“Todo mundo” cita e valoriza, o Campeonato Mundial realizado no ano anterior é um termômetro direto para o que vai acontecer nos Jogos Olímpicos. Ou seja, muita coisa do que se viu em Gwangju, será determinante para o que vai acontecer em Tóquio 2020. Será?
Sem a chance de poder entrar na Máquina do Futuro, podemos entrar no passado, e para sermos mais precisos, o Mundial de Kazan 2015 diretamente na relação com os resultados que aconteceram na natação dos Jogos Olímpicos do Rio 2016. A comparação aponta dados bem interessantes.
A começar pelos campeões das provas individuais, são 13 provas, e no total das 26, apenas oito campeões de Kazan repetiram o título na Olimpíada:
Gregorio Paltrinieri da Itália nos 1500 livre
Adam Peaty da Grã-Bretanha nos 100 peito
Katie Ledecky dos Estados Unidos nos 200, 400 e 800 livre
Sarah Sjoestroem nos 100 borboleta
Katinka Hosszu da Hungria nos 200 e 400 medley
Oito campeões individuais em 26 provas dá 30,76%.
Nas provas de revezamento, a tendência é sempre um percentual maior, por se tratar de prova coletiva, mais nadadores envolvidos reforçando as equipes mais capacitadas. Das seis provas de revezamento em provas olímpicas de 2015, três repetiram o título no ano seguinte na Olimpíada:
Estados Unidos 4×100 metros medley masculino
Austrália 4×100 metros nado livre feminino
Estados Unidos 4×200 metros nado livre feminino
Índice de campeões em revezamentos em 6 provas dá 50%.
Se analisarmos os medalhistas de Kazan 2015, quantos deles conseguiram subir ao pódio na mesma prova nos Jogos do Rio 2016:
Florent Manaudou da França nos 50 livre caiu de ouro para prata
Nathan Adrian dos Estados Unidos nos 50 livre caiu de prata para bronze
Sun Yang da China nos 200 livre subiu de prata para ouro
Sun Yang da China nos 400 livre caiu de ouro para prata
Connor Jaeger dos Estados Unidos nos 1500 livre manteve a prata
Mitchell Larkin da Austrália nos 200 costas caiu do ouro para a prata
Evgeny Rylov da Rússia nos 200 costas repetiu o bronze
Cameron van der Burgh da Africa do Sul nos 100 peito repetiu a prata
Chad Le Clos da ÁFrica do Sul nos 100 borboleta caiu do ouro para a prata
Laszlo Cseh da Hungria nos 100 borboleta repetiu a prata
Joseph Schooling de Singapura nos 100 borboleta subiu do bronze para o ouro
Wang Shun da China nos 200 medley repetiu o bronze
Daiya Seto do Japão nos 400 medley caiu do ouro para o bronze
Chase Kalisz dos Estados Unidos nos 400 medley subiu do bronze para a prata
Sarah Sjoestroem da Suécia nos 100 livre repetiu o bronze
Jazz Carlin da Grã-Bretanha nos 800 livre subiu do bronze para a prata
Katinka Hosszu da Hungria nos 200 costas subiu do bronze para a prata
Yulia Efimova da Rússia nos 100 peito caiu do ouro para a prata
Shi Jinglin da China nos 200 peito repetiu o bronze
Natsumi Hoshi do Japão nos 200 borboleta caiu do ouro para o bronze
Siobhan-Marie O’Connor da Grã-Bretanha nos 200 medley repetiu o bronze
Maya Dirado dos Estados Unidos nos 400 medley repetiu a prata
Isso adicionados os oito atletas campeões em 2015 e campeões em 2016, temos um total de 30 nadadores que subiram ao pódio no Mundial de Kazan e voltaram a subir no pódio do Rio 2016, aqui independente de ser ou não na mesma posição.
Como são 26 provas, mas tivemos um triplo empate nos 200 metros peito em Kazan 2015, estamos falando de um universo de 80 nadadores dos quais 30 conseguiram subir ao pódio na Olimpíada do ano seguinte.
Este número aponta um número de 37,5% de atletas medalhistas Kazan 2015/Rio 2016.
Nas seis provas de revezamento, além dos três países que repetiram suas vitórias, outros seis também subiram ao pódio no Mundial e no Rio 2016:
França no 4×100 livre masculino campeã em Kazan, prata no Rio
Estados Unidos no 4×200 livre masculino vice em Kazan, ouro no Rio
Austrália no 4×100 medley masculino prata em Kazan, bronze no Rio
Estados Unidos no 4×100 livre feminino bronze em Kazan, prata no Rio
Austrália no 4×100 medley feminino bronze em Kazan, prata no Rio
Levantamento aponta que 50% dos revezamentos medalhistas do Mundial foram repetidos no Rio 2016.
O Brasil teve duas medalhas em provas olímpicas no Mundial de 2015. Bruno Fratus ficou em terceiro lugar nos 50 metros nado livre e terminou em sexto no Rio 2016 e Thiago Pereira foi prata nos 200 medley e terminou na sétima colocação na Olimpíada.
Veja um quadro das finais do Brasil no Mundial de Kazan 2015 e como eles foram na Olimpíada de 2016:
Atleta | Prova | Kazan 2015 | Rio 2016 |
Bruno Fratus | 50 livre | 3o | 6o |
Thiago Pereira | 200 medley | 2o | 7o |
Marcelo Chierighini | 100 livre | 5o | 8o |
Henrique Rodrigues | 200 medley | 7o | Semifinal |
Brasil | 4×100 livre | 4o | 5o |
O Brasil ainda teve quatro finalistas no Rio 2016 que não foram finalistas no Mundial de 2015:
João Luiz Gomes Jr nos 100 peito, terminou em 5o lugar na Olimpíada e nem estava no Mundial
Felipe França nos 100 peito, terminou em 7o lugar na Olimpíada e parou na semifinal no Mundial
Etiene Medeiros nos 50 livre, terminou em 8o lugar na Olimpíada e parou na semifinal no Mundial
Revezamento 4×100 medley masculino, 6o lugar no Rio 2016 e 10o no Mundial de Kazan 2015
CONCLUSÃO:
Não tem como não reconhecer a relação direta dos resultados, mas os índices percentuais ainda apontam muitas variáveis na relação do Mundial com a Olimpíada. Bem menores nas provas de revezamento, mas na casa dos 70% em provas individuais abre um leque muito grande para o aparecimento de novos nadadores e até mesmo melhora dos que já estão na disputa.
Ele foi prata. O campeão dos 400m medley foi o Hagino.
Correto Gustavo, é 400 medley, já arrumado, obrigado.
Nesse post há um erro pois dos 200 metros medley foram ganhos por Michael Phelps no Rio e não por Chase Kalisz
abç