O show 10, nota máxima, a performance 7, apenas acima da média. Não tem como não ser exigente com a Seletiva Americana. Estamos falando da maior natação do mundo, da melhor seleção, dos melhores atletas, e não foi a melhor seletiva.

Os números são castigadores para todo o esforço americano dos oito dias de espetáculo e disputa em Omaha, na semana passada. Falando em melhora de tempos, mais de 3.000 provas nadadas, os índices de melhora são assustadores em relação aos tempos de inscrição: 18% para as mulheres e 25% para os homens. Se alguém disser que sempre foi assim, comparados a última seletiva olímpica em 2012 os índices de melhora foram de 19% para as mulheres e 32% para os homens.

Aliás, esta comparação 2016 x 2012 é bem dura. Das 26 provas disputadas, 16 delas tiveram melhoras de tempo para os vencedores deste ano. Ou seja, em 10 provas, cerca de 40%, os vencedores de quatro anos atrás foram mais rápidos do que em 2016.

Não precisa nem falar de recorde mundial, passamos em branco em 2016, como também nenhum batido em 2012. Nos recordes americanos foram dois, 100 peito com Kevin Cordes e 200 peito com Josh Prenot. Há qutro anos, foram três recordes nacionais.

Foi a terceira vez que o Trials foi em Omaha. Na estréia, em 2008, foram oito recordes mundiais e 21 recordes americanos. Se formos lembrar de 1976, que seleção americana no Trials de Long Beach foram quebrados 21 recordes mundiais e 17 recordes americanos. Outra época, outra geração.

A natação americana segue como a melhor do mundo, a diferença é que diminuiu. Embora Bob Bowman, Head Coach do time masculino tenha declarado algo que é bem real: “Ninguém, tradicionalmente ninguém, melhora mais da seletiva para a Olimpíada que o nosso time”. É verdade, mas se não melhorar, a coisa pode ficar complicada.

Apenas quatro tempos alcançados na seletiva foram tempos líderes do ranking mundial em 2016: Katie Ledecky nos 400 livre, Lilly King nos 100 peito, David Plummer nos 100 costas e os 200 peito de Josh Prenot.

A palavra renovação foi a mais citada nesta seletiva americana. Afinal, dos 45 convocados, 30, exatamente dois terços são estreantes em Olimpíadas. Em 2012, foram 28 estreantes, mas eram 52 nadadores. Ou seja, diminui a quantidade, e aumentou o número de rookies.

Os veteranos é que disseram adeus ao time americano. Nomes como Matt Greevers, Tyler Clary, Natalie Coughlin, Catilin Leverenz, Micah Lawrence, Jessica hardy, todos ou campeões olímpicos, ou medalhistas olímpicos ou medalhas mundiais. Todos eliminados do time para 2016 apenas por não terem feito o dever de casa. Se apenas tivessem repetidos suas marcas não só teria se classificado como também ganho as suas provas.

Os americanos chegam aos Jogos do Rio 2016 com apenas cinco nadadores na primeira posição do ranking mundial. Fora os quatro do Trials, mais os 800 livre de Katie Ledecky. Nem os 200 livre que a própria Ledecky tinha foram respeitados. A sueca Sarah Sjoestroem nadou o campeonato sueco e mandou 1:54.34 passando Ledecky e sues 1:54.43 ainda do GP de Austin em janeiro.

Seria imprudente dizer que os americanos vão perder a natação nos Jogos do Rio 2016. Porém, aquele predomínio de 31 medalhas conquistadas em Londres 2012, 16 delas de ouro, não vai acontecer, talvez nem chegar perto.

Para Londres, o Team USA chegou com 12 atletas no topo do ranking mundial e mais quatro entre os três primeiros. Para o Rio, o “renovado” Team USA vem com cinco atletas no topo do ranking mundial e mais cinco no Top 3.

1 responder
  1. MURILO MARTINS
    MURILO MARTINS says:

    Coach, me parece que o grande motivo da natação americana ser a melhor do mundo (o sistema esportivo universitário) está sendo o grande vilão dessa equipe olímpica. Com o fracasso dos veteranos profissionais q você mencionou (Grevers, Coughlin, Clary, Lochte com só uma prova…), mais de 1/3 desse time americano estava focado em piscina de jardas até o final de marco. Não tenho dúvidas que se atletas como Townley Hass, Ryan Murphy, Josh Prenot, Ryan Held… estivessem focados apenas em piscina longa nos últimos 16 meses, a equipe americana seria um pouco mais forte. Como você disse, os outros vem melhorando e a diferença diminuído mas creio que se durante os anos olímpicos as conferências e NCAAs fossem em piscina longa, o time americano viriam mais forte.

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