O húngaro Daniel Gyurta utilizou sua conta de Facebook para anunciar o fim de sua fantástica carreira. Aos 28 anos de idade, 13 após o seu primeiro grande resultado, uma prata nos 200 metros peito dos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004, onde aos 15 anos foi o mais jovem medalhista da competição.

O brilho prematuro lhe custou alguns anos de ajustes. Depois de um quinto lugar nos Jogos de Beijing 2008, alcançou a glória de campeão olímpico em Londres 2012. Em Campeonatos Mundiais foi campeão em 2009, 2011 e 2013, bronze em 2015. Foi campeão mundial de curta em 2012 e 2014 e prata em 2010.
Na Europa, campeão em 2010 e 2012 e outras seis medalhas de ouro em Europeus de Curta.

No seu anúncio postado nas redes sociais, Gyurta menciona: “foi uma das mais difíceis decisões de minha vida”. Ele mesmo cita que durante seis anos foi imbatível na sua prova a nível mundial. “Eu não vou virar as costas para a piscina, a Hungria pode contar comigo” ele completa.

As conquistas de Gyurta vão além da piscina. Ganhou três Ordens do Mérito do Governo da Hungria, em 2004, 2010 e 2012, foi reconhecido como Cidadão de Budapeste em 2012 e o International Fair Play Award em 2013 pelo belo ato que teve na morte do nadador norueguês Alexander Dale Oen.

Seu adversário na piscina, Dale Oen faleceu tragicamente de um ataque fulminante de coração as vésperas dos Jogos Olímpicos de Londres. Gyurta venceu a prova dos 200 metros nado peito e cumprindo promessa foi levar a sua medalha para a família de Dale Oen.

Foram inúmeros prêmios e reconhecimentos na carreira. Nadador do ano por cinco vezes em seu país (2004, 2009, 2011, 2012 e 2013). Duas vezes o nadador júnior do ano (2004 e 2007). Atleta do ano na Hungria levou três vezes (2009, 2012 e 2013). Pela revista Swimming World foi o Atleta Europeu do Ano em 2013 e o Atleta Universitário do Ano na Hungria em 2015.

Bateu os recordes de 200 metros nado peito tanto na piscina longa como na curta. Na longa, o recorde durou pouco. Bateu na vitória olímpica de Londres 2012 com 2:07.28, mas 45 dias depois quebrado pelo japonês Akihiro Yamaguchi com 2:07.01.

Na piscina curta, foram dois recordes e duraram bem mais. A primeira vez foi no Europeu de 2009 em Istanbul, na Turquia com 2:00.67. Cinco anos depois, na Copa do Mundo de Dubai quebrou para 2:00.48. O recorde durou pouco mais de dois anos até ser batido pelo alemão Marco Koch com 2:00.44.

Gyurta teve vários treinadores na sua carreira. Sándor Széles, quem lhe revelou e faleceu no ano passado. Mais Ferenc Kovácschegy e Balász Virth.

As lesões e o declínio marcaram os últimos anos. Nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, terminou as eliminatórias empatado em 16o lugar e deveria disputar o desempate contra Glenn Snyders da Nova Zelândia. Insatisfeito com o resultado (1:00.26) e preocupado com seus 200 peito, abriu mão da disputa. Três dias depois, nadou os 200 peito e parou novamente nas eliminatórias. Foi o 17o com 2:11.28, a dois centésimos de passar a semifinal.

Para o Mundial de 2017, Gyurta mudou de treinador. Passou a trabalhar com Jozsef Nagy, lendário treinador de peito húngaro que esteve anos trabalhando no Canadá. Focou apenas nos 200 peito, sua prova, e terminou exatamente com o mesmo resultado alcançado no Rio 2016, 17o lugar com 2:11.28. Dias depois ainda caiu na água para completar o revezamento 4×100 metros medley da Hungira que terminou em sétimo lugar com novo recorde nacional.

Daniel Gyurta HUN (World Record 2.00.48)
200 breaststroke men
FINA Mastbank Swimming World Cup 2014
Dubai, UAE 2014 Aug.31 th – Sept.1st
Day1 – Aug. 31 heats
Photo G. Scala/Deepbluemedia

Desde então, eram os rumores. Gyurta exerce função importante na Comissão de Atletas do Comitê Olímpico Internacional. Também faz parte do Comitê de Atletas da FINA e é um dos nadadores mais populares do seu país.

O gráfico abaixo publicado pelo jornal esportivo Nemzeti Sport mostra a evolução e os resultados de Gyurta indicando claramente uma queda no final de sua carreira.

Veja aqui o vídeo do anúncio da aposentadoria de Gyurta esta manhã em Budapeste:

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