Análise do primeiro dia dos Jogos da Ásia em Incheon

A esperada briga entre Japão e China foi bem acirrada no primeiro dia de disputas da 17a edição dos Jogos da Ásia em Incheon na Coréia do Sul. Alguns tópicos do que se viu neste primeiro dia de emoções.

CASA CHEIA
O Munhak Park Tae-Hwan esteve lotado, animado e entusiasmado. A torcida pelo seu maior ídolo foi grande, mas não o suficiente para ganhar mais do que o bronze nos 200 livre. Por sinal, única medalha da Coréia do Sul no dia.

QUADRO DE MEDALHAS
Se a natação não ajuda muito a Coréia, o quadro geral de medalhas da competição indica liderança do time da casa ao final do segundo dia de disputas, primeiro da natação. No total, são 31 medalhas sendo 12 de ouro, 10 de prata e 9 de bronze. A China vem em segundo lugar com 32 medalhas, 12 de ouro, 9 de prata e 11 de bronze.
Na natação, Japão e China lideram com três de ouro e três de prata, sendo que o Japão tem duas de bronze contra apenas uma dos chineses.

A MELHOR PROVA
Os 100 costas masculino de Ryosuke Irie (52:34) e os 200 borboleta de Daiya Seto (1:54:08) foram os melhores tempos do mundo em 2014, mas nada se compara a emoção da disputa que foi os 200 metros livre, a primeira final da competição. Tae Hwan Park saiu na frente, virou os primeiros 50 metros com pouca vantagem e acabou ultrapassado por Sun Yang antes da virada dos 100 metros. A briga era entre os dois, apenas quatro centésimos de diferença na última virada, e o japonês Kosuke Hagino estava quase um segundo atrás. O final do Hagino foi fulminante, 26:00 para vencer com novo recorde nacional de seu país e primeiro ouro da competição.

A EMOÇÃO DE HAGINO
Foram menos de 30 minutos entre o ouro dos 200 livre e o bronze nos 100 costas (53:71). Assim, jornalistas só conseguiram falar com Kosuke Hagino depois das duas premiações. A alegria e emoção ainda era muito grande. De forma bem humilde ainda disse: “Não esperava bater Sun Yang e Park, os dois estão num nível acima do meu”. Como vai nadar seis provas individuais na competição rolou uma pergunta comparando com Michael Phelps e ele mais uma vez mandou: “Phelps é meu ídolo. Um dia ainda quero conversar com ele, aprender com ele. Por enquanto vou tentar fazer o meu máximo por aqui”. Hagino também revelou que se arrepiou ao escutar seu nome no pódio.

AS SURPRESAS DO DIA
A vitória de Kosuke Hagino foi uma delas, mas os 100 peito feminino da chinesa Shi Jinglin vencendo com 1:06:67 foi ainda maior. A japonesa Kanako Watanabe piorou quase um segundo da marca que fez no Japão Open (1:05:88) e que lhe mantém como segundo melhor tempo do ranking mundial em 2014. Os demais resultados foram todos dentro do esperado.

HOMENS MELHORES DO QUE AS MULHERES
Os resultados das provas masculina ocupam melhores posições no ranking mundial de 2014. 100 costas e 200 borboleta tempos líderes da temporada e nos 200 livre os três primeiros colocados ocupam o segundo, terceiro e quarto melhores tempos do mundo.
Entre as mulheres, o melhor resultado foi no revezamento 4×100 livre da China (3:37:25) quinto tempo do mundo. Shi Jinglin nos 100 peito (1:06:67) fica com o oitavo tempo do mundo e a marca vitoriosa nos 400 livre (4:07:67) não entrou nem entre os 20 melhores deste ano.

ESTRELA DE NANJING
Campeã dos 100 e 200 livre nos Jogos Olímpicos da Juventude no mês passado, Shen Duo de apenas 17 anos de idade foi o melhor parcial do revezamento campeão da China no 4×100 livre feminino. Ela nadou na segunda posição e marcou 53:58. Shen Duo é a recordista mundial júnior dos 100 livre com 53:84 e no ano passado esteve no Mundial de Barcelona onde nadou a prova dos 200 livre.

A BRIGA JAPÃO X CHINA
O início foi japonês, sem dúvida, foi japonês. Mesmo assim, a China é franca favorita para a conquista do maior número de medalhas na natação dos Jogos da Ásia. O certo é que não vai acontecer aquele baile que foi em 2010 quando a China somou 54 medalhas contra 39 do Japão. Em ouros foram 24 contra 9.

O PRÓXIMO
A próxima edição dos Jogos da Ásia estava prevista para 2019 no Vietnã. Entretanto, devido a questões financeiras, o país abriu mão da sede que passou para Jakarta na Indonésia e que irá organizar em 2018. A mudança de data é por conta da realização da eleição presidencial no país em 2019.
Uma das novidades para os Jogos da Ásia é o convite para as nações da Oceania em participar do evento como anunciou o Sheikh Ahmad Al Sabah, Presidente da OCA – Olympic Council of Asia. A participação inicial seria restrita aos Jogos Indoor da Ásia, competição que acontece a cada dois anos.