Início um tanto frustrante para o Brasil que terminou em sexto lugar na prova do revezamento 4×100 metros nado livre. O dia ainda teve Nicholas Santos entrando para a final com segundo tempo nos 50 borboleta, a vitória surpreendente de Ariarne Titmus batendo Katie Ledecky nos 400 livre e um novo recorde mundial com o absurdo 56.88 de Adam Peaty nos 100 metros peito. Veja como foram as finais do primeiro dia prova a prova:

400 metros nado livre masculino
Primeiro ouro do Mundial de Gwangju é da China, é de Sun Yang, o primeiro tetra campeão mundial dos 400 metros nado livre da história.
Em prova equilibrada e nadando de forma negativa, Sun Yang venceu com 3:42.44 com o australiano Mack Horton em segundo 3:43.17 e o italiano Gabrielle Detti em terceiro com 3:43.23. Detalhe que foi o mesmo pódio do Mundial de 2017, na época Sun Yang 3:41.38, Horton 3:43.85 e Detti 3:43.93.
Parciais de Sun Yang
26.06, 54.34, 1:51.29, 2:48.06, 3:42.44. A cada 200 metros, 1:5129, 1:51.15.
No tetra mundial dos 400 de Sun Yang:
2013, Barcelona – 3:41.59
2015, Kazan – 3:42.58
2017, Budapeste – 3:41.38
2019, Gwangju – 3:42.44
Horton, campeão olímpico do Rio 2016, não cumprimentou o chinês, nem na água, nem no pódio. Mais que isso, na hora em que os três nadadores sobem juntos, Horton se negou e ficou na segunda posição.

100 metros borboleta feminino semifinal
Sarah Sjoestroem segue fácil na frente, 56.29 com parciais de 26.12 e 30.17. Desta vez, a canadense Margaret MacNeil quebra o 57 pela primeira vez e com 56.52 passou com o segundo tempo para a final. Ficou a apenas seis centésimos do recorde do Canadá que é de Penny Oleksiak, bronze no Rio 2016.
Prova forte e com o oitavo tempo para a final 57.10 de Louise Hansoon da Suécia. No último Mundial, em Budapeste, 2017, 57.64 foi o tempo de corte.

50 metros borboleta masculno semifinal
Desta vez saída perfeita, prova bem nadada e um pequeno deslize no final, Nicholas Santos entra com o segundo tempo para a final de amanhã com 22.77. Na sua frente, o americano Caeleb Dressel, novo recordista de campeonato, norte-americano e americano com 22.56. O recorde das Américas era de Nicholas e seus 22.60 da Copa dos Campeões. O recorde norte-americano era dele mesmo, 22.76 do Mundial de Budapeste. E o recorde de campeonato desde Milorad Cavic em 2009 com 22.67.
A deslizadinha do final de Nicholas é a esperança de que ele acerte para fazer a prova perfeita amanhã. Na entrevista ao SporTV, Nicholas até revelou que deu uma “segurada” nas últimas braçadas da prova. Performance bem distinta do que vimos nas eliminatórias.
Foram cinco nadadores na casa dos 22 segundos na semifinal. Oitavo tempo ficou para Andrey Zhilkin da Rússia com 23.21.

400 metros nado livre feminino
A primeira grande surpresa do Mundial veio com a vitória de Ariarne Titmus da Austrália quebrando a invencibilidade de sete anos de Katie Ledecky dos Estados Unidos. A última vez que Ledecky havia perdido os 400 livre foi na seletiva olímpica para Londres em 2012, ficou em terceiro lugar no US Olympic Trials. Desde então, estava absoluta.
O duelo já era esperado, a imprensa australiana despertava grande atenção para o confronto que teve alternância de liderança durante a disputa:
Ariarne Titmus – 27.52, 57.12, 1:57.72, 2:58.45, 3:58.76
Katie Ledecky – 27.83, 57.66, 1:57.84, 2:57.90, 3:59.97
Titmus campeã, Ledecky vice e outra americana, Leah Smith completando o pódio com 4:01.29.
A marca de Titmus é novo recorde da Austrália e Oceania quebrando o seu 3:59.35 feitos na seletiva deste ano.

100 metros peito masculino semifinal
Novo recorde mundial para Adam Peaty e os espetaculares 56.88. Na história, ninguém além dele foi capaz de nadar os 100 peito abaixo dos 58 segundos. Ele agora é o primeiro abaixo dos 57. Passou com 26.63 e voltou com 30.25 para 56.88 e ainda estamos na semifinal. O recorde mundial era 57.10 feitos no Europeu do ano passado. Quase dois segundos atrás chegou o chinês Zibei Yan que com 58.67 quebrou o recorde nacional e da Ásia.
João Luiz Gomes Jr. ficou em 11o lugar com 59.32 em 11o lugar. Nos parciais de João 27.63 e volta para 31.69, 59.32. Ficou a apenas 11 centésimos de pegar uma vaga na final. O oitavo classificado foi o russo Kirill Prigoda com 59.22.

200 metros medley feminino semifinal
Katinka Hosszu nadou 15 centésimos mais lento do que havia feito nas eliminatórias, mais 1.63 centésimos a frente da segunda colocada. Marcou 2:07.17, e novamente o parcial de costas ficou a dever. Seus parciais: 27.55, 32.81, 36.78 e 30.03. Está com cara de sair um 2:06 na final, coisa que ela não faz desde 2016. Seu melhor é o 2:06.12 recorde de campeonato e mundial desde Kazan em 2015.
Sydney Pickrem do Canadá ficou em segundo com 2:08.83, novamente fechando bem. Alegria para o time da casa, Seoyeong Kim da Coreia do Sul faz a primeira final chegando em sétimo lugar com 2:10.21 tendo o melhor parcial de borboleta da prova com 27.52.
A britânica Siobhan O’Connor, vice campeã olímpica no Rio 2016, desta vez com 2:10.49 foi a oitava classificada para a final. O tempo foi quase a mesma coisa que levou o oitavo tempo para a final de Budapeste em 2017, 2:10.45.
Katinka Hosszu, única tri campeã mundial da prova, caminha com facilidade para o tetra.

Revezamneto 4×100 metros nado livre masculino
Estados Unidos incontestável 3:09.06, novo recorde de campeonato, Rússia uma boa surpresa para a prata com 3:09.97 e uma briga do terceiro ao sexto lugar. O Brasil ficou em sexto com 3:11.99, tempo que lhe daria o bronze no Mundial de 2017.
Na prova, Marcelo Chierighini abriu com 48.10, estávamos na quarta posição. Pedro Spajari fez 48.14 e entregou em sexto. Bruno Fratus fez o melhor parcial da equipe com 47.78 ganhando uma posição. Breno Correia com 47.97 voltou para o sexto lugar.
Estados Unidos campeão com Caeleb Dressel, o mais rápido na abertura, 47.63, Blake Pieroni 47.49, Zach Apple o melhor parcial intermediário com 46.86 e Nathan Adrian fechando para 47.08.
A Rússia teve quatro nadadores para 47, com Evgeny Rylov sendo o melhor parcial 47.02, a Austrália dois para 47 e Kyle Chalmers fechando para 47.06.

Revezamento 4×100 metros nado livre feminino
Novo recorde de campeonato para as favoritas australianas e o 3:30.21, segunda melhor marca da história atrás apenas do recorde mundial do ano passado. Foi novo recorde de campeonato superando os 3:31.48 feitos no Mundial de Kazan.
Bronte Campbell abriu em segundo com 52.85, Brianna Throssell caiu para 4o lugar com 53.34, Emma McKeon recuperou duas posições com 52.57 e Cate Campbell fechou para 51.45 para a vitória de 3:30.21.
Estados Unidos em segundo lugar com o quinto melhor tempo da história e novo recorde das Américas com 3:31.02 e novo recorde canadense para o bronze com 3:31.78. As três marcas estão no top 10 da história da prova.
Melhor parcial de abertura da prova foi da sueca Sarah Sjoestroem com 52.23. Melhor parcial intermediário para Cate Campbell e seus 51.45 fechando o revezamento da Austrália.

Veja os resultados completos do primeiro dia:
resultadosdia1

4 respostas
  1. Carlos Junior
    Carlos Junior says:

    Concordo com vc, Observador, especialmente em relação a Bruno Fratus. Nadador de revezamento é isso!
    A equipe precisa mudar o espírito. É preciso criar a noção de que nas olimpíadas todos, NO MÍNIMO, devem igualar o melhor tempo (considerando o desconto pra quem nadar lançado). Sem olvidar de que o correto mesmo, em olimpíada, é MELHORAR o tempo (a tal da superação).

  2. Sem ilusão
    Sem ilusão says:

    Se o Brasil tivesse uma natação nível A no cenário internacional não estaria todo mundo enburrado como está agora.

    Pq teria colocado atletas e equipes em finais de várias outras provas como colocaram e vão continuar colocando as VERDADEIRAS potências da natação: EUA, Austrália, Grã-Bretanha, França, Itália, China, Japão entre outras.

    E a prova disso é que se vê estes países colocando vários atletas (a maioria deles jovens) nas semi-finais e finais dessas provas e o Brasil atletas na casa dos 33 – 39 anos.

    Se falarmos na natação feminina o ‘deserto’ é pior ainda:

    E isso é reflexo do que:

    AUSÊNCIA DE MASSIFICAÇÃO NA BASE (programas de natação escolar e universitária).

    Alô CBDA e medalhões da natação:

    Não (passou) da hora de fazer uma visitinha ao MEC ??!

  3. Observador
    Observador says:

    Decepcionante demais esse revezamento… Muito mesmo

    Eu sinceramente espero que o time de Tóquio tenha algumas renovações. O Marcelo já mostrou que não é nadador de revezamento. Muitos vão lembrar do parcial dele em 2017 mas a inconstância é demais.

    Deixo aqui meu parabéns ao Bruno Fratus pelo belo parcial mesmo não sendo a prova dele. Isso é nadador de revezamento!!!

    No mais, espero que em Tóquio apareçam ao menos uma ou duas novas peças.

  4. Rogers
    Rogers says:

    Sobre o revezamento, já li os comentários do Coach, Takata e Vechiolli,

    Primeiro, o bom é que todos reconhecem, inclusive os atletas, que o desempenho foi aquém do esperado. Para quem tinha tempos no Maria Lenk, de 47:68, 48:11, 48:32 realmente não foram os tempos esperados. Breno tinha 48:11 e lançado fez 47:97.. pouca diferença, da mesma forma Spajari. Acho que os tempos de Marcelo e Fratus foram bons no contexto geral, mas também aquém do que tinham feito no mundial de 2017.

    Poucos no entanto comentaram sobre a evolução de algumas equipes.. Sim. as outras seleções também treinam, fazem camps etc.

    Grã Bretanha nem figurou no mundial de 2017 e agora formou um boa equipe com Proud.
    Itália acrescentou Santo Condorelli,
    Australia teve um baita reforço com Kyle Chalmers que não competiu em 2017 por lesão.
    A Rússia que nadou mal em 2017 só manteve Morozov e apareceram novos nomes.
    Agora projetando o futuro:
    Breno ainda tem potencial pra crescer, da mesma forma Spajari (vide o que ele nadou no Pan Pacífico) e o André Calvelo nadou pela primeira vez para 48 em Maio no Troféu Brasil, portanto ainda tem bastante espaço pra melhorar..A perda de Gabriel, um nadador constante realmente pode ter prejudicado.
    Dos que ficaram de fora, cito Marco Antonio Júnior que foi pra Universíade de nadou pra 48:00 no revezamento
    Luiz Gustavo Borges ainda vai evoluir, nadou pro seu melhor também na Universíade com 49:21.
    Felipe Ribeiro e outro que esta voltando a forma ideal, tem apenas 22 anos.

    Portanto, nadamos mal sim, mas os demais adversário cresceram. Agora é treinar mais, acrescentar novos nomes e bola pra frente que Tóquio tá logo ali!

    abs

    Rogers

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