Foi nos penaltis que Senegal bateu o Egito e conquistou o primeiro título do país na Copa Africana de Futebol neste domingo.  A Best Swimming em homenagem ao país campeão traz um pouco do que é a natação e a cultura esportiva no Senegal.

Um país pobre, no extremo noroeste da África, menor que o Paraná e com 15 milhões de habitantes, com uma das piores rendas per capita do Mundo. O Senegal é pobre, e sofrido, independente da França e do Mali desde 1960, o país sempre viveu sob turbulentas ditaduras e golpes militares.

O futebol é popular, mas o wrestling senegalês é o esporte mais celebrado no país. O basquete também é bastante praticado e o Rali Paris – Dakar está entre uma das provas mais conhecidas no mundo. O resto deixa muito a desejar, especialmente a natação.

Um pouco das disputas do wrestling senegalês neste curta metragem: 

 

Senegal foi identificado como a grande oportunidade para o desenvolvimento do esporte olímpico na África. Foi em 2014 quando o Comitê Olímpico Internacional votou a cidade de Dakar, capital do país, para sediar a 4a edição dos Jogos Olímpicos da Juventude que, inicialmente, aconteceriam este ano. Entretanto, por conta da Pandemia, e as constantes mudanças no calendário internacional, tanto o Comitê Organizador local como o COI chegaram a conclusão que o melhor seria mudar o evento para 2026.

Dakar 2026, está sendo organizada para ser uma competição diferente das edições anteriores dos Jogos Olímpicos da Juventude. Estão previstas a presença de 4.564 atletas disputando 244 provas de 35 modalidades esportivas.

A natação tem um simbolismo histórico para o Senegal. A partir do Século 16, milhares de pessoas eram levadas para a Ilha de Gorée onde funcionava um centro de escravidão e distribuição de mão-de-obra escrava para o mundo. No trajeto de pouco mais de 4 mil metros, os navios negreiros tinham centenas de senegaleses que se atiravam as águas na tentativa da fuga da escravidão. Poucos conseguiam completar a distância, alguns pelo cansaço, outros devorados por tubarões.

A Ilha de Gorée hoje é  Patrimônio Histórico da UNESCO e a Grande Casa dos Escravos virou um museu de recordações duras e dolorosas. Conhecida como a “Ilha sem volta”, Gorée passou a sediar um evento anual de águas abertas com a distância de 4.500 metros que são percorridos em memória a época da escravidão.

Senegal estreou no Movimento Olímpico em 1964, quatro anos após a sua independência. A natação do Senegal demorou ainda mais para chegar a Olimpíada. A estreia veio em 1988 e desde então, o país só não mandou nadadores para os Jogos de Atlanta em 1996.

 

 

Em Tóquio, dois nadadores do Senegal disputaram a competição pelo critério de Universalidade. Steve Aimable ficou em 49o lugar nos 100 metros borboleta com 53.64 e Jeanne Boutbien ficou em 46o lugar nos 100 livre com 59.27. Aimable é o atual recordista senegalês de quatro provas: 50 e 100 costas, 50 e 100 borboleta.

 

Steven Aimable

Desde a estreia da natação do Senegal em Jogos Olímpicos, o melhor resultado foi de Khadja Ciss nos 800 metros nado livre dos Jogos de Seul, em 1988, ao terminar em 29o lugar. Naquela Olimpíada também aconteceu a primeira e única medalha olímpica do país, foi Amadu Dia Bâ prata nos 400 metros com barreira.

 

Veja como foi a prova da Ilha de Gorée no ano passado:

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