O treinador australiano radicado nos Estados Unidos Brett Hawke está numa fase diferente da carreira. Ele que já foi campeão olímpico com Cesar Cielo e treinou Bruno Fratus atualmente faz consultorias, algumas clínicas e um PodCast. Foi no mais recente episódio que Hawke entrevistou o velocista americano Michael Andrew numa bela lição para ser compartilhada.
Michael Andrew é um fenômeno da natação americana. Sem dúvidas, o maior nadador da história em categorias inferiores da USA Swimming com dezenas e dezenas de recordes batidos em diferentes provas, distâncias e estilos. Andrew é treinado pelo pai, num sistema não-ortodoxo de treinamento e que ao mesmo tempo influenciou outros poucos treinadores e atletas, mas foi rechaçado por muitos.
O sucesso de Andrew sempre foi questionado, e principalmente o futuro que ele teria como atleta. Andrew hoje está com 21 anos de idade, segue como um dos melhores nadadores de 50 livre nos Estados Unidos e agora aparece na lista dos melhores dos 200 metros medley. É nas duas que busca vaga no time americano para Tóquio.
Nesta trajetória de resultados e questionamentos, Andrew foi vítima dos fóruns, dos comentários anônimos e mensagens de descrédito da sua carreira, do seu treinamento. Brett Hawke foi muito preciso ao endereçar o assunto a Andrew que revelou ter sofrido por algum tempo com as mensagens, especialmente no site SwimSwam.
O que deixa isso tudo mais desagradável é que os ataques começaram quando Andrew ainda era um adolescente de 13-14 anos de idade. Andrew mostra maturidade e serenidade ao revelar que soube lidar com tudo isso e até revela que em determinado momento servia como combustível para treinar mais e conseguir melhores resultados.
Hawke também menciona que já foi alvo destes comentários anônimos e covardes. E comunga do mesmo tipo de comportamento de Andrew, ignorar.
A internet é uma coisa maravilhosa, cheia de oportunidades de nos fazer crescer e nos informar. Uma pena que ainda tenhamos que lidar com a inveja, o despeito e principalmente com a covardia de pessoas incapazes de alcançar o sucesso de forma plena e não lhes resta outra coisa que não seja estes ataques vis e mesquinhos.
Aproveito para contar algo a respeito assunto…
Há alguns anos eu decidi abrir um file na Best Swimming e no Blog do Coach. Arquivava todos os comentários bloqueados e que não eram publicados. Eram comentários agressivos, deploráveis e cheios de ódio, inveja e que tinham sempre uma coisa em comum: anônimos e muitas vezes com a tentativa de IPs falsos.
Minha ideia era, num futuro distante, publicar tudo isso sob uma forma de estudo, mostrando como existe maldade e, por incrível que pareça, estupidez, afinal hoje temos ferramentas muito mais precisas em localizar e identificar os detratores.
Anos depois, e com um arquivo lotado de mensagens desprezíveis, achei melhor por deletar tudo. Não faz sentido dar espaço, voz ou até mesmo oportunidade para este tipo de comportamento.
Criar um perfil falso para atacar outra pessoa, difamar, ofender, só mostra o quanto estas pessoas são pequenas e desprezíveis. Todos têm o da opinião, da crítica, que até pode ser negativa, mas jamais o ataque, a ofensa, e o pior, a covardia por detrás de um teclado.
Vale a pena assistir o vídeo e a lição de Michael Andrew nos dá com seus 21 anos de idade.
Para terminar, eu ainda deixo uma mensagem que mantenho há algum tempo. “Eu tenho pós-graduação em lidar com os haters e pessoas que falam mal de mim (pelas costas óbvio). Aliás, tenho mestrado em ajudar gente que já me atacou, e Doutorado em voltar a ajudar estas mesmas pessoas. Não adianta, até para ser uma pessoa boa a gente precisa se preparar”.
Alex Pussieldi, editor chefe Best Swimming.
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