O anúncio das datas e locais de disputa do Campeonato Mundial dos Esportes Aquáticos de 2027 nos faz fazer esta reverência a Budapeste, a Capital da Hungria. Ranqueada entre as 50 cidades mais importantes do mundo, destino prime do turismo europeu, Budapeste é uma jóia de local que não pode deixar jamais de ser visitada.

Nascida de uma antiga localidade dos legionários romanos entre os primeiros 100 anos do Século Primeiro, Budapeste é o resultado da junção de três cidades, Óbuda, a mais antiga e de origem romana, Buda, o centro político e militar, e Peste, o centro comercial e urbano. Entre elas, correndo pelo meio o Rio Danúbio.

São 152 anos de uma cidade de beleza arquitetônica e paisagística, riqueza cultural e história milenar, uma gastronomia autêntica, com grande qualidade de vida e apontada como uma das mais baratas capitais europeis. Budapeste também conhecida pelas suas centenárias termas e cultura de banho, talvez daí esta empolgação dos húngaros pelos esportes aquáticos.

Já estive em seis Olimpíadas e 12 Campeonatos Mundiais, mas nunca vi nada igual. A empolgação, o entusiasmo do povo húngaro pelo esporte aquático é contagioso, diferenciado.

Pois será esta cidade que entrará para a história como a primeira a receber pela terceira vez um Campeonato Mundial dos Esportes Aquáticos. Diferente das outras duas vezes, desta vez escolhida e acolhida a sua candidatura. Afinal, em 2017, com a cidade de Monterrey no México não cumprindo com as suas obrigações e rompendo um contrato milionário deixou a FINA sem alternativa a não ser buscar outra sede.

Também foi assim em 2022, quando Fukuoka, no Japão, ainda acometida por diversas exigências e restrições por conta da Pandemia, rejeitou o direito de sede dando a Budapeste novamente a sediar o evento.

Nas duas vezes Budapeste fez daqueles Mundiais memoráveis, sua organização, sua capacidade de sediar grandes eventos e acolher o mundo aquático são diferenciados. Não é a toa que a World Aquatics determinou que a partir de 2027 a entidade passa a ter Budapeste como a sua sede.

A decisão que tem origem numa adaptação financeira, já que os custos fiscais de ter uma sede em Lausanne, na Suiça, são extremamente proibitivos. A ideia fiscal ganhou apoio político, o Governo Vikor Orban recebeu com grande entusiasmo a oportunidade e um grande parque aquático está sendo construído. Algo grande, imponente e que vai virar um centro de treinamento e múltiplas oportunidades de eventos, ações e camps para a World Aquatics.

Budapeste será oficialmente o que na verdade já é. O centro nevrálgico do esporte aquático mundial. A única cidade que receberá o Mundial pela terceira vez, mas que já recebeu o Mundial Júnior de Natação de 2019, o Mundial Júnior de Águas Abertas em 2014, o Mundial de Piscina Curta de 2024, entre inúmeras Super Ligas de Polo Aquático.

Aliás, se tem uma coisa que Budapeste, ou melhor a Hungria, é boa é o tal do polo aquático. Jogos são assistidos por multidões numa das mais concorridas e disputadas ligas da modalidade.

Alfred Hajos, o primeiro campeão olímpico da história, vencedor dos 100m livre nos Jogos Olímpicos de 1896 em Atenas, dá o nome a tradicional piscina que fica na Ilha de Margarida, uma das mais icônicas e famosas do esporte aquático mundial.

Conhecido pelo seu altíssimo índice de medalhas olímpicas per capita, os húngaros celebram como ninguém seus feitos. Ao chegar na belíssima Duna Arena, os primeiros painéis que serão vistos é aquele que possui o nome de todos os olímpicos que ganharam medalhas nos esportes aquáticos.

O espírito aquático também está em um dos programas nacionais mais desenvolvidos do mundo. O Uszó Nemzet Program, Programa Nacional de Natação, é um modelo internacional de acesso e natação de segurança para crianças contemplando os três primeiros anos escolares.

Esta é a Budapeste aquática, a Capital das Capitais, o destino obrigatório de 2027 e de todos os amantes dos esportes aquáticos.

Találkozunk 2027-ben, nos vemos em 2027!

Editorial por Coach Alex Pussieldi, editor chefe Best Swimming

 

Foto by World Aquatics Divulgação