Best Swimming traz em detalhes os recordes sul-americanos absolutos em piscina de 50 metros que não são do Brasil. São oito no total, dois no masculino e outros seis no feminino. Confira a história de cada um deles e o quanto nossos nadadores estão distantes das marcas.
MASCULINO
200 metros costas, Omar Pinzon da Colômbia 1:56.40 em 30 de julho de 2009
Omar Pinzon ainda está em atividade, tenta fazer em Tóquio sua quarta e última Olimpíada. Treina e vive nos Estados Unidos, faz parte da equipe do Trojan Swim Club de Dave Salo desde que terminou seus estudos na Universidade da Flórida, onde treinava com Gregg Troy.
Pinzon é um dos maiores nomes da natação colombiana e acumula cinco recordes absolutos de seu país: 100 e 200 costas, 100 borboleta, 200 e 400 medley.
Em 2009, no Mundial de Roma, bateu o recorde sul-americano duas vezes. Nas eliminatórias, fez o nono tempo 1:57.01. Na semifinal, baixou para 1:56.40 e terminou em 10o lugar. Para chegar a final teria de nadar para 1:55.78.
O brasileiro que mais perto chegou dos 1:56.40 de Pinzon foi Leonardo de Deus, atual recordista brasileiro com 1:57.00 que fez nas eliminatórias dos Jogos Olímpicos do Rio 2016.
Mesmo estando em atividade, Pinzon já não nada mais a prova dos 200 costas. Tenta sua vaga para Tóquio nas provas dos 100 costas e 100 borboleta.
100 metros borboleta, Albert Subirats da Venezuela 50.65 em 31 de julho de 2009
Um dia depois de Pinzon bater o recorde sul-americano dos 200 costas duas vezes, o venezuelano Albert Subirats fez a mesma coisa nos 100 borboleta. Subirats quebrou a marca nas elimiantórias com 51.02 passando para a semifinal com o quanto tempo. O brasileiro Gabriel Mangabeira foi o sexto com 51.11, também abaixo do antigo recorde sul-americano e novo recorde brasileiro.
Na semifinal, Subirats fez o quarto tempo 50.65, novo recorde sul-americano e Mangabeira em sexto com 51.02, novo recorde brasileiro. Na final, no dia seguinte, Subirats piorou para 50.79 terminando em quarto lugar, Mangabeira também piorou, 51.74, terminou em oitavo.
As marcas das semifinais, 50.65 e 51.02 respectivamente de Subirats e Mangabeira seguem até hoje como os recordes sul-americano e brasileiro.
Subirats se aposentou em 2017. Atualmente é treinador assistente da Universidade Virginia Tech. Mantém os recordes da Venezuela nos 50 e 100 borboleta, em piscina longa e curta.
Vinicius Lanza é o melhor nadador do Brasil e da América do Sul na era pós-trajes. Seus 51.42 de 2018 foi o tempo que mais próximo das marcas desde 2010.
FEMININO
400 metros nado livre, Andreina Pinto da Venezuela 4:06.02 em 28 de julho de 2013
A maior nadadora da Venezuela se aposentou e vive nos Estados Unidos. Seu nome está registrado na tabela de recordes nacionais de seu país em sete provas: 200, 400, 800, 1500 livre, 200 borboleta, 200 e 400 medley. Três vezes olímpica, cinco vezes medalhista em Jogos Pan Americanos, sua marca dos 400 livre se mantém até hoje.
Pinto se mudou para os Estados Unidos e foi treinar no Gators Swim Club na preparação dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. No Mundial de 2013, bateu o recorde sul-americano dos 400 livre nas eliminatórias marcando 4:06.02, ganhou a oitava vaga. No mesmo dia, melhorou sua posição, terminou em sexto, mas piorou o tempo para 4:07.14. Naquele Mundial, ela ainda ficou em sétimo nos 800 livre com 8:29.37 e não passou das eliminatórias nos 1500 livre com 16:15.99, 11a colocada.
Joanna Maranhão e seu recorde brasileiro de 4:09.41 era quem mais perto havia chegado da marca de Pinto. Até aparecer a argentina Delfina Pignatiello que no ano passado estabeleceu múltiplos recordes nacionais. Sua melhor marca e que mais se aproximou do recorde de Pinto foi 4:06.61 feitos no Mare Nostrum de Canet, na França.
800 metros nado livre, Delfina Pignatiello da Argentina 8:24.33 em 11 de junho de 2019
Um dia antes de bater o recorde argentino dos 400 livre citado acima, Delfina Pignatiello ficou em segundo lugar nos 800 livre no Mare Nostrum de Caneta com 8:24.33 quebrando o recorde sul-americano que já era seu desde a vitória no Campeonato Mundial Júnior em 2017 com 8:25.22.
As fundistas do Brasil estão um tanto longe deste recorde. O recorde brasileiro ainda é de Joanna Maranhão desde 2009 com seus 8:32.96 desde o Open de 2009. Viviane Jungblut foi quem chegou mais próximo em 2017 com 8:34.92.
Ainda na frente das brasileiras, os recordes da Venezuela (Andreina Pinto 8:26.31) e do Chile (Kristel Kobrich 8:26.75).
No ano passado, Jungblut fez a sua segunda melhor marca, 8;35.53 no Troféu Brasil terminando em segundo lugar perdendo a prova para Delfina Pignatiello.
1500 metros nado livre, Delfina Pignatiello da Argentina 15:51.68 em 15 de junho de 2019
Quatro dias depois do recorde sul-americano dos 800 livre, Pignatiello bateu a marca dos 1500 livre. Ainda no Circuito Mare Nostrum, agora em Barcelona. Em bela prova, a argentina bateu Mireia Belmonte e Boglarka Kapas e na época, o tempo era a 3a melhor marca do ano. O recorde sul-americano anterior era de Kristel Kobrich desde 2013 com 15:54.30 e o recorde argentino já era dela desde o Mundial Júnior de 2017 com 15:59.51.
Assim como nos 800 livre, as fundistas do Brasil também estão atrás das marcas da Venezuela (16:15.99) e do Chile (15:54.30). O recorde brasileiro pertence a Viviane Jungblut 16:22.48 feitos na Universíade em 2017.
100 metros peito, Julia Sebastian da Argentina 1:06.98 em 6 de agosto de 2019
Julia Sebastian já dominava o peito antes de se mudar para o Brasil. Inicialmente na Unisanta, e desde o ano passado no Minas Tênis Clube, a argentina é líder absoluta das duas provas olímpicas de peito. Há alguns anos, ela dominava os 200 peito, e foi nos Jogos Pan Americanos de Lima que ela arrebatou a marca dos 100 peito.
O recorde era da brasileira Tatiane Sakemi desde 2009 com 1:07.67 e foi batido em junho por Jhennifer Conceição no Troféu Sette Colli, na Itália, 1:07.64. Durou menos de dois meses e Sebastian quebrou nas eliminatórias do Pan passando com o segundo tempo para a final, onde terminou com a medalha de prata piorando um pouco sua marca para 1:07.09.
200 metros peito, Julia Sebastian da Argentina 2:24.92 em 17 de abril de 2019
Desde 2016, Julia Sebastian já bateu o recorde sul-americano dos 200 metros peito quatro vezes. A última foi no Troféu Brasil do ano passado, 2:24.92. Só no ano passado, ela nadou nove vezes abaixo da barreira dos 2:30 incluindo aí um 2:25.43 medalha de bronze nos Jogos Pan Americanos de Lima.
O Brasil não tem o recorde sul-americano dos 200 peito desde Carolina Mussi que em 2009 nadou para 2:27.42. Esta marca só veio a ser batida por Sebastian em 2016.
Entre as brasileiras, nenhuma nadadora conseguiu quebrar a barreira dos 2:30 até 2017. Depois de duas temporadas com Pamela Souza sendo líder do ranking nacional (2017 com 2:27.55 e 2018 2:28.23) no ano passado foi Bruna Leme quem terminou com o melhor tempo do ano no país (2:29.76).
400 metros medley, Georgia Bardach da Argentina 4:37.51 em 14 de agosto de 2004
O recorde sul-americano mais antigo, o bronze dos 400 metros medley nos Jogos Olímpicos de Atenas com a performance fantástica de Georgina Bardach. A argentina bateu a marca pela primeira vez em 2001 e no total foram seis recordes na prova até os 4:37.51 de Atenas.
Quem mais chegou perto da marca de Georgina Bardach foi Joanna Maranhão e seu atual recorde brasileiro batido no Pan de 2015 em Toronto com 4:38.07. A marca anterior de Joanna era 4:40.00 feito no mesmo dia do bronze de Bardach em Atenas, quando Joanna terminou na quinta colocação.
Tirando Joanna, a melhor brasileira na prova é Maria Eduarda Sumida e seus 4:45.49 feitos no ano passado em um torneio nos Estados Unidos.
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