O Adeus à Campeã
Nesta semana que passou, assistimos a despedida da maior campeã da história da Natação e Maratonas Aquáticas do Brasil: Poliana Okimoto Cintra.
E quando digo “ a maior campeã da história da Natação e Maratonas Aquáticas” , não me refiro ao número de títulos ou até mesmo à importância dos mesmos. Me refiro ao pioneirismo, à quebra de paradigmas, ao velho chavão Americano, “ Yes, We Can!”ou em Português, sim, podemos!
Podemos nos tornar medalhistas em um Mundial de Maratonas Aquáticas em Nápoles 2006, com o título de Vice Campeã Mundial em 2 provas, 5 e 10km;
Podemos ter a primeira medalha em Panamericano na modalidade no Rio 2007;
Podemos assistir a primeira atleta se tornar Campeã da Copa do Mundo na distância Olímpica e ser eleita a melhor do mundo na temporada de 2009 estabelecendo um novo recorde mundial emmnumero de vitórias numa mesma temporada, vencendo 9 de 11 provas;
Podemos ter pela primeira vez uma atleta de Maratonas Aquáticas ser eleita a melhor do Brasil no prêmio Brasil Olímpico em 2006, 2007,2008,2009, 2011, 2013, vencendo 6 vezes este prêmio sendo que num deles a melhor de todas as modalidades.
Podemos ter a melhor atleta do mundo na modalidade eleita pela Fina em 2013;
Podemos ter, pela primeira vez, uma atleta a participar de todas as edições olímpicas de sua modalidade até a sua aposentadoria;
Podemos ter a primeira medalha da história da Natação feminina do Brasil e a primeira medalha olímpica da Maratona Aquática em casa na Rio 2016;
Podemos ter a mais premiada atleta da modalidade no Circuito Mundial: de 40 provas que participou foram 28 pódios (70% de aproveitamento) com 16 ouros, 9 pratas e 3 bronzes;
Podemos ter o crescimento vertiginoso da modalidade, graças aos resultados obtidos por Poliana, Ana Marcela e Allan do Carmo;
Podemos ter o privilégio de contar nas seleções brasileiras da modalidade com o maior ícone das Maratonas Aquáticas do Mundo;
Podemos ter, no Hall da Fama, a primeira mulher, nadadora e maratonista aquática;
Podemos ter, num país onde a sociedade patriarcal sempre privilegia o sexo masculino, uma mulher quebrando paradigmas e afirmando para milhões de Brasileiros:
“SIM, PODEMOS!”
No inicio da semana, no Open, foram muitas homenagens. Não poderia ter sido diferente na modalidade que a contra-gosto ela abraçou. No Rei e Rainha do Mar, sua equipe venceu e ela saiu coroada Rainha do Mar e mais que isso, com Ana Marcela Cunha, eleita a melhor da temporada em 2017 pela Fina, fechou com chave de Ouro e de mãos dadas com aquela que muitos teimavam em apontar com sua principal adversária e até mesmo rival, mas que neste domingo contribuiu para a coroação da nossa Rainha do Mar, numa linda lição que só o esporte nos proporciona. Rivalidade existe…. Mas quem foi também coroada neste domingo onde tudo começou e terminou foi a AMIZADE!
OBRIGADO POLI! Obrigado Ana Marcela!
PUDEMOS, HOJE, TER MAIS ESTA LIÇÃO!
OBRIGADO POLIANA!
“YES, WE CAN!”
Ricardo Ratto, é Supervisor de Águas Abertas da CBDA e faz parte do International Hall of Fame Marathon Swimming.
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