Mitchell Larkin vem para o Rio com uma expectativa muito diferente da sua estreia olímpica em Londres 2012. Na época, aos 19 anos de idade, chegar a final dos 200 costas, sua única prova na competição, e mesmo tendo piorado o tempo em relação a semifinal, foi o suficiente.

388694-mitchell-larkin-reacts

O novo Larkin já não ficou satisfeito com os tempos que lhe deram as vitórias na seletiva olímpica australiana em abril com 52.48 e 1:53.90, respectivamente nos 100 e 200 metros nado costas. As marcas lhe deram o primeiro posto do ranking mundial, mas o nadador tinha expectativa de superar os tempos da temporada passada de 52.14 e 1:53.17, recordes australianos e do Commonwealth.

Esta nova fase de Mitch Larkin é de quem terminou o ano de 2015 como o melhor nadador do mundo pela FINA, títulos mundiais conquistados em Kazan além de um novo recorde mundial dos 200 costas em piscina curta.

Australia's Mitchell Larkin celebrates with his gold medal after winning the men's 200m backstroke final at the Aquatics World Championships in Kazan, Russia August 7, 2015. REUTERS/Stefan Wermuth

REUTERS/Stefan Wermuth

Uma mudança e tanto para este nadador de 22 anos de idade, faz 23 no dia 9 de julho. Alto, 1,87, magro 72 kg, Larkin é produto de Queensland, o Estado da natação australiana. Nasceu em Buderim, mas vive desde a adolescência em Brisbane, onde treina com Michael Bohl, no St. Peters Swim Club.

Nadador de medley na juventude chegou a sua primeira Seleção Australiana Júnior no Pan Pacífico da categoria em 2010, quando venceu a prova dos 400 medley com expressivos 4:16.07.

O peito era, e continua sendo o problema do medley. O costas foi uma oportunidade que deu certo. Em 2011, Larkin chegava a sua primeira seleção absoluta, foi ao Mundial de Shanghai, onde não passou das eliminatórias nos 200 costas em 23o lugar.

A primeira Olimpíada foi uma experiência bem sucedida. Chegar a final foi um passo na sua carreira, mas não durou muito. Em 2013, no Mundial de Barcelona, Larkin fracassou ao terminar as eliminatórias em 17o lugar nem passando as semifinais.

Michael Bohl e suas estrelas do St. Peters

Michael Bohl e suas estrelas do St. Peters

O próprio treinador Michael Bohl define que 2014 foi o ano da mudança dos hábitos, da qualidade nos treinos, do novo Larkin. Os resultados vieram no Commonwealth Games na Escócia com o título dos 200 costas e mais duas medalhas de prata nos 50 e 100 costas. Semanas depois, Larkin era bronze nos 200 costas do Pan Pacífico.

Campeão do Commonwealth Games nos 200 costas

O primeiro título mundial veio no final da temporada, Mundial de Curta em Doha, no Catar. Ouro nos 100 costas e bronze nos 200 costas.

O melhor, a consagração viria em Kazan, no Mundial do ano passado. Larkin foi absoluto nos 100 e nos 200 metros nado costas. Primeiro nos 100, onde foi o único a nadar para 52 desde as eliminatórias, quebrou o recorde da Oceania com 52.50 e depois 52.38 nas semifinais. Na final, venceu com 52.40 em prova que pela primeira vez tivemos quatro nadadores na casa dos 52 segundos.

387502-mitchell-larkin-flanked

Três dias depois, Larkin vencia os 200 costas, e novamente foi absoluto. Melhor tempo desde as eliminatórias com 1:55.88, depois 1:54.29 nas semifinais e 1:53.58 na final.

Campeão mundial dos 100 costas em Kazan 

A rotina é puxada. São nove treinos semanais, duas sessões de musculação, duas de yoga e mais duas de preparação física. Nesta temporada, sessões de spinning em tendas de altitude foram incluídas no programa. Na água, Larkin faz parte do time de elite de Michael Bohl que pela segunda Olimpíada consecutiva coloca o maior número de atletas na seleção australiana. Foram nove em Londres 2012, serão sete no Rio 2016.

Recorde mundial 200 costas em piscina curta 

Larkin sabe que são nele as maiores expectativas de resultados. Os bons tempos e conquistas do ano passado lhe deram crédito, mas muitas exigências. Na preparação para o Rio optou por viajar até os Estados Unidos e disputar em junho o Arena Pro Swim Series de Santa Clara. Quer enfrentar os americanos, na sua opinião, os maiores adversários para o Rio 2016.

Mitchell e Emily Seebohm

Mitchell e Emily Seebohm

Larkin faz o tipo simples. Gosta de cozinhar seu própria steak, adora dormir e acordar com panquecas para o café da manhã. Para quem curte praia e um cinema pela tarde o namoro com Emily Seebohm desde o ano passado mudou a sua rotina. Fã de Fórmula Um, ainda tem tempo para torcer pelo Brisbane Broncos, principal clube do rugby da cidade onde vive.

Atleta do ano pela FINA em 2015 

Na série até agora:
#1 Therese Alshammar, Suécia
#2 Laszlo Cseh, Hungria
#3 Adam Peaty, Grã-Bretanha
#4 Nathan Adrian, Estados Unidos
#5 Ruta Meilutyte, Lituânia
#6 Shiwen Ye, China
#7 Katinka Hosszu, Hungria
#8 Ryan Lochte, Estados Unidos
#9 Florent Manaudou,França
#10 Paul Biedermann, Alemanha
#11 Chad Le Clos, África do Sul
#12 Emily Seebohm, Austrália
#13 Yulia Efimova, Rússia
#14 Katie Ledecky, Estados Unidos
#15 Federico Grabich, Argentina
#16 Zetao Ning, China
#17 Cate Campbell, Austrália
#18 Alia Atkinson, Jamaica
#19 Cameron van der Burgh, África do Sul
#20 Mitchell Larkin, Austrália

Na próxima: Kosuke Hagino, Japão

0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário