Estas últimas três semanas tem sido difícil falar de esporte olímpico no Brasil. O poderoso ex-Presidente do COB e Rio 2016, Carlos Nuzman, está preso e já teve o seu primeiro Habeas Corpus negado.

Nuzman fora é o primeiro passo para se tomar novos rumos no esporte nacional. Paulo Wanderley, o vice que assumiu com o pedido de demissão de Nuzman, já anunciou uma análise de revisão no estatuto, é um princípio, uma luz ao fim deste túnel buraco escuro  que caímos.

É preciso destacar que as falcatruas encontradas até agora, são todas no Comitê Rio 2016, ou seja, até o momento, o COB não tem nenhum escândalo, pelo menos, até agora. O que o COB também não tem, é transparência! Nem as confederações nacionais, muito menos as federações.

Para falar a verdade, todo o sistema carece deste problema. A alternância de poder, que antes era algo positivo, se tornou obrigatória. Os dirigentes precisam ser mais fiscalizados, especialmente pois estamos falando de dinheiro público, nossa maior, e por muitas vezes, única fonte de renda do esporte competitivo no país.

Não sei ao certo o modelo que será adotado, mas estamos em processo de mudanças. Sou particularmente contra a esta histeria de “atletas, atletas e atletas”. O esporte envolve muito mais gente do que “apenas” os atletas.

Não sobrevivemos sem os treinadores, as comissões multidisciplinares, os árbitros, e até mesmo os jornalistas esportivos. Dirigente não é profissão, é função, mas gestores são profissionais e o esporte de alto rendimento não pode viver sem nenhuma destas categorias.

Ser atleta, até mesmo atleta olímpico, não te credencia para ser a solução de nossos problemas. Carlos Arthur Nuzman foi atleta, e dos bons! Dos quatro dirigentes da CBDA presos e afastados, dois foram atletas. E por aí vai.

O que precisamos é de gente competente e honesta. Esta generalização é banal. É igual a crise política que vivemos no país, de um momento para o outro, ninguém presta. Ser honesto e não ser corrputo, virou qualidade. Fazer o seu trabalho de forma adequada, lhe transforma em ícone.

Sem dúvida, vivemos uma crise de valores. Nosso sistema está corrompido, apodreceu.

A tradicional dança das cadeiras não é o suficiente para colocarmos o esporte no rumo adequado. Precisamos de uma mudança e reformulação do processo.

O melhor de tudo que se passou nestas três semanas é o consenso de que as mudanças são necessárias. São nas grandes crises que aparecem os grandes líderes e na expectativa de grandes mudanças.

No fundo, no fundo, o que estamos precisando mesmo é de uma grande faxina.

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