Estava olhando com atenção o resultado do Troféu Sérgio Silva brilhantemente organizado pela Federação Baiana de Desportos Aquáticos neste final de semana e me chamou a atenção alguns pontos que gostaria de dividir com vocês.
* A começar pela FBDA, que capacidade a atual gestão tem tido de fazer seus eventos se tornarem em realmente eventos, é admirável o trabalho feito pela entidade. Outro destaque neste aspecto é que tem conseguido isso com um grupo de trabalho e não somente uma ou duas pessoas no processo o que dá sustentabilidade para que isso volte a acontecer nos próximos eventos e não seja apenas um ação pontual.
* A Vila Parahyba campeã é um ponto a ser destacado. Estamos falando de um programa gratuito e oferecido como prestação de serviços a comunidade de João Pessoa, mas uma equipe que foi tremendamente afetada pela Pandemia e o fechamento das piscinas do Vila. É uma equipe grande, é verdade, mas tem qualidade, e se eles “não pagam para nadar”, tem as despesas de viagem e competições que as vezes podem se tornar grandes desafios. Que esta quantidade de atletas seja desenvolvida e consiga chegar cada vez mais ao alto rendimento a nível nacional.
* A Paraíba, por sinal, mudou a geografia da natação do Nordeste. Pernambuco deixou de ser a maior força regional nestes eventos locais. Nas décadas passadas, Pernambuco e Bahia sempre estiveram bem a frente, pontualmente o Ceará aparecia, mas jamais a natação da Paraíba, que tinha valores individuais, jamais equipes tão fortes.
* O Cabo Branco AcquaR1 é outro programa que precisa ser destacado. Uma qualidade incrível de trabalho, conseguiu ser o clube com maior número de vitórias da competição. Além disso, tem de se lembrar que a competitividade local frente a Vila Parahyba não deve ser fácil. Oferecer um treinamento onde se paga mensalidade contra um onde se nada de graça.Só há uma justificativa para isso, é apresentar um trabalho de qualidade. E sempre há espaço para todo mundo.
* A AABB de Recife domina por algum tempo a natação de Pernambuco. Grandes clubes praticamente desapareceram ainda mais vitimizados por problemas administrativos e de gestão. O Sport Recife ainda está sem piscina.
* Pernambuco, Bahia e Ceará passaram a ser representados por clubes com grupos menores, de qualidade, mas menores. Ainda seguem tendo os melhores resultados a nível nacional, mas cada vez mais focando em poucas individualidades, sem a capacidade de formar grandes equipes.
* Outro programa que precisa ser destacado neste Troféu Sérgio Silva é a nova equipe do Rio Grande do Norte. Nas dificuldades, vem as oportunidades. Com a saída do seu grupo do Aero Clube, o treinador João Carlos foi atrás de viabilizar uma nova oportunidade e conseguiu montar um grande programa. Que tenha vida longa para a UFERSA/UERN.
* O Troféu Sérgio Silva teve 509 nadadores de 34 clubes, 31 deles conseguiram colocar pelo menos um atleta no top 8, 26 ganharam pelo menos uma medalha e 20 ganharam pelo menos uma medalha de ouro. Isto é bem inclusivo e um fator positivo para a competição.
* O torneio ainda não é fácil de logística, afinal, são apenas dois dias, quatro etapas de disputa. As condições financeiras acabaram por determinar esta nova forma de disputa, o que oferece grandes desafios para quem organiza. A prova de águas abertas na manhã de domingo, é uma nova oportunidade, tanto de arrecadação como de desenvolvimento do esporte.
* Guilherme Caribé, o emergente, e Luiz Altamir Melo, olímpico, foram as estrelas da competição. Na região existe algo muito particular, onde mesmo sendo de clubes distintos, ou estados diferentes, há uma celebração enorme pelos resultados dos principais atletas. Os dois, desfilaram dentro e fora d’água sempre sendo muito celebrados pelos adversários e participantes.
* A região Nordeste tem potencial e pode produzir ainda melhores resultados a nível nacional e internacional. Eventos como estes são bons e precisam ser referência para criar novas perspectivas. Porém, afim de buscar este crescimento precisa ser criar elementos que venham a forçar a melhora do nível técnico.
* As provas de 50 metros nos estilos seguem sendo disputadas e oferecidas para todas as categorias, valem até como índice técnico, diferente até mesmo da orientação que a CBDA utiliza para os eventos nacionais. Isso não é problema, é apenas uma observação técnica de projeção para melhores resultados na busca de perspectivas maiores.
Alex Pussieldi, editor chefe da Best Swimming
Realmente, o Sérgio Silva foi um sucesso, pudemos ver superação em tudo, inclusive no fato de podermos voltar a realizar esses eventos, após o momento tão difícil que passamos com a pandemia. Deixo aqui meus agradecimentos a Alex Pussieldi, que falou tão bem da qualidade do nosso clube, contudo a nossa qualidade vem agregada a outros valores que só quem faz parte da Família Vila Parahyba entende, e foi essa união de valores que nos levou ao primeiro lugar no Campeonato. Parabenizo o nosso Técnico Leandro Ribeiro, a Adriana Cabral por tamanho profissionalismo e dedicação a todos os atletas e pais. Somos todos Nordeste e com treino, disciplina, foco e determinação chegaremos longe.
Excelente reportagem coach, mas gostaria de pontuar que precisamos ter um pouco mais de atenção no que diz respeito a inclusão, pois na equipe da AABB Recife tem uma atleta com deficiência auditiva, (Maria Eduarda), a mesma foi prejudicada pois o start luminoso fica apenas no aparelho junto do árbitro de partida e não distribuído nas raias como deveria ser, obrigado pela atenção.
Parabéns pela excelente editorial sobre o Troféu Sérgio Silva . Eu concordo plenamente e vejo grandes desafios para as federações , clubes e Nadadores . A natação precisa urgente de mais apoio em todos os sentidos .
Com certeza o Troféu Sérgio Silva marcou a natação no nosso nordeste ! . A FBDA novamente mostrou seu profissionalismo. Mas acho que deveríamos ter índice, para poupar os atletas. A competição em dois dias,ficou apertada. Nosso nordeste está voltando para o cenário nacional.
Excelentes editorial coach, como sempre.