França vence o revezamento inédito e Brasil fica em 6o

A França venceu a primeira prova de revezamento das águas abertas em Mundiais e chegou a cinco medalhas em cinco provas, três delas de ouro dominando por completo a modalidade que ainda tem os 25 quilômetros amanhã no lago Balaton.

O novo formato do revezamento misto tem quatro nadadores, onde cada um faz o percurso de 1.250 metros e a troca é feita no deck de largada. O atleta que chega tem de tocar do cotovelo para cima do atleta que sai e ambos devem ter os braços fora d’água.

Tudo foi novo hoje. Nova prova, novo formato, novas regras. A prova por equipes que se disputava até o Mundial de Kazan em 2015 eram três nadadores e nadavam juntos contra o relógio. O novo formato trouxe emoção, muita disputa, alternância de liderança.

A prova demora menos de uma hora e tem todos os pontos positivos para se tornar olímpica. Em outro artigo, vou destacar o que ainda pode ser incrementado, mas é inegável que o revezamento foi um sucesso.

O que não foi novo foi o domínio francês. A campeã dos 10k, Aurelie Muller, e o campeão dos 5k, Marc Antonie Olivier, ganharam a companhia de Oceane Maryse Jeannie Cassignol e Logan Fontaine para vencer a prova com 12 segundos de vantagem sobre o time americano. A maior vantagem das provas de águas abertas neste Mundial.

Os americanos, no papel, tinham uma equipe melhor, mas foram superados desde o parcial do terceiro nadador pela França. A Itália que utilizou a estratégia de maior risco, duas mulheres na frente, dois homens fechando, só entrou na prova na última volta e garantiu o bronze.

Aliás, por incrível que pareça, ao final do primeiro revezamento em Mundial pouco se sabe qual é o melhor formato, a estratégia ideal para a disputa. A prova já havia sido disputada no Europeu Júnior e no Sul-Americano Juvenil, mas nenhuma das equipes sabia o que aconteceria hoje. E o pior, sairemos deste Mundial ainda sem precisar o melhor formato da disputa.

Nos três primeiros colocados, três diferentes estratégias. Dos cinco primeiros colocados, quatro diferentes formas de organizar a equipe. Isso tudo é incrivelmente apaixonante e dá vida longa a prova.

Revezamento 5Km. Campeonato Mundial de Desportos Aquaticos. Lake Balaton. 20 de Julho de 2017, Budapeste, Hungria. Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA

O Brasil ficou em sexto lugar. A comissão técnica nacional optou por abrir e fechar com homens, deixando a dupla feminina no meio. O Brasil estava na prova, e até fechou bem, mas ficamos um minuto e 13 segundos longe do ouro e 48 segundos distante do bronze.

Na análise prévia, o Brasil sabia que brigava pelo bronze, França e Estados Unidos já eram reconhecidamente favoritos. A surpresa foi o desempenho de Austrália e Grã-Bretanha que ficaram respectivamente em quarto e quinto lugares.

Revezamento 5Km. Campeonato Mundial de Desportos Aquaticos. Lake Balaton. 20 de Julho de 2017, Budapeste, Hungria. Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA

A prova dos brasileiros:
Allan do Carmo 14:08.6
Viviane Jungblut 14:18.3
Ana Marcela Cunha 14:13.7
Fernando Ponte 12:37.0

Entre todos os parcipantes da prova
Homens
Melhor parcial de abertura Brendan Casey dos Estados Unidos 14:00.3
Melhor parcial intermediário Tobias Robinson da Grã-Bretanha
Melhor parcial final Jordan Wilimovsky dos Estados Unidos 12:06

Mulheres
Melhor parcial de abertura Danielle Huskisson da Grã-Bretanha 14:24.8
Melhor parcial intermediário Ashley Twichell dos Estados Unidos 14:06
Melhor parcial final Alice Dearing da Grã-Bretanha 13:32

Foram utilizadas cinco diferentes formas de nadar a prova. A França venceu alternando mulher, homem, mulher e homem. Os Estados Unidos abriu e fechou com homens, e com mulheres no meio, igual a estrategia brasileira. E o bronze da Itália, o formato mais radical, duas mulheres, dois homens.

Resultado final Top 10:
1o França 54:05.9
2o Estados Unidos 54:18.1
3o Itália 54:31.0
4o Austrália 54:42.9
5o Grã-Bretanha 54:51.1
6o Brasil 55:19.6
7o Hungria 55:23.7
8o Alemanha 55:41.8
9o Japão 55:54.0
10o Rússia 55:55.1