontos
6o Perú 126 pontos
7o Equador 36 pontos
8o Uruguai 21 pontos
9o Chile 17,5 pontos
10o Bolívia 13 pontos
11o Aruba 8 pontos

Pontuação final feminino
1o Brasil 229,5 pontos
2o Argentina 220 pontos
3o Colômbia 99 pontos

Pontuação final masculino
1o Brasil 201,5 pontos
2o Venezuela 184 pontos
3o Argentina 165 pontos

1 responder
  1. DIRCEU VILLELA
    DIRCEU VILLELA says:

    TÁ NA HORA DO BRASIL COMEÇAR A ACOMPANHAR OS MELHORES TEMPOS DAS AMÉRICAS (TEMPOS DE TODO CONTINENTE AMERICANO). ESTE CAMPEONATO SUL AMERICANO MUDOU TOTALMENTE COM O RANKING DAS AMÉRICAS 2016 NOS QUADROS DA FINA. NEM TEMPOS SUL AMERICANOS NEM TEMPOS MUNDIAIS E SIM “TEMPOS DAS AMÉRICAS”.

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