A Best Swimming tem 26 anos, e são poucos, raríssimos os textos ou espaços que o polo aquático ganhou por aqui. Embora, eu particularmente tenha jogado polo aquático na juventude, o esporte sempre foi muito mais uma paixão do que uma especialidade. Mas Felipe Perrone extravasa a qualquer pessoa com o menor senso de conhecimento deste esporte. Perrone está entre os melhores da nossa era, seria o nosso “Pelé” do polo aquático, um motivo de muito orgulho.

O jovem carioca talentoso e habilidoso de uma família de esportistas, onde todos nadaram, foi buscar a vida aos 15 anos na Espanha. Foi para lá em busca de melhorar sua técnica no esporte que tanto amava e que acabou virando sua profissão. O jovem virou adulto e chamou a atenção dos dirigentes locais, uma naturalização fez o Brasil perder para a Espanha o seu melhor jogador de polo aquático de todos os tempos.

Entre títulos de seleções e clubes, jogou na Espanha, na Itália, na Croácia. Conquistou quase todos os possíveis títulos do esporte. Faltou a medalha olímpica. Mas foram dois títulos mundiais, sete medalhas em Mundiais, três em Copas do Mundo, três em Super Liga, cinco eu Europeus.

Em 2015, atendeu a um chamado da CBDA e veio defender o Brasil na preparação e volta do polo aquático aos Jogos Olímpicos. No caminho uma medalha na Super Liga que se somaram as suas duas medalhas de prata em Jogos Panamericanos.

Neste Mundial de Singapura, Perrone bateu mais um recorde, 14 Mundiais, mais do que qualquer outro atleta dos esportes aquáticos, e que mesmo aos 39 anos de idade, foi vital na campanha espanhola para o quarto título do país em Mundiais agora igualando Hungria e Itália como os maiores vencedores. Na água, Perrone contribuiu com dois gols, nove chutes e três assistências ao longo dos seis jogos. Na final, frente a Hungria, fez o 15o e último gol na vitória de 15×13 quando faltavam 18 segundos para o fim da partida.

Estava ali consagrado o título da Espanha, a imortalidade de Perrone e o nosso orgulho brasileiro que nos fez virar espanhol por tanto tempo. Obrigado Perrone!