Esta semana vão completar 22 anos da última vitória do Rio de Janeiro no Troféu Chico Piscina. No dia 22 de outubro de 2000, a equipe carioca conquistava o bi campeonato da competição em Mococa em época onde a alternância de liderança e disputa era bem acirrada.

O início dos anos 2000 foi a época de Flamengo e Vasco da Gama dominando as principais competições do país, tanto nas categorias de base como principalmente no absoluto. A fase áurea dos clubes cariocas durou poucos anos, e o Vasco colapsou por completo com o Flamengo também sentindo os efeitos daquela fase de grandes investimentos.

São Paulo passou a vencer o Troféu Chico Piscina em 2001 e não perdeu mais. Inicialmente, como era até então, de forma acirrada, mas a diferença e a vantagem foi aumentando a cada ano. Estes últimos anos mostram uma perspectiva de grande vantagem para os paulistas, embora novos valores apareçam de forma isolada, seja uma equipe, ou determinada categoria mais forte, mas nunca ameaçando o quadro geral de pontuação.

O Chico Piscina deste ano disputado depois de dois anos de intervalo por conta da Pandemia apenas deu sequência a esta diferença. São Paulo foi campeão pelo 20a edição consecutiva com 556,5 pontos, uma vantagem de 251,5 pontos sobre o Rio de Janeiro, vice campeão. Aliás, somente se somarmos os 305 pontos do Rio com o terceiro lugar Minas Gerais 265, teríamos uma disputa mais equilibrada.

A vantagem de São Paulo foi maior no Juvenil onde conseguiu. colocar 115,5 pontos de vantagem sobre Minas, vice campeão. No Infantil, São Paulo campeão com 71 pontos de diferença sobre o vice Rio de Janeiro.

Esta diferença não fica somente nos pontos. Nas medalhas os paulistas somaram 42 pódios, sendo 22 ouros, 10 pratas e 10 bronzes. Rio de Janeiro ficou em segundo com 20 medalhas e oito ouros enquanto Minas teve 19 medalhas, mas apenas um ouro.

Um dado interessante é a questão das finais. A natação paulista, além de qualidade, é efetiva. São Paulo teve 54 finais no Troféu Chico Piscina e destas 54 finais 42 viraram medalhas. Rio de Janeiro e Minas tiveram o mesmo número de finais, 46, mas o Rio conseguiu transformar 20 delas em medalhas e os mineiros 19.

Resultados de natação dependem de uma série de fatores, seja em gerações mais talentosas, mas principalmente uma organização adequada dos clubes e principalmente, das federações, faz muita diferença. É aí que São Paulo se mostra a frente do resto do país.

A Federação Aquática Paulista tem uma estrutura de 12 funcionários, além da sua diretoria executiva. Tem sede própria e até um caminhão que faz o transporte do equipamento para os grandes eventos. E não são poucos. No registro fornecido pela FAP são 108 eventos anuais em natação, seis em maratonas aquáticas, oito em polo aquático, sete em saltos ornamentais, sete em nado artístico e dois em paranatação. Pelos registros de 2021 são 76 clubes, 2.666 atletas filiados e outros 3.531 vinculados.

São números que colocam a entidade a frente das demais, mas também serve de referência e modelo para a organização e processo a ser implantado. Fica fácil concluir que os resultados e a liderança de São Paulo no Troféu Chico Piscina não é causa, mas apenas consequência.