No dia 18 de junho de 1908, atracava no Porto de Santos o navio Kasato Maru. Ele vinha do Porto de Kobe, no Japão, e trazia a bordo 781 japoneses de 165 famílias. Vinham para trabalhar como lavradores nos cafezais do oeste de São Paulo e norte do Paraná. Na chegada, os japoneses eram submetidos a exames médicos e tiveram aulas básicas de português.

 

 

Passados 112 anos, o Brasil tem a maior quantidade de Nikkeis (descendentes japoneses) fora do Japão no mundo. Estamos falando de 1,5 milhões de Nisseis (filhos de japoneses), de Sanseis (netos), Yonseis (bisnetos) e assim por diante. Uma comunidade forte, unida, trabalhadora e que tanto fez e contribuiu para a sociedade de nosso país.

Não poderia ser diferente no esporte e em especial na natação. Neste Dia da Imigração Japonesa no Brasil, a Best Swimming reconhece aqueles que tanto fizeram pelo nosso esporte durante todos estes anos.

 

Poliana Okimoto bronze no Rio 2016 – Foto Satiro Sodré

 

E não é pouca coisa! Para começar, estamos falando de duas medalhas olímpicas. A primeira conquistada pela natação brasileira com o bronze de Tetsuo Okamoto nos 1500 metros nado livre dos Jogos de Helsinque em 1952 e a última com Poliana Okimoto e seu bronze na prova dos 10 quilômetros das águas abertas no Rio 2016.

Entre os Nikkeis que brilharam pela natação brasileira tem a família Romero. Duas vezes finalista olímpico, Rogério Romero é o nadador brasileiro com maior número de Olimpíadas na carreira. Foram cinco desde Seul 1988 até Atenas em 2004. Seu irmão, Julian, também brilhou nas piscinas, e tem sido fundamental no nosso esporte ao compilar os registros do site Swim.com.br.
Entre os olímpicos ainda dá para relacionar Diogo Yabe (olímpico em 2004), Lucas Salatta (2004 e 2008), Tatiane Sakemi (2008).

Mas também têm nomes multi medalhistas em campeonatos nacionais e internacionais começando pelas mulheres como Raquel Takaya, Mayra Kikuchi, Cristiane Oda Nakama, Andreza Sunao, Daniela Ishimaru, Celina Endo, Luciana Takata Gomes, Mariana Katsuno. Entre os homens, Alan Nagaoka, Jean Shinzato, Leo Sumida, Alex Takeda, Dalton Uehara, Ken Sorgi.

 

Fabiana Sugimori 3 Paralimpíadas 3 medalhas, 2 ouros

 

Os imigrantes japoneses também geraram algumas famílias aquáticas, multi medalhistas e brilhantes como os Ogatas, Ricardo Komoguchi Ogata, Celso e a irmã Inês. A família Sugimori de Campinas, Marcelo e Flávia até conseguiram chegar juntos a Seleção Brasileira Juvenil no Sul-Americano de 1993, em Lima no Perú. Depois, a irmã que é ceda, Fabiana Harumi Sugimori se tornou no melhor resultado da natação brasileira paralímpica em deficientes visuais com três participações em Jogos Paralímpicos com duas medalhas de ouro e um bronze.

Na atual geração que luta por uma vaga para o time de Tóquio no próximo ano, ainda tem pelo menos dois nomes que aqui merecem serem mencionados, a dupla Fábio Santi e Gabriel Ogawa, atletas do Pinheiros e que tem representado a Seleção Brasileira nestes últimos anos.

 

Álvaro Taba – Corinthians

Para comandar este Dream Team da natação de imigrantes japoneses no Brasil, a Best Swimming convoca o treinador Álvaro Taba, técnico de destaque na Seleção Brasileira, com passagem pelo Pinheiros e atualmente no Corinthians. Para ajudá-lo, dois ex-nadadores que brilharam na piscina e hoje estão com o cronometro na mão, Ken Sorgi e Leo Sumida.

Neste 18 de junho, a Best Swimming faz a homenagem a todos os imigrantes japoneses deste país, os aqui citados, suas famílias, e todos os outros que brilharam e seguem adiante o sonho daqueles lavradores de 112 anos atrás.

 

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