Caitlin Clark é uma jovem americana, jogadora de basquete e novo fenômeno do esporte nos Estados Unidos. Cody Simpson, é um nadador australiano, que embora esteja em busca da vaga olímpica para Paris 2024, é muito maior, mas muito maior no mundo da música. Mas o que relaciona os dois? Leia e descubra.

Aos 22 anos de idade, Caitlin Clark mudou o basquete universitário americano. Joga muito e levou a Universidade de Iowa aos melhores resultados da história do programa no NCAA. Suas jogadas e habilidade ganharam o público americano e no sistema de NIL, nome, imagem e representação, lhe transformaram num fenômeno comercial. Sucesso nas redes sociais, Clark já faturou cerca de 33 milhões de dólares.

Draftada número 1 para a liga profissional WNBA, Clark agora faz parte do Indiana Fever e, como jogadora “rookie”, primeira temporada está com um salário de 75 mil dólares. As maiores jogadoras da liga ganham 250 mil dólares. Tudo isso perto dos 33 milhões arrecadados com sua imagem ficam bastante reduzidos.

Só que este fenômeno Clark ganhou outras discussões. Nas quadras passou a ser “perseguida”, e ao sair a convocação oficial do Team USA para Paris, ela ficou de fora. Sucesso nas redes, Clark ganhou defensores e jornalistas expressivos que reclamaram da perseguição e do fato de ficar de fora da Olimpíada. Surgiu até denúncias de racismo, Clark é branca, numa liga dominada predominantemente por jogadoras negras e até a seleção americana é também afro-americana.

O sucesso de Caitlin Clark incomoda? Não há dúvidas de que ela trouxe um outro público e atenção a WNBA que não existia. A liga WNBA nunca foi tão comentada, mesmo com 28 anos de existência.

Não vou analisar o lado técnico propriamente dito, mas o paralelo que existe com o nadador australiano Cody Simpson.

Simpson, 27 anos de idade, foi um nadador de muito destaque na natação Australiana na juventude. Recordista nacional e versátil, Simpson deixou o esporte de lado após seus vídeos cantando no YouTube ganharem sucesso internacional. A família decidiu investir na carreira do filho, se mudaram para os Estados Unidos onde se tornou um popstar mundial.

Brilhou nos palcos, nas telas, virou fenênomeno mundial. Fora isso, namorou Kyllie Jenner, Miley Cirus, entre outras modelos famosas.

Esta carreira artística foi paralizada. Em 2019, Simpson decidiu voltar ao esporte que tanto amava e começou a treinar ate decidir por completo entrar no projeto de se tornar nadador olímpico. Chegou a pegar o índice e disputar a Seletiva Olímpica para Tóquioterminando em oitavo lugar nos 100m borboleta. O objetivo, segundo ele, sempre foi Paris 2024.

Mesmo assim, Simpson ganhou vagas para outras seleções, foi ao Commonwealth Games de 2022 e até ganhou duas medalhas nas provas de revezamento.

A presença e participação de Cody Simpson gerou outras discussões na natação australiana. Seus resultados estão longe da elite da natação nacional, mas o espaço na mídia e principalmente no faturamento são astronomicamente maiores. Para completar, ele ainda iniciou um namoro com Emma McKeon, que era namorada de Kyle Chalmers, e ainda é a nadadora (e atleta) da história da Austrália com mo maior número de medalhas olímpicas.

As competições na Austrália ganharam um novo público. As redes sociais pipocaram e a mídia usou e abusou da sua presença na natação nacional.

Da mesma forma, todo este sucesso gerou um certo ressentimento dos atletas australianos, muitos com resultados bem mais expressivos, mas sem a mesma dimensão comercial e principalmente exposição de mídia.

O sonho olímpico de Paris 2024 para Caitlin Clark terminou, ao não ser convocada ela está fora de Paris. Para Cody Simpson apenas começou a Seletiva Australiana e ele ainda não nadou. Ele vai estar nos 50m e 100m livre e principalmente nos 100m borboleta.

Mesmo sendo um nadador muito talentoso, e todo este esforço, além de estar com um super treinador, Michael Bohl, é bastante difícil, talvez improvável a classificação de Simpson para Paris. Ele mesmo já anunciou que sua carreira de nadador termina este ano, vai retomar com tudo a carreira artística.

Classificando ou não, Simpson, como Clark, contribuíram de forma expressiva para a exposição do esporte, e mesmo com os ressentimentos, a contribuição é incontestável, embora exposição de mídia e faturamento sejam coisas que nem sempre representem resultados esportivos.

Coach Alex Pussieldi, editor chefe da Best Swimming