Prova disputada no dia mais frio dos Jogos Panamericanos até agora, com água em temperatura muito próximo de ter a prova cancelada e o obrigatório uso dos trajes de neoprene trouxe mais duas medalhas para o Brasil em Santiago. Na Laguna los Morros, em San Bernardo, a pouco mais de 20 quilômetros de Santiago, o lago artificial que recebeu as provas de esqui aquático foi adaptado para um percurso de 1,25K e nas suas oito voltas para a disputa dos 10 quilômetros e acabou com prata para Ana Marcela Cunha e bronze de Viviane Jungblut.

Desde sexta-feira a previsão era da temperatura baixar e o monitoramento da água do local vinha sendo feito pela organização. A última medição oficial apontou 17,1 graus Celsius. A nova regra da World Aquatics aprovada para este ano, indica que abaixo dos 18 graus o uso dos trajes é obrigatório e se a temperatura baixasse dos 16 graus, não teríamos a prova.

Os trajes de neoprene são equipamentos caros e de grande proteção térmica para os atletas, além de oferecer uma melhor flutuabilidade na água. A parte negativa é a restrição de movimentos, já que o equipamento cobre por completo, do punho ao pescoço até o calcanhar. Ana Marcela teve problemas na temporada passada na prova de Setúbal, em Portugal, em incremento que lesão que até lhe levou a cirurgia.

Por conta disso, para o uso do traje nesta prova, Ana Marcela precisou da autorização médica do grupo que lhe operou e vinha lhe acompanhando. Com a aprovação, a resposta na água foi ótima.

Tanto Ana Marcela como Viviane fizeram uma prova perfeita, sempre no pelotão da frente e com navegação destacada entre as 20 participantes. Entretanto, era o dia da americana Ashley Twichell. Nadadora experiente, 34 anos de idade, e que concorre ao prêmio de Perseverança do Ano no Golden Goggle Awards nos Estados Unidos, Twichell fez a prova da sua vida.

Twichell nadou praticamente 80% da distância na liderança, mas foi a partir da sexta volta, onde optou por não se alimentar passando direto que conseguiu abrir uma distância para não perder mais. Ana Marcela que vinha na segunda posição até tentou se aproximar, mas sem sucesso.

As três, Twichell, Ana e Viviane conseguiram colocar uma distância das demais com a argentina Cecilia Biagioli chegando na quarta colocação aos 38 anos de idade e na sua quinta participação de Jogos Panamericanos.

Foi a terceira vez, em cinco edições de Jogos Panamericanos que os Estados Unidos venceram a prova feminina. O Brasil, pela segunda edição consecutiva colocou duas atletas, as mesmas, no pódio da prova. A diferença foi que em Lima 2019, Ana foi ouro e Viviane bronze.

Viviane Jungblut entra para a história como a primeira nadadora de Jogos Panamericanos a vencer por duas edições medalhas em provas de piscina e águas abertas. Em Lima, foram dois bronzes, 800 livre e 10 quilômetros, e agora três medalhas de bronze, 800 e 1500 livre, e as águas abertas.

 

Pódio da prova – Fotos Satiro Sodré

 

Veja aqui os resultados completos da prova:

Results (1)