Autor • Alex Pussieldi direto de Moscou
Fonte • Best Swimming

FINA

Logo do Circuito da Copa do Mundo 2012

 

O Secretário General da FINA Cornel Marculescu não escondeu a insatisfação com o atual quadro da Copa do Mundo no calendário da FINA. Em sua apresentação na 2a Convenção da FINA em Moscou, Marculescu praticamente colocou a culpa nas Federações Nacionais por não enviarem seus atletas para o evento.

Segundo ele, o atual formato, Oriente Médio, Europa e Ásia, oito etapas, todas com bom apoio de patrocinadores e cobertura de televisão é perfeito para o desenvolvimento do esporte. A Copa do Mundo está "perfeita" segundo Marculescu, "só faltam os artistas".

A falta destes artistas ainda é reforçada pela palestra que antecedeu a de Marculescu. Um jornalista destacou a importância das estrelas e relacionou vários nomes (Michael Phelps, Laure Manaudou, Federica Pellegrini, entre outros) e sua importância no destaque que o esporte ganha na mídia.  A conclusão de seu palestra é de que sem estrelas, não há como promover o esporte.

De volta ao problema da Copa do Mundo, Marculescu disse que se sentiu pressionado ao abrir o Congresso de Abertura da primeira etapa da Copa do Mundo de 2012. Na presença de mais de 40 jornalistas a pergunta era uma só: "Onde estão os americanos?", principalmente após o sucesso do time USA em Londres e a memorável passagem de Michael Phelps pelo esporte.

O dirigente da FINA nem titubeou para dizer que não tinha Phelps, mas tinha o futuro, Chad Le Clos, que havia vencido os 200 borboleta exatamente em cima do maior astro da natação mundial.

Marculescu não está errado em analisar a falta de estrelas como um problema sério na Copa do Mundo, mas está muito errado em achar que o sistema está perfeito.

O motivo da ausência dos principais nadadores no Circuito da Copa do Mundo são muitos, entre eles as competições não são atrativas, são caras, não estão numa época propícia e por aí vai.

O Circuito 2012 tem oito etapas. Iniciou em Dubai  nos Emirados Árabes Unidos no dia 2 de outubro. Passou por Doha no Catar, pela Europa nas três tradicionais etapas em Estocolmo, Moscou e Berlim e vai encerrar na Ásia em Beijing, Tóquio e Singapura.

No total, oito etapas disputadas em 39 dias. Cada etapa 34 provas individuais e dois revezamentos. Cada etapa distribui 102 mil dólares em prêmio. Isso no total, dá 272 provas individuais, 16 provas de revezamento, 816 mil dólares em premiação individual.

Ao final do Circuito, 360 mil dólares serão distribuídos aos melhores na pontuação final na qual o Rei e a Rainha da Copa do Mundo levam 100 mil dólares cada um.

Dinheiro ao que parece não é o principal problema. E a tentativa de resolver isso será investindo ainda mais no Circuito.

O Comitê Técnico da FINA se reunirá em dezembro as vésperas do Mundial de Istambul na Turquia. A Copa do Mundo é um dos principais assuntos em pauta.Novas idéias de incrementar a presença dos principais atletas será levada ao encontro. Um apoio maior as federações e principalmente melhores condições financeiras.

A Copa do Mundo existe desde o final da década de 80 e mesmo com a o incremento da cobertura da TV nunca esteve tão mal em participação como nestes últimos anos. O problema é antigo e apenas as etapas européias tem sido atrativas.

A verdade sobre a Copa do Mundo é de  que o evento deveria ser algo para manter a natação na mídia durante o ano todo, algo que o atletismo consegue com sucesso com a Diamond League. A realidade, entretanto, é muito distante disso.

Continuamos com a ausência dos principais atletas do esporte, com exceção de alguns gatos pingados em busca dos dólares distribuídos na premiação. As etapas continuam repletas de nadadores locais, e mais uma vez tivemos provas com três ou quatro nadadores nas finais.

As etapas européias têm mantido a tradição de se manterem em melhor nível, especialmente a etapa de Berlim, por anos, a mais forte de todo o Circuito. Mesmo assim, a Copa do Mundo tem tido resultados isolados em cima da grande maioria de performances sofríveis.

Hoje, diferente do que Marculescu vê, é até um desaforo chamar o Circuito de Copa do Mundo. 

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