Hoje é uma data muito importante para a natação brasileira. São 25 anos de celebração da medalha de bronzE do Brasil no revezamento 4x100m livre nos Jogos Olímpicos de Sydney. A Swim Channel publicou um artigo completo descrevendo em detalhes um dos momentos mais especiais da natação brasileira. Confira neste link: https://swimchannel.net/br/25-anos-do-bronze-historico-4x100m-livre-em-sydney/

Tem uma história adicional para a conquista, que por alguns minutos, dolorosos poucos minutos, nos levaram a uma situação de stress e tensão.

2000 foi o lançamento dos trajes full body Fastkin da Speedo e marcava um predomínio muito grande da marca nos trajes de competição. Naquela Olimpíada, 80% dos medalhistas nadaram de Fastskin e 13 dos recordes mundiais batidos foram com atletas usando o traje.

No time medalhista brasileiro, três dos quatro nadadores usaram o Fastskin e o único que não nadou com o traje foi Edvaldo Valério, nosso quarto nadador na prova.

Na época, o treinador de Valério comandava a equipe do Baneb, um extinto time de natação que com recursos limitados proporcionou a compra de um traje para o seu representante olímpico. Só que os recursos liberados não permitiam a compra de um Fastskin, na época, caro e ainda pouco disponível no mercado. Assim, o traje encomendado foi um Aquablade, uma versão mais antiga dos trajes de competição da Speedo.

Foi este que vos escreve quem fez o pedido e enviou o traje para Salvador, na Bahia, onde antes de viajar para a Olimpíada algo foi feito no traje que acabou gerando uma dor de cabeça logo após a prova.

Para efeito de reconhecimento ao investimento do Baneb, uma logomarca do patrocinador foi colocada na altura do peito do mesmo. Acontece que são terminantemente proibidas todas as formas de publicidade nos Jogos Olímpicos. Trajes, toucas, toalhas, agasalhos, tênis, garrafas d’água, bolsas ou qualquer outra coisa que seja utilizado dentro das arenas olímpicas não permitem o uso de qualquer anunciante. O máximo permitido é uma logomarca, e de tamanho reduzido e controlado, do fabricante.

Ao final da prova quando o Brasil garantiu sua medalha de bronze começou a gerar o burburinho e as discussões sobre o traje do “last swimmer from Brazil”, no caso Edvaldo Valério Bala seu Aquablade com a logomarca do Baneb.

O stress não foi por muitos minutos, mas situações como estas parecem que duram uma eternidade e o caso acabou sendo deixado de lado. Brasil é bronze, e Valério pode celebrar a vontade.

Reveja a prova histórica do Brasil na narração de Galvão Bueno