Assim que a chama paralímpica for acesa nesta quarta-feira, no Estádio do Maracanã, cerca de 4.350 atletas começarão a briga por medalhas nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016 — a 15ª edição do terceiro maior evento esportivo do planeta. Esqueça, apenas por um instante, as chegadas emocionantes, os jogos decididos no último lance, os pódios garantidos na tentativa final. Aproveite as quatro mil trezentas e cinquenta chances de ver o mundo de maneira diferente.
Quando se fala de um país-sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, bate-se constantemente na tecla do legado. Neste ponto, estamos muito bem servidos com a inauguração recente do Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro. Uma obra pioneira, em São Paulo, e que nos dá condição de sonhar mais alto hoje e no futuro em termos de desempenho. Mas a maior medalha que conquistaremos no Rio 2016 não pode ser tocada nem vista, mas pode ser sentida.
Pelos próximos 11 dias, o Brasil tem a chance de crescer como sociedade. A mudança de percepção em relação à pessoa com deficiência é o maior legado de receber uma competição como os Jogos Paralímpicos. A Paralimpíada é um catalisador, ela já ajudou a incluir a acessibilidade na mídia e na agenda das autoridades. Mire-se no exemplo de Londres, quatro anos atrás, com seus estádios lotados e, sobretudo, uma população consciente e respeitosa aos direitos das pessoas com deficiência. Nada nos impede de escrever uma história semelhante — ou, quem sabe, ainda melhor — à britânica.
“A mudança de percepção em relação à pessoa com deficiência é o maior legado de receber uma competição como os Jogos Paralímpicos”
Dentro das pistas, piscinas, quadras e campo, o sentimento não poderia ser mais otimista. Nossa delegação preparou-se da maneira mais efetiva possível, é a maior e melhor que já tivemos e tem totais condições de alcançar a meta estabelecida pelo Comitê Paralímpico Brasileiro após os Jogos de Londres em 2012: o quinto lugar geral no quadro de medalhas. Objetivo ousado? Sim, sem dúvida. Assim como não há dúvidas do desenvolvimento de quem, há 21 anos, quando da criação do CPB, ocupava a 37ª posição em Atlanta 1996 e hoje é uma das maiores potências paralímpicas do planeta — sétima colocada quatro anos atrás.
“Que no dia 18, quando a pira paralímpica se apagar, siga viva nos brasileiros a chama não da tolerância, mas do respeito e da valorização das diferenças”
Dois países de muita tradição esportiva e estrutura ficaram entre o Brasil e o quinto lugar em Londres 2012: Estados Unidos e Austrália. Poder colaborar para botar o nosso país no patamar destas potências é um orgulho imenso, que carrego desde que assumi a presidência do CPB, em 2009.
Aos atletas e delegações, desejo muito boa sorte e que protagonizem e apresentem ao Brasil o espetáculo ao qual estão acostumados. Que no dia 18, quando a pira paralímpica se apagar, siga viva nos brasileiros a chama não da tolerância, mas do respeito e da valorização das diferenças.
Andrew Parsons, Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro.
Coach, a interface inicial da Bestswimming ficou muito poluida com esses seus tweets. Quem quiser ver seus tweets que vá ao seu twitter. Volte pro jeito antigo ai. Dica de quem frequenta isso aqui faz uns 7 anos.