Ihar Boki de Belarus competiu em Paris a sua quarta Paralimpíada e desta vez não pode representar Belarus e muito menos escutar o hino nacional de seu país embora tenha ganho cinco medalhas de ouro, o maior medalhista dos Jogos Paralímpicos 2024.
Boki nadou sob a bandeira branca do NPA, Neutral Paralympic Athlete, e ao receber suas cinco medalhas de ouro teve o hino paralímpico executado. Com os cinco ouros conquistados, Boki chegou a 23 medalhas paralímpicas, 21 delas de ouro, se tornando no maior nadador paralímpico da história.
A sua frente, apenas a americana Trischa Zorn, que assim como ele também tem deficiência visual, e nadou oito Paralimpíadas e conquistou 55 medalhas sendo 41 de ouro.
Ihar Boki, nasceu em Brobuisk, em Belarus, no dia 28 de Junho de 1994, e desde a infância já apresentava problemas de deficiência visual. Segundo a mãe, Ihar iniciou no esporte, em especial a natação, para focar “com sua alta energia” quando tinha apenas seis anos de idade. Antes de entrar para o esporte paralímpico, Boki brilhou na natação convencional e chegou a ser campeão absoluto de Belarus nos 200 e 400m nado livre.
Até hoje, Boki é o recordista nacional absoluto de Belarus nos 400m livre com 3:52.78 feitos em 2013, quando tinha 18 anos de idade. Naquele mesmo ano, Boki fez sua estreia e despedida da natação mundial convencional ao participar do Campeonato Mundial de Barcelona. onde ficou em 35o lugar nos 400m livre (3:58.27) e 47o lugar nos 200m livre (1:52.60).
Nas Paralimpíadas, Boki estreou em Londres 2012, foram cinco medalhas de ouro e uma prata, no Rio 2016, mais seis ouros e um bronze, em Tóquio 2020 cinco ouros e agora Paris 2024 mais cinco. Total de 23 de medalhas, 21 ouros, 1 prata e 1 bronze.
Na volta do Rio 2016, Boki foi homenageado e recebeu a Ordem de Belarus e virou selo em seu país. Eleito várias vezes como o melhor nadador paralímpico do mundo, Boki tem diversos recordes mundiais, o último agora em Paris, na sua última prova, os 200m medley com expressivos 2:02.03.
Impedido de participar dos Mundiais de 2022 e 2023 por conta da punição a Belarus no apoio a invasão da Ucrânia, Boki também acumula um número muito expressivo em Campeonatos Mundiais Paralímpicos. No período de 2010 a 2019 são 28 títulos mundiais.
Boki faz parte da Classe S13, destinada para os atletas com deficiência visual, mas a classe que reúne aqueles que tem menor dificuldade de visão. Advogado formado, pai de família, Boki é um herói em Belarus, onde treina com um técnico local Gennady Vishnyakov. Suas vitórias e feitos em Paris também tiveram grande repercussão em seu país e uma mensagem especial chegou direto do Presidente Aleksandr Lukashenko do quanto suas conquistas representavam para o povo de Belarus.