Este é o maior prêmio e reconhecimento que anualmente a Best Swimming. É a única categoria do Troféu Best Swimming que não é submetida ao Painel de Especialistas, e representa a nossa maior honraria dentro do esporte aquático nacional.

 

 

Em 2020, o Prêmio Best Swimming vai para Ricardo Cintra, o primeiro treinador a receber a premiação num reconhecimento do trabalho histórico que fez ao comandar o programa e o trabalho da primeira e única medalha brasileira nos esportes aquáticos da Olimpíada.

Muito além do bronze dos 10 quilômetros conquistados por Poliana Okimoto nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, Cintra foi responsável por uma série de passos e mudanças na carreira da nadadora que também acabou virando sua esposa. Aliás, tudo isso começou com um simples namoro, de uma relação que virou de vida.

 

O pódio histórico da natação feminina do Brasil

Foi Cintra que incentivou Poliana Okimoto a mudar da natação para as águas abertas em 2005 e já no ano seguinte ela era duas vezes medalhista de prata no Mundial de Nápoles, na Itália. A relação dos dois resultou numa série de conquistas inéditas. Poliana foi a primeira medalhista em Mundial, a primeira campeã mundial na prova dos 10 quilômetros, a primeira campeã da Copa do Mundo de Águas Abertas, a primeira medalhista das águas abertas nos Jogos Pan Americanos e culminou com a maior conquista de todas, a primeira medalha olímpica feminina dos esportes aquáticos do Brasil.

Neste currículo de uma medalha de bronze olímpica, seis medalhas em Mundiais, um ouro, três pratas e dois bronzes, duas medalhas de Jogos Pan Americanos, entre outras tantas conquistas de Sul-Americanos e diversos títulos nacionais de piscina e águas abertas.

 

Nesta relação de 11 anos de águas abertas, Cintra foi responsável por conquistas que não dão medalhas, não sobem ao pódio, mas foram determinantes no sucesso de Poliana. Lidar com água fria ou o medo de tubarão, foi o mais fácil. Evitar o abandono depois da frustração dos Jogos de Londres de 2012 e até um princípio de depressão foi uma das mais duras e válidas ações de Cintra nesta relação.

A sinergia do trabalho sempre foi um destaque na carreira de Poliana e seu sucesso. Cintra, mesmo com seu estilo durão, sempre foi capaz de identificar o ponto até onde deveria ser aplicado no trabalho. Lidar com as dificuldades e até coisas mais simples, o exemplo da Poliana não nadar sozinha numa piscina por ter medo é o mais engraçado deles. Não foram poucas as vezes que ele teve de colocar a sunga e fazer os metros finais do treino ao lado dela por conta deste temor de ficar só na água.

 

Natural de Mogi Mirim, Ricardo Cintra foi um bom nadador velocista chegando a Seleção Brasileira e tem como melhor resultado a sua prata nos 50 metros nado livre do Troféu José Finkel de 2002. Com a oportunidade de ter nadado nos principais clubes do país, Cintra passou por Corinthians, Pinheiros, Minas, Unisanta e até um período de treinamento nos Estados Unidos, em Coral Springs, na Flórida. Foi na Unisanta que combinou o estudo da faculdade de educação física com os primeiros dias de técnico de natação e em especial, de Poliana Okimoto.

Na estatística dos atletas que chegam a uma Olimpíada, 78% disputam o evento por apenas uma vez. Poliana Okimoto com Ricardo Cintra como técnico estiveram nas três disputas das águas abertas. Ela é uma das três nadadoras que conseguiu disputar a prova dos 10 quilômetros em Beijing 2008, Londres 2012 e Rio 2016. Tão importante como estar nas três, foi ter vivenciado diferentes emoções e resultados nas disputas.

Em Beijing 2008, a estreia da maratona aquática na Olimpíada, um sétimo lugar, protagonismo, mas ainda sem uma conquista. O duro golpe de Londres 2012 foi uma experiência de vida. A temperatura da água, inesperada, mudou por completo a perspectiva de Poliana que acabou nem por completar a prova. Se levantar deste golpe talvez tenha uma importância tão grande quanto o bronze conquistado quatro anos depois.

 

 

No Rio 2016 foi a consagração. Toda preparação prevista em todos os sentidos, prevendo o bom, o ruim, tudo para evitar o que não poderia dar errado, novamente. A prova foi ótima, Poliana chegaria em quarto lugar e saiu da prova contente, mas sentia que havia sido por pouco. Demorou alguns minutos para sair a notícia e ser informada de que a disputa entre a italiana Rachele Bruni e a francesa Aurelie Muller havia determinado a desclassificação de Muller. Poliana era bronze e recebia a notícia, sem acreditar, no golfe cart que lhe conduzia na saída da prova.

A uma hora, 56 minutos, 51 segundos e 4 décimos que durou a prova dos 10 quilômetros do Rio 2016 não representam nem de perto todo o esforço e o trabalho da dupla. Ricardo Cintra foi homenageado pelo Comitê Olímpico do Brasil como o Treinador do Ano em 2016 no Prêmio Brasil Olímpico, já havia sido reconhecido pela Best Swimming como Treinador do Ano no Troféu Best Swimming e hoje é reverenciado como o primeiro treinador a entrar para o Roll do Prêmio Best Swimming, nossa maior homenagem que podemos fazer a tanto esforço pelo belo trabalho.

Parabéns Cintra!

 

Cintra é o atual supervisor do Clube Curitibano

Lista de todos os premiados do Prêmio Reconhecimento Best Swimming
2020 – Ricardo Cintra
2019 – Rogério Carneiro “in memoriam”
2018 – Julian Romero
2017 – Thiago Pereira e Poliana Okimoto
2016 – Patrick Winkler
2015 – Ricardo Prado
2014 – Pedro Monteiro
2013 – Rubem Márcio Dinard de Araújo
2012 – Domingos Ferreira
2011 – Mário Xavier
2010 – Satiro Sodré

Assista o SwimCast com Ricardo Cintra

 

Em 2016, a TV Swim Channel conversou com Ricardo Cintra após a conquista do bronze 

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