Velocidade de reação em natação é a capacidade do nadador de reagir ao estímulo de saída. É medida através das placas que estão sobre os blocos de partida e muitas vezes aparecem nos resultados ou somente no placar eletrônico nas competições.

Uma boa saída é medida na altura dos 15 metros, mas velocidade de reação é um componente importantíssimo no treinamento e deve ser praticado exaustivamente, desde a formação até o alto nível. Exercícios fora da piscina, simples e objetivos contribuem muito para este protocolo. O treinamento no bloco de partida é apenas a parte mais refinada deste trabalho.

A saída do bloco tem um total de cinco fases:

  1. Velocidade de reação
  2. Movimento de saída
  3. Entrada na água
  4. Trabalho submerso
  5. Transição e início de nado

Este texto ilustra apenas a fase 1, que muitas vezes, e de forma incorreta, tem sido atribuído como “uma boa, ou uma má saída”. O russo Alex Povo, multi campeão olímpico e mundial, recordista mundial dos 50 e 100 metros nado livre é um perfeito exemplo de quem tinha uma má velocidade de reação e uma boa saída. Popov com frequência deixava o bloco de partida com 0,85 ou mais de reação, mas na altura dos 15 metros estava na frente.

Não existe uma tabela sobre estes valores, mas abaixo baseados nos resultados de torneios internacionais estabelecemos uma referência para consulta e orientação:

Velocidades de reação até 0,60 – ESPETACULAR
Velocidades de reação 0,61 a 0,65 – ÓTIMA
Velocidades de reação 0,66 a 0,70 – MUITO BOA
Velocidades de reação 0,71 a 0,75 – BOA
Velocidades de reação 0,76 a 0,80 – REGULAR
Velocidades de reação acima de 0,81 – FRACA

Em Campeonatos Mundiais e Olimpíadas o menor valor para velocidade de reação até hoje apurado foi na semifinal dos 50 metros nado livre feminino com a holandesa Inge de Brujn com 0,41. Entretanto, este valor é contestado. Na prova, ela bateu o recorde mundial da prova com 24.13. No mesmo dia, nas eliminatórias, com velocidade de reação 0,73 ela nadou para 24.46, e no dia seguinte, com velocidade de reação 0,72 ela venceu a prova com 24.32.

 

Ter uma velocidade de reação é bom e melhor ainda é ter ela consistente. Caeleb Dressel é insuperável. Nas suas quatro vitórias no Mundial de Gwangju (50 e 100 livre, 50 e 100 borboleta) ele sempre esteve entre 0,61 e 0,62. Mais que isso, se considerarmos eliminatórias, semifinais e final, a pior de Dressel foi 0,63 e a melhor 0,61.

Adam Peaty é outro que mantém regularidade tendo feito nos 100 metros peito, tanto nas eliminatórias, semifinal e final a mesma reação de 0,62. Nos 50 peito, ele alternou entre 0,60 a 0,62.

Abaixo apresento os valores discriminados de Caeleb Dressel e Adam Peaty e também os quatro brasileiros que ganharam medalhas no Mundial de Gwangju. Os valores dos brasileiros são bons, mas não têm a mesma consistência dos resultados de Dressel e Peaty.

CAELEB DRESSEL
50 borboleta
Eliminatória 0,63
Semifinal 0,63
Final 0,62

50 livre
Eliminatória 0,62
Semifinal 0,61
Final 0,62

100 livre
Eliminatória 0,62
Semifinal 0,62
Final 0,61

100 borboleta
Eliminatória 0,62
Semifinal 0,61
Final 0,61

ADAM PEATY
100 peito
Eliminatória 0,62
Semifinal 0,62
Final 0,62

50 peito
Eliminatória 0,61
Semifinal 0,62
Final 0,60

FELIPE LIMA
50 peito
Eliminatória 0,65
Semifinal 0,61
Final 0,63

100 peito
Eliminatória 0,64

JØÃO LUIS GOMES JR
50 peito
Eliminatória 0,71
Semifinal 0,67
Final 0,67

100 peito
Eliminatória 0,71
Semifinal 0,68

NICHOLAS SANTOS
50 borboleta
Eliminatória 0,68
Semifinal 0,61
Final 0,60

BRUNO FRATUS
50 livre
Eliminatória 0,68
Semifinal 0,70
Final 0,66

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