Foi o dia da recuperação dos Estados Unidos abrindo de forma implacável, foi o dia da Rússia ganhar três provas, foi o dia da Austrália vencer o quarto dos cinco revezamentos, o Mundial segue repleto de resultados positivos, mas e etapa de hoje foi a mais qualificada. Confira prova a prova:

100 metros nado livre feminino
Sem medo e destemida, Simone Manuel não vinha de boas performances, nem nos revezamentos, nem nas eliminatórias e semifinal. Conseguiu virar a chave e fazer uma prova totalmente diferente do que aconteceu nestes últimos dias. Saiu na frente, passou na frente, foi a única abaixo dos 25 segundos para se tornar na segunda bi campeã mundial dos 100 livre na história.
Manuel venceu com novo recorde das Américas 52.04, terceira melhor performance da história. Seus parciais 24.81 e 27.23. Em nenhum momento foi ameaçada.
A australiana Cate Campbell chegou em segundo com 52.43 e a sueca Sarah Sjoestroem foi bronze com 52.46. Foi o quarto Mundial consecutivo com Sjoestroem no pódio dos 100 livre, três pratas, e agora um bronze.

Semifinal 100 metros borboleta masculino
O dia começou americano, e o primeiro dos três recordes mundiais do dia veio com Caeleb Dressel e seus impressionantes 49.50. Já nos primeiros 50 metros um parcial espetacular de 22.83, 53 centésimos abaixo do parcial de Phelps.
O recorde era 49.82 de Phelps feitos no Mundial de Roma em 2009. Na época, Phelps passou 23.36 e voltou 26.46. Agora, Dressel 22.83 e 26.67.
Vinicius Lanza não foi bem. Ficou em 12o lugar com 51.92. Passou mais forte do que nas eliminatórias com 23.82, mas a volta de 28.10, a segunda pior entre todos os semifinalistas comprometeu sua prova. Se tivesse nadado para seu melhor (51.42) ou até mesmo para o tempo que fez no Troféu Brasil deste ano (51.66) estaria na final. O oitavo classificado foi o australiano Matthew Temple com 51.70.
Laszlo Cseh completou sua última chance de tentar chegar a uma medalha. Ficou em 10o lugar e finaliza seu 9o campeonato mundial, o primeiro sem subir ao pódio.

Semifinal 200 metros costas feminino
Na sequência americana, outro resultado espetacular, novo recorde mundial para Regan Smith. Ela já tinha impressionado na etapa das eliminatórias com o recorde mundial júnior de 2:06.01.
Agora, ela foi ainda muito mais longe. Bateu a marca de Missy Franklin e seus 2:04.06 dos Jogos Olímpicos de 2012 marcando 2:03.35.

Comparando seus parciais com o antigo recorde mundial:
Missy Franklin, 2012
29.53, 1:00.50, 1:32.16, 2:04.06
Regan Smith, 2019
29.06, 1:00.37, 1:31.84, 2:03.35

Para passar a final dos 200 costas, Katalin Burian da Hungria fez o oitavo tempo 2:09.68.

Semifinal 50 metros nado livre masculino
Para chegar a final, 21.77, exatamente o mesmo tempo que levou o oitavo das semifinais para a final do Mundial de 2017. Melhor tempo para Caeleb Dressel, melhor tempo do mundo este ano, três centésimos da sua melhor marca. Na série anterior, Bruno Fratus venceu com 21.53. Ben Proud chegou perto com 21.56, entrando com o terceiro tempo. Marcelo Chierighini terminou em 16o lugar com 22.19.

Comparando os tempos de Dressel X Fratus no Mundial de 2017 e 2019
Budapeste, 2017
Dressel 21.61, 21.29, 21.15
Fratus 21.51, 21.60, 21.27

Gwangju, 2019
Dressel 21.49, 21.18, ?
Fratus 21.71, 21.56, ?

Para a final de amanhã, Fratus vai precisar acertar a saída e principalmente a transição. Não pode deixar Dressel abrir nos primeiros 15 metros, onde está a sua maior qualidade.

200 metros peito feminino
Sem dificuldade, e esperado. Yulia Efimova da Rússia ganhou a primeira das três medalhas de ouro russas do dia. Sem dificuldades, colocou mais de dois segundos de vantagem sobre a segunda colocada para vencer com 2:20.17, novo melhor tempo do mundo.
Nos seus parciais:
32.72, 1:08.37 (35.65), 1:43.71 (35.34), 2:20.17 (36.46)

Ouro para Efimova 2:20.17, prata histórica para Tatjana Schoenmaker da África do Sul com 2:22.56 e bronze para a canadense Sydney Pickrem com 2:22.90.
Foi a primeira medalha em Mundiais para a África do Sul.

Yulia Efimova conquistou o bi campeonato e seu terceiro título mundial. Veja todas as suas medalhas nas provas de 200 peito em Mundiais:
2011, 2o 2:22.22
2013, 1o 2:19.41
2017, 1o 2:19.64
2019, 1o 2:20.17

200 metros costas masculino
Segunda medalha de ouro da Rússia no dia para o novo dono da prova. Evgeny Rulov já era o melhor tempo do mundo este ano, foi no ano passado, foi campeão mundial em 2017. Desde o bronze no Rio 2016, Rylov não perde mais esta prova.
Venceu com 1:53.40, apenas quatro centésimos do seu melhor tempo que é recorde da Rússia e da Europa.
Ao final da prova, não escondeu que estava contente com a vitória, mas esperava melhor tempo. Rylov faz um belo campeonato, tendo fechado o revezamento da Rússia no 4×100 livre, medalha de prata, foi vice campeão nos 100 costas e abriu o revezamento misto para 51.97, pela primeira vez quebrando a barreira dos 52 segundos.

Parciais de Rylov:
26.88, 54.96 (28.08), 1:24.02 (29.06), 1:53.40 (29.38).

Pódio da prova acabou sendo bem fraco. Rylov campeão com 1:53.40, prata para Ryan Murphy dos Estados Unidos 1:54.12 e Luke Greenbank da Grã-Bretanha em terceiro com 1:55.85. Dois nadadores foram retirados da prova para focar em outras distâncias e poderiam estar no pódio. O australino Mitchell Larkin para se dedicar aos 200 medley e acabou fora do pódio e Jiayu Xu que saiu da prova para integrar o revezamento 4×200 livre da China.

Semifinal dos 50 metros borboleta feminino
A única mulher a nadar abaixo dos 25 segundos nos 50 metros borboleta fez de novo. Com 24.79 foi a quinta melhor performance da história, a 13a vez na casa dos 24 segundos. Sarah Sjoestroem muito mais favorita para o tri campeonato da prova amanhã.
Para entrar na final, a dinamarquesa Jeanette Ottesen foi a oitava com 26.01.

200 metros peito masculino
O terceiro ouro da Rússia veio com recorde mundial em mais uma performance “Chupkov de nadar peito”. Um show!
Quase igual a Budapeste, quando venceu com recorde de campeonato, virou os dois primeiros 50 metros em oitavo, desta vez nos 150 estava em quinto, em 2017, era o quarto.
Venceu com 2:06.12, novo recorde mundial quebrando os 2:06.67 que pertencia a dupla do japonês Ippei Watanabe de 2017 e do australiano Matthew Wilson na semifinal.

Parciais de Chupkov
29.73, 1:02.22 (32.49), 1:34.23 (32.01), 2:06.12 (31.89)

Chupkov ouro 2:06.12, Wilson prata com 2:06.68 e Watanabe bronze com 2:06.73. É a primeira vez na história que temos um pódio inteiro formados por nadadores na casa do 2:06.

Revezamento 4×200 metros nado livre masculino
Prova muito disputada, do início ao fim, alternância de liderança e que acabou com a vitória da Austrália e novo recorde da Oceania 7:00.85. Com a vitória, os australianos somaram quatro vitórias nos cinco revezamentos até agora disputados.

A Austrália não vencia a prova desde o Mundial de 2003 e levou com
Clyde Lewis 1:45.58, Kyle Chalmers 1:45.37, Alexander Graham 1:45.05 e Mack Horton 1:44.85, 7:00.85.
Rússia foi prata com 7:01.81 e Estados Unidos bronze no toque 7:01.98.

Brasil terminou em sétimo com 7:07.64 piorando do 7:07.12 feito na eliminatória. Da equipe, apenas João de Lucca nadou um pouco melhor:
Luiz Altamir Melo 1:47.72, Fernando Scheffer 1:45.97, João de Lucca 1:47.11 e Breno Correia 1:46.84.

Resultados completos:
RESULTS_BOOK

2 respostas
  1. Fabiano Marcondes
    Fabiano Marcondes says:

    Não concordo com a avaliação da Simone Manuel.
    Como assim, “não vinha de boas performances nem nos revezamentos”?
    Revezamento 4×200 free: foi escalada como titular. Tinha 1’57″0. Fez 1’56″0! 7a melhor dos Estados Unidos da história!
    Revezamento 4×100 Medley Mixed: de novo titular. Fez 52″3. 2o lugar. Do mundo!
    Revezamento 4×100 free: titular novamente. Fez 51″9. Tirou a prata do Canadá. 2a melhor parcial entre TODAS as atletas! Novamente medalha de prata.
    Qual foi o racional do jornalista para afirmar que ela não teve boa performance nos revezamentos?

  2. Carlos Junior
    Carlos Junior says:

    Coach, dá pra sentir sua frustração com o desempenho da seleção brasileira na transmissão do SporTV.
    O que acontece com nossos atletas? Por que tanta dificuldade de ter a melhor performance na hora certa? Por que tantas pioras de tempo na final, em relação ao tempo das eliminatórias? Quase ninguém melhorou o tempo no mundial… Muitos nem ao menos chegaram próximos do melhor tempo.

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