O medo era grande, e justificado! Porém, o Campeonato Mundial dos Esportes Aquáticos, na sua 21a edição chegou ao seu final e deu certo!

A World Aquatics foi “obrigada” a fazer o Mundial em Doha, em ano olímpico e a seis meses de Paris. A Pandemia, suas consequências, e as obrigações contratuais, determinaram que o primeiro Mundial no Oriente Médio fosse realizado a poucos meses da Olimpíada.

No final das contas, um evento de sucesso, por sinal, mais um sob a nova gestão de Husain Al-Musallam, que assumiu a presidência da entidade em 2021 e tem feito competições bem interessantes desde então. Havia um risco muito grande de fracasso do evento no Catar, especialmente por anúncios de grandes estrelas anunciando que não iriam participar do evento.

Para ser mais exato, das seis modalidades aquáticas, somente a natação sofreu com a ausência de alguns dos melhores nadadores do mundo. Águas Abertas, Polo Aquático, Nado Artístico, Saltos Ornamentais e High Diving, todos tiveram em Doha os seus principais valores. Na natação, os maiores desfalques estiveram nas Seleções dos Estados Unidos, Austrália e China.

Não há dúvidas de que o nível da piscina não teve o mesmo padrão do Mundial do ano passado em Fukuoka, no Japão. Enquanto Doha viu apenas o recorde mundial solitário de Zhanle Pan nos 100m nado livre, ano passado foram oito novos recordes mundiais.

Os seis milhões de dólares distribuídos em premiação de Doha é o mesmo valor pago no ano passado, o que ajuda, e muito a incentivar os atletas a se fazerem presentes. Mesmo assim, tivemos ausências importantes e principalmente o indicativo de que a competição serviu de preparação para Paris, o principal objetivo do ano.

Na natação, com os desfalques, acabou sendo o Mundial da oportunidade. Mundial que deu o primeiro ouro da história para Portugal, Irlanda, Nova Zelândia e Hong Kong. Foi o Mundial da primeira medalha para Israel e Bósnia Herzegovina. Aliás, foram 30 países que ganharam pelo menos uma medalha em Doha, recorde na história das 21 edições. No total, 44 países tiveram a melhor colocação da sua natação em Mundiais alcançada em Doha.

Segundo a World Aquatics, recorde de participantes dos 201 países mais o chamado NIA, Neutral International Athletes, equipe dos atletas neutros formada pelos nadadores de Belarus que, junto com a Rússia, segue suspensa pela entidade.

O medo da banalização do Mundial segue. Afinal, ano que vem temos mais um. Depois de Budapeste 2022, Budapeste 2023, Doha 2024, vem aí Singapura 2025. Somente a partir de 2027, e novamente em Budapeste, é que a agenda dos Mundiais será normalizada.

Até lá, o Mundial de Doha só serviu para incrementar a expectativa e valorizar ainda mais o maior espetáculo esportivo do mundo, pois mesmo tendo sido um Campeonato Mundial, todo mundo que ali estava só falava, pensava e sonhava com a Olimpíada que se aproxima.

Alex Pussieldi, editor chefe Best Swimming Inc.