Campeão olímpico em 2012, Cameron van der Burgh chega ao Rio 2016 com dois novos desafios. O primeiro dele, por incrível que pareça, é mais fácil. Completando 28 anos ainda este mês, será a sua terceira Olimpíada e a primeira em que o sul-africano vai nadar a prova dos 200 peito.
South Africa’s Cameron van der Burgh celebrates after setting a world record in his men’s 50m breaststroke heat at the Swimming World Championships in Kazan, Russia, Tuesday, Aug. 4, 2015. (AP Photo/Michael Sohn)
O segundo é bem mais duro. Van der Burgh chegará ao Rio um tanto distante do atual recordista mundial Adam Peaty. O britânico venceu a sua seletiva com 58.41, mais de um segundo a frente de Van der Burgh que marcou 59.61. Peaty é o primeiro e único nadador da história a quebrar a barreira dos 58 segundos com o recorde mundial estabelecido no ano passado de 57.96.
REUTERS/Michael Dalder
Van der Burgh estreou no mundo olímpico em Beijing 2008. Ficou nas semifinais com 1:00.57, décimo lugar. Se tivesse repetido o tempo que nadou nas eliminatórias (59.97) faria sua primeira final olímpica. Foi o primeiro 59 da carreira de Van der Burgh. Ele é o nadador da história que mais vezes quebrou a barreira do minuto, 31 vezes.
Melhorar tempo na Olimpíada é algo que Van der Burgh sabe fazer. Em Londres 2012, depois de passar com o sexto tempo nas eliminatórias ele quebrou o recorde mundial nas semifinais com 58.93 e voltou a fazer na final levando o ouro com 58.46.
Para o Rio, ele sabe que vai precisar se superar mais uma vez. Desta vez, mais do que nunca. Vai enfrentar o britânico Adam Peaty, favorito em todas as apostas e que lhe bateu duas vezes, em 2014 no Commonwealth Games (58.94 contra 59.28) e no Mundial de Kazan no ano passado (58.52 contra 58.59).
Van der Burgh é celebridade em seu país. De 2012 para cá se tornou um dos mais prestigiados e bem pagos de nosso esporte. Tem contratos com Arena, Investec, Audi, USN, Tag Heuer, Procter & Gamble. Aparece com frequência em programas de TV, capas de revistas e artigos de jornais. Sua vida na África do Sul é tão boa que ele optou por sempre treinar por lá.
Cameron van der Burgh campeão olímpico em Londres (vídeo só pode ser assistido no Youtube)
https://www.youtube.com/watch?v=1g7oRASpJO0
Seu técnico é o alemão Dirk Langer que trabalha em Gratz, na Áustria. Os dois trabalharam juntos de 2004 a 2008 quando Langer atuou na África do Sul. Desde então, a cada cinco, seis semanas, Van der Burgh viaja para lá e faz duas semanas de ajustes. O programa é enviado por email e seguido por uma treinadora local, Emily de Bruin.
É uma opção de Van der Burgh. Gosta de seu país, da sua cidade Pretoria, da sua vida. Mesmo com todos os bons resultados, o nadador chegou a pensar em aposentadoria em 2014. Uma lesão no ombro atrapalhou sua temporada e o caminho foi ficar vários meses parado, afastado dos treinos e principalmente das competições.
Van der Burgh completa 28 anos no próximo dia 25 de maio. Na seletiva sul-africana nadou o melhor 200 peito da sua vida, 2:10.13. Ainda não foi recorde nacional, marca que pertence a Neil Versield 2:09.61 da época dos trajes. Nos Jogos, os 100 peito vem na frente, prioridade para Van der Burgh, mas os 200 passou também fazer parte do seu projeto olímpico.
Cruzando a piscina de 25 metros com quatro ciclos de nado.
Duas vezes Rei da Copa do Mundo, Van der Burgh tem 18 medalhas internacionais, uma olímpica, o ouro de 2012, mais nove em Mundiais de Longa, cinco em Mundiais de Curta, e seis em Commonwealth Games. Já foi recordista mundial dos 50 e 100 peito em piscina longa e piscina curta.
Sua técnica é perfeita. A filipina é considerada a melhor do mundo. Consegue manter um padrão de nado preciso e velocidade é seu forte. Elementos que serão decisivos e fundamentais. Van der Burgh sabe que Adam Peaty é o favorito, e mesmo com o retrospecto a favor do britânico, segue firme no sonho de se tornar bi campeão olímpico.
Na série até agora:
#1 Therese Alshammar, Suécia
#2 Laszlo Cseh, Hungria
#3 Adam Peaty, Grã-Bretanha
#4 Nathan Adrian, Estados Unidos
#5 Ruta Meilutyte, Lituânia
#6 Shiwen Ye, China
#7 Katinka Hosszu, Hungria
#8 Ryan Lochte, Estados Unidos
#9 Florent Manaudou,França
#10 Paul Biedermann, Alemanha
#11 Chad Le Clos, África do Sul
#12 Emily Seebohm, Austrália
#13 Yulia Efimova, Rússia
#14 Katie Ledecky, Estados Unidos
#15 Federico Grabich, Argentina
#16 Zetao Ning, China
#17 Cate Campbell, Austrália
#18 Alia Atkinson, Jamaica
#19 Cameron van der Burgh, África do Sul
Na próxima, Mitchell Larkin, Austrália
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